martes, 23 de febrero de 2010

MARTÍN LUTERO E A LISTA DO DIABO


Se conta a história de que uma noite Satanás se acercou a Martín Lutero e lhe ensinou uma lista longa de todos seus pecados: a avaricia, o orgulho, a luxúria, e muitos mais.Mas Martín Lutero lhe disse: -Satanás . . .ficaste curto. Também deves apontar este pecado e estes mais,- e lhe foi dando a Satanás uns pecados mais para agregar à lista. Finalmente, disse-lhe: -agora põe uma coisa mais ao pé de tua lista: -O sangue de Jesucristo nos limpa de tudo pecado . . . I Jo 1:7
E Satanás fugiu.

Tomado de D. Edwards, Revolution Within (Waterbrook: Colorado Springs, CO EU 2001), págs. 63-64 (trad. Jim Adams)

viernes, 19 de febrero de 2010

ESFORÇA-TE PREPARA-TE PARA MAIOR SERVIÇO


Por Orlando Boyer

Há uma idéia de que a arte de ganhar almas é de Deus e que, portanto, não é necessário estudar o assunto. Porém, apesar de pertencer ao Senhor, Ele manda: “Esforça-te para te apresentar diante de Deus aprovado como obreiro que não tem de que se envergonhar, e que maneja bem a palavra da verdade”. (2 Timóteo 2.15).
O barbeiro sabe cortar o cabelo. O músico sabe tocar seu instrumento. Todo artista sabe exercer a sua profissão. Mas quantos crentes sabem executar seu oficio, que é o mais glorioso de todos, o de ganhar almas para Cristo?
A moça que anda na moda tem um espelho para se apresentar diante do próximo. Muitas vezes o crente procura ganhar almas para se apresentar diante dos homens. Mas o alvo, será de nos apresentarmos diante de Deus.
É com o pincel que o pintor tem destreza. É com o fuzil que o soldado é perito. Mas é a Palavra de Deus que o crente deve manejar bem. Com este alvo é necessário estudar, gravar no coração e orar, para adquirir habilidade em usar as passagens indicadas nestes capítulos.
Quantas vezes ficamos impressionados com o fato de certos homens terem de se envergonhar, quando chegarem perante o Salvador? Ninguém se envergonhará mais do que nós, se não nos esforçarmos por nos apresentar diante de Deus, como obreiros que sabem manejar bem a Palavra.

Tomado del livro “Heróis da Fé” de Orlando Boyer

jueves, 18 de febrero de 2010

ORAÇAO


POR CHARLES WESLEY

Ó Deus, meu Deus, tu és meu tudo:
antes que brilhe a alva do dia que
desperta, tua soberana luz ilumine
meu coração e me inunde o teu poder
que a tudo vivifica.

Por ti suspira e clama minha alma
sedenta, porquanto deva morar nesta
terra deserta; e faminto como estou,
desfalecente, só teu amor alento pode
me dar.

E uma terra seca, contempla-me,
Senhor; todo meu anelo, todo meu
desejo, deposito em ti; e mais me
regozijo em obter a tua graça, que
nos tesouros que a terra me pode dar.

Mais preciosa é a vida, e teu amor há
de ocupar em todo tempo meu
coração, meus lábios; e em
proclamar teu louvor hei de
empenhar minha paz, minha glória e
minha alegria.

miércoles, 17 de febrero de 2010

¿DISSESTE QUE NÃO FOSTE CHAMADO?


POR WILLIAM BOOTH, FUNDADOR DO EXERCITO DE SALVAÇÃO

Mais bem é do que não escutaste o chamado. Põe teu ouvido atencioso à Bíblia e escuta a Deus dizendo-te que saques aos pecadores do fogo do pecado. Põe teu ouvido atencioso ao coração abrumado e agonizante da humanidade e escuta sua lastimera petição de ajuda. Vê e pára-te muito próximo do inferno e escuta aos condenados que te pedem ir à casa de seus pais para advertir a seus irmãos e irmãs, a seus servos e amoos, para que não vingam a esse lugar. E já que o faças, mira a Cristo cara a cara, a quem Sua misericórdia professaste obedecer, e dile se unirás coração, alma, corpo e circunstâncias na marcha para publicar Sua misericórdia ao mundo.”
“A maioria das organizações cristãs desejam que seus candidatos estudem num seminário durante quatro ou cinco anos. Eu preferiria que pudessem baixar ao inferno só cinco minutos; tal experiência seria a melhor qualificação para uma vida de ministério compassivo.”“Sacar a um homem de seu bairro, sanar seu corpo, presentear-lhe roupa decente, prover-lhe com uma casa própria no campo, e deixar-lhe morrer e ir ao inferno... verdadeiramente, não vale a pena.”
“Teus dias aqui, sobre a Terra, não são muitos, assim que os usa da melhor maneira possível, para a glória de Deus e o benefício de tua geração.”
“Vê por almas... e vê pelas piores.”

martes, 16 de febrero de 2010

JOHN WESLEY O FUNDADOR DO METODISMO



Samuel Wesley não era uma pessoa querida pelos seus paroquianos e, por isso tanto, ele como a família, sofreram alguns ataques violentos. Na noite de 9 de Fevereiro de 1709, deitaram fogo à reitoria. Uma das mais conhecidas histórias sobre John Wesley refere-se ao seu salvamento, quando tinha cinco anos de idade, por um homem firmado nos ombros de outro, pouco antes de o teto ruir. O grito de Susanna "não é este um tição retirado do fogo?" tornou-se uma profecia. O próprio John foi, mais tarde, influenciado pela convicção da mãe de que Deus tinha uma missão especial para ele.
John Wesley viveu na Inglaterra do Século XVII, quando o cristianismo, em todas as suas denominações, estava definhando. Ao invés de influenciar, o cristianismo estava sendo influenciado, de maneira alarmante, pela apatia religiosa e pela degeneração moral. Dentre aqueles que não se conformavam com esse estado paralizante da religião cristã, sobressaiu-se John Wesley. Primeiro, durante o tempo de estudante na Universidade de Oxford, depois como líder no meio do povo. John Wesley pertencia a uma família pastoral, que vivia em Epworth, numa região afastada de Londres. Em seu lar absorveu a seiva de um cristianismo genuíno.
Ao entrar para a universidade, Wesley não se deixou influenciar pelo ceticismo cínico e nem pela libertinagem. Como reação a isso formou. junto com outros poucos jovens, o chamado "CLUBE SANTO". Os adeptos dessa sociedade tinham a obrigação de dar um testemunho fiel da sua fé cristã, conforme as regras da Igreja Anglicana. Eram rígidos e regulares em suas expressões religiosas, no exercício de ordem espiritual e no auxílio aos pobres, aos doentes e aos presos. Por causa dessa regularidade, os demais companheiros da universidade zombavam e ridicularizavam os membros do "CLUBE SANTO" dando-lhes o apelido de "METODISTAS".
Embora cumprisse fielmente a disciplina do "clube", John Wesley não se sentia satisfeito. Durante anos lutou com esse sentimento de insatisfação até que em 24 de maio de 1738, na rua Aldersgate, em Londres, passou por uma experiência espiritual extraordinária, que é assim narrada em seu diário:
"Cerca das nove menos um quarto, enquanto ouvia a descrição que Lutero fazia sobre a mudança que Deus opera no coração através da fé em Cristo, senti que meu coração ardia de maneira estranha. Senti que, em verdade, eu confiava somente em Cristo para a salvação e que uma certeza me foi dada de que Ele havia tirado meus pecados, em verdade meus, e que me havia salvo da lei do pecado e da morte. Comecei a orar com todo meu poder por aqueles que, de uma meneira especial, me haviam perseguido e insultado. Então testifiquei diante de todos os presentes o que, pela primeira vez, sentia em meu coração".
Para John Wesley, clérico da Igreja Anglicana, esse novo sentir não era como a conversão de um infiel a Cristo. Era um aprofundar na compreensão do que significa ser cristão. O movimento metodista, por muitas décadas não se organizou em igreja. Na Inglaterra o movimento organizou-se em igreja somente pouco depois da morte de John Wesley em 22 de março de 1791. Sendo assim, o fundador do movimento metodista morreu Anglicano, sem nunca ter pertencido à Igreja Metodista.

sábado, 13 de febrero de 2010

O GRANDE DEUS ENTRETENIMENTO



Por A. W. Tozer

Há muitos anos um filósofo alemão disse alguma coisa no sentido de que, quanto mais um homem tem no coração, menos precisará de fora; a excessiva necessidade de apoio externo é prova de falência do homem interior.
Se isto é verdade (e eu creio que é), então o desordenado apego atual a toda forma de entretenimento é prova de que a vida interior do homem moderno está em sério declínio. O homem comum não tem nenhum núcleo central de segurança moral, nenhum manancial no seu peito, nenhuma força interior para colocá-lo acima da necessidade de repetidas injeções psicológicas para dar-lhe coragem para continuar vivendo. Tornou-se um parasita no mundo, extraindo vida do seu ambiente, incapaz de viver um só dia sem o estímulo que a sociedade lhe fornece.
Schleiermacher afirmava que o sentimento de dependência está na raiz de todo culto religioso, e que por mais alto que a vida espiritual possa subir, sempre tem que começar com um profundo senso de uma grande necessidade que somente Deus poderia satisfazer. Se esse senso de necessidade e um sentimento de dependência estão na raiz da religião natural, não é difícil ver porque o grande deus entretenimento é tão cultuado por tanta gente. Pois há milhões que não podem viver sem diversão. A vida para eles é simplesmente intolerável. Buscam ansiosos o alívio dado por entretenimentos profissionais e outras formas de narcóticos psicológicos como um viciado em drogas busca a sua injeção diária de heroína. Sem essas coisas eles não poderiam reunir coragem para encarar a existência.
Ninguém que seja dotado de sentimentos humanos normais fará objeção aos prazeres simples da vida, nem às formas inofensivas de entretenimentos que podem ajudar a relaxar os nervos e revigorar a mente exausta de fadiga. Essas coisas, se usadas com discrição, podem ser uma benção ao longo do caminho. Isso é uma coisa. A exagerada dedicação ao entretenimento como atividade da maior importância para a qual e pela qual os homens vivem, é definitivamente outra coisa, muito diferente.
O abuso numa coisa inofensiva é a essência do pecado. O incremento do aspecto das diversões da vida humana em tão fantásticas proporções é um mau presságio, uma ameaça às almas dos homens modernos. Estruturou-se, chegando a construir um empreendimento comercial multimilionário com maior poder sobre as mentes humanas e sobre o caráter humano do que qualquer outra influência educacional na terra. E o que é ominoso é que o seu poder é quase exclusivamente mau, deteriorando a vida interior, expelindo os pensamentos de alcance eterno que encheriam a alma dos homens, se tão-somente fossem dignos de abrigá-los. E a coisa toda desenvolveu-se dando numa verdadeira religião que retém os seus devotos com estranho fascínio, e, incidentalmente, uma religião contra a qual agora é perigoso falar.
Por séculos a igreja se manteve solidária contra toda forma de entretenimento mundano, reconhecendo-o pelo que era – um meio para desperdiçar o tempo, um refúgio contra a perturbadora voz da consciência, um esquema para desviar a atenção da responsabilidade moral. Por isso ela própria sofreu rotundos abusos dos filhos deste mundo. Mas ultimamente ela se cansou dos abusos e parou de lutar. Parece Ter decidido que, se ela não consegue vencer o grande deus entretenimento, pode muito bem juntar suas forças às dele e fazer o uso que puder dos poderes dele. Assim, hoje temos o espantoso espetáculo de milhões de dólares derramado sobre o trabalho profano de providenciar entretenimento terreno para os filhos do Céu, assim chamados. Em muitos lugares, o entretenimento religioso está eliminando rapidamente as coisas sérias de Deus. Muitas igrejas nestes dias têm-se transformado em pouco mais do que pobres teatros onde “produtores” de quinta classe mascateiam as suas mercadorias falsificadas com total aprovação de líderes evangélicos conservadores que podem até citar um texto sagrado em defesa de sua delinqüência. E raramente alguém ousa levantar a voz contra isso.
O grande deus entretenimento diverte os seus devotos principalmente lhes contando estórias. O gosto por estórias, característicos da meninice, depressa tomou conta das mentes dos santos retardados dos nossos dias, tanto que não poucas pessoas, pelejam para construir um confortável modo de vida contando lorotas, servido-as com vários disfarces ao povo da igreja. O que é natural e bonito numa criança pode ser chocante quando persiste no adulto, e mais chocante quando aparece no santuário e procura passar por religião verdadeira.
Não é uma coisa esquisita e um espanto que, com a sombra da destruição atômica pendendo sobre o mundo e com a vinda de Cristo estando próxima, os seguidores professos do Senhor se entreguem a divertimentos religiosos? Que numa hora em que há tão desesperada necessidade de santos amadurecidos, numerosos crentes voltem para a criancice espiritual e clamem por brinquedos religiosos?
“Lembra-te, Senhor, do que nos tem sucedido; considera, e olha para o nosso opróbrio. … Caiu a coroa da nossa cabeça; ai de nós porque pecamos! Por isso caiu doente o nosso coração; por isso se escureceram os nossos olhos.” Amém. Amém.

(O Melhor de A. W. Tozer, Editora Mundo Cristão)

viernes, 12 de febrero de 2010

OS MORÁVIOS



Iniciado em Hernhut, Alemanha no século 18, o movimento de oração continua (24 horas) chamado Moravianos durou por quase 100 anos, e eles não oravam por aquilo que não estavam dispostos a ser a resposta.
Dois jovens Moravianos, de 20 anos ouviram sobre uma ilha no Leste da Índia cujo dono era um Britânico agricultor e ateu, este tinha tomado das florestas da África mais de 2000 pessoas e feito delas seus escravos, essas pessoas iriam viver e morrer sem nunca ouvirem falar de Cristo.Esses jovens fizeram contato com o dono da ilha e perguntaram se poderiam ir para lá como missionários, a resposta do dono foi imediata: ” Nenhum pregador e nenhum clérico chegaria a essa ilha para falar sobre essa coisa sem sentido”. Então eles voltaram a orar e fizeram uma nova proposta: “E se fossemos a sua ilha como seus escravos para sempre?”, o homem disse que aceitaria, mas não pagaria nem mesmo o transporte deles. Então os jovens usaram o valor de sua propria venda para custiar sua viagem.
No dia que estavam no porto se despedindo do grupo de oração e de suas familias o choro de todos era intenso, pois sabiam que nunca mais veriam aqueles irmãos tão queridos, quando o navio tomou certa distância eles dois se abraçaram e gritaram suas ultimas palavras que foram ouvidas: “QUE O CORDEIRO QUE FOI IMOLADO RECEBA A RECOMPENSA DO SEU SOFRIMENTO”

jueves, 11 de febrero de 2010

OS PERIGOS DA SEGURANÇA CARNAL



John Bunyan

Na cidade de Alma do Homem, vivia um homem cujo nome era Segurança Carnal. Este homem, apesar de toda a misericórdia concedida pelo Príncipe, colocou Alma do Homem em terrível servidão.

Quando Diabo tomou posse da cidade de Alma do Homem, ele trouxe consigo um grande número de seus descendentes. Entre estes se achava o Sr. Presunção. Diabo, percebendo que Presunção era muito ativo e ousado, enviou-o em muitas missões perigosíssimas. Presunção se mostrou bem-sucedido em suas realizações e agradou o seu senhor, mais do que muitos que o serviam. Reconhecendo que Presunção era conveniente aos seus propósitos, Diabo o tornou o segundo no comando, sob as ordens do grande lorde Vontade-Própria.

Naqueles dias, o lorde Vontade-Própria agradou-se de Presunção e de suas realizações, de modo que lhe deu sua filha, Srta. Não-Teme-Nada, como esposa. Ora, Não-Teme-Nada e Presunção tiveram um filho que chamaram Segurança Carnal. Houve muitos casamentos mistos em Alma do Homem, e, em alguns casos, dificilmente se podia determinar quem era natural da cidade e quem não o era. Segurança Carnal era parente do lorde Vontade-Própria, por parte de mãe, embora seu pai fosse descendente do Diabo, por natureza.

Segurança Carnal nasceu com os traços de seu pai e sua mãe. Ele era presunçoso, destemido e bastante ativo. De um modo ou de outro, qualquer idéia nova, filosofia estranha ou entretenimento incomum na cidade era instigado por ele. Nas contendas, ele rejeitava os que eram considerados fracos e sempre ficava do lado da facção mais forte.

Quando Shadai e Emanuel guerrearam contra Alma do Homem, Segurança Carnal estava na cidade. Ele se mostrou bastante ativo entre as pessoas, encorajando-as em sua rebelião e endurecendo-as em sua resistência contra as forças do Rei. Quando a cidade de Alma do Homem foi conquistada pelo Príncipe glorioso, Segurança Carnal viu Diabo ser expulso e forçado a deixar o castelo, com grande vergonha. Segurança Carnal percebeu que a cidade estava cheia dos capitães e das armas de guerra de Emanuel. Por essa razão, mostrando-se esperto, ele mudou de atitude. E, da mesma maneira como havia servido o Diabo, Segurança Carnal se comprometeu a apoiar o Príncipe.

Depois de obter algumas informações sobre os planos de Emanuel, Segurança Carnal aventurou-se na companhia dos homens da cidade e tentou conversar com eles. Segurança Carnal sabia que o poder e a força de Alma do Homem era grande e que seria agradável aos moradores se elogiasse o poder e a glória deles. Por conseguinte, ele começou a falar exageradamente sobre o poder e o vigor dos lugares seguros e das fortalezas de Alma do Homem, dizendo que a cidade era impenetrável. Segurança Carnal exaltou os capitães e suas armas, assegurando aos moradores que o Príncipe tornaria Alma do Homem feliz para sempre. Quando Segurança Carnal viu que algumas pessoas se deleitaram e foram conquistadas por seu discurso, ele estabeleceu como seu objetivo o percorrer todas as ruas e casas, a fim de convencer os moradores de sua segurança. Em breve, eles se tornaram tão carnalmente seguros como o era Segurança Carnal. Assim, motivados pela conversa, os moradores começaram a festejar e a se divertir.

O prefeito, Sr. Entendimento, o lorde Vontade-Própria e o Sr. Conhecimento também foram conquistados pelas palavras deste homem gentil e bajulador. Eles esqueceram que o seu Príncipe os advertira a serem cuidadosos e não se deixarem enganar por qualquer artifício diabólico. O Príncipe lhes dissera que a segurança agora florescente na cidade não se devia às suas fortalezas, e sim ao seu desejo de que Emanuel habitasse no castelo da cidade. A verdadeira doutrina de Emanuel dizia que Alma do Homem deveria ter o cuidado de não esquecer o amor do Príncipe e o amor de seu Pai pelos moradores. Eles também deveriam se comportar de um modo que os preservaria no amor dEle.

Tornarem-se enfatuados por causa de um habitante que era descendente do Diabo, especialmente alguém como Segurança Carnal, constituía um erro gravíssimo para eles. Deviam ter escutado, temido e amado o seu Príncipe. Deviam ter apedrejado até à morte este criador de desordens carnal e andado nos caminhos do seu Príncipe. A paz deles teria sido como um rio, se a sua justiça tivesse sido como as ondas do mar.

De sua residência, no castelo, Emanuel observou o que se passava na cidade. Compreendeu que, por meio da astúcia do Sr. Segurança Carnal, o coração dos homens de Alma do Homem havia se tornado frio em seu amor para com Ele. Com grande tristeza, ele se dirigiu ao Secretário de seu Pai: “Oh! Se meu povo tivesse me escutado e Alma do Homem houvesse andado em meus caminhos! Eu os teria alimentado com o mais fino trigo e sustentado com o mel que brota da rocha.”

Então, ele disse em seu coração: “Retornarei à corte de meu Pai, até que o povo de Alma do Homem considere e reconheça a sua ofensa.”

O coração de Emanuel estava ferido, porque eles não o visitavam mais em seu palácio real, como o faziam antes. Na realidade, os moradores de Alma do Homem nem mesmo percebiam que ele não estava mais vindo para bater na porta das casas deles. O Príncipe ainda preparava festas de amor e os convidava a participar, mas desprezavam os convites dele e não queriam mais se deleitar na sua companhia. Os habitantes de Alma do Homem não procuravam os conselhos do Príncipe, nem esperavam por tais conselhos. Em vez disso, se tornaram confiantes em si mesmos, concluindo que eram fortes e invencíveis. Acreditavam que Alma do Homem era segura e estava fora do alcance de qualquer inimigo.

Emanuel percebeu que, por causa da astúcia de Segurança Carnal, a cidade de Alma do Homem não dependia mais dele ou de seu Pai. Em vez disso, confiavam nas bênçãos que haviam recebido. A princípio, ele se entristeceu por causa da condição pecaminosa dos moradores. Por isso, tentou fazê-los compreender que o caminho que agora seguiam era perigoso. O Príncipe enviou seu Nobilíssimo Secretário, para proibi-los de continuar em seu caminho. Mas, nas duas ocasiões em que ele veio, encontrou os moradores jantando na casa de Segurança Carnal. O Secretário compreendeu que não estavam dispostos a ouvi-lo argumentando a respeito da felicidade deles. Depois, ele se retirou entristecido em seu coração. Quando ele narrou ao Príncipe a indiferença do povo, Emanuel também se sentiu ofendido e entristeceu-se. Assim, ele fez planos de retornar à corte de seu Pai.

Durante o restante do tempo que permaneceu em Alma do Homem, antes de sua partida, o Príncipe dedicou-se a si mesmo, mais do que o fizera anteriormente. Se procurava a companhia dos moradores, a conversa dele não era mais tão agradável como havia sido. Quando os homens da cidade vinham à casa do Príncipe, não o encontravam tão disponível como em tempos passados. Antes, ao ouvir os passos deles, o Príncipe se apressava a encontrá-los no meio do caminho e os envolvia em seus braços. Agora, porém, eles batiam uma ou duas vezes, e parecia que o Príncipe não os ouvia.

Emanuel continuou a agir desta maneira, esperando que as pessoas de Alma do Homem reconsiderassem suas atitudes e retornassem para ele. No entanto, elas não perceberam esta sua nova maneira de comportar-se para com elas, nem se comoveram com as lembranças dos antigos favores do Príncipe.

Por conseguinte, o Príncipe se retirou deles: primeiramente, em seu palácio; depois, nos portões da cidade; e, por último, saindo de Alma do Homem. Ele se ausentaria da cidade até que os moradores reconhecessem sua ofensa e buscassem sinceramente a face dele. O Sr. Paz-de-Deus também se retirou de sua posição e, até ao presente, não cumpriu mais seus deveres em Alma do Homem.

Por esse tempo, os moradores da cidade estavam tão endurecidos em seus caminhos e tão doutrinados por Segurança Carnal, que a partida do Príncipe não lhes comoveu o coração. Na verdade, os moradores de Alma do Homem nem se lembraram do Príncipe, depois que ele partiu, e sua ausência não teve qualquer importância para eles.

Revista Fé para Hoje, extraído de The Holy War, escrito por John Bunyan.

miércoles, 10 de febrero de 2010

TRABALHAR E ORAR



Por Orlando Boyer

Diz-se que Martinho Lutero tinha um amigo íntimo, cujo nome era Miconio. Ao ver Lutero sentado dias a fio trabalhando no serviço do Mestre, Miconio ficou penalizado e disse-lhe: "Posso ajudar mais onde estou; permanecerei aqui orando enquanto tu perseveras incansavelmente na luta." Miconio orou dias seguidos por Martinho. Mas enquanto perseverava em oração, começou a sentir o peso da própria culpa. Certa noite sonhou com o Salvador, que lhe mostrou as mãos e os pés. Mostrou-lhe também a fonte na qual o purificara de todo o pecado. "Segue-me!" disse-lhe o Senhor, levando-o para um alto monte de onde apontou para o nascente. Miconio viu uma planície que se estendia até o longínquo horizonte. Essa vasta planície estava coberta de ovelhas, de muitos milhares de ovelhas brancas. Somente havia um homem, Martinho Lutero, que se esforçava para apascentar a todas. Então o Salvador disse a Miconio que olhasse para o poente; olhou e viu vastos campos de trigo brancos para a ceifa. O único ceifador,que lidava para segá-los, estava quase exausto, contudo persistia na sua tarefa. Nessa altura, Miconio reconheceu o solitário ceifeiro, seu bom amigo, Martinho Lutero! Ao despertar do sono, tomou esta resolução: "Não posso ficar aqui orando enquanto Martinho se afadiga na obra do Senhor. As ovelhas devem ser pastoreadas; os campos têm de ser ceifados. Eis-me aqui, Senhor; envia-me a mim!" Foi assim que Miconio saiu para compartilhar do labor de seu fiel amigo.
Jesus nos chama para trabalhar e orar. É de joelhos que a Igreja de Cristo avança.

Extraído del libro “Heróis da Fé” de Orlando Boyer

sábado, 6 de febrero de 2010

Precisamos Novamente de Homens de Deus



A. W. Tozer

A igreja, neste momento, precisa de homens, o tipo certo de homens, homens ousados. Afirma-se que necessitamos de avivamento e de um novo movimento do Espírito; Deus, sabe que precisamos de ambas as coisas. Entretanto, Ele não haverá de avivar ratinhos. Não encherá coelhos com seu Espírito Santo.

A igreja suspira por homens que se consideram sacrificáveis na batalha da alma, homens que não podem ser amedrontados pelas ameaças de morte, porque já morreram para as seduções deste mundo. Tais homens estarão livres das compulsões que controlam os homens mais fracos. Não serão forçados a fazer as coisas pelo constrangimento das circunstâncias; sua única compulsão virá do íntimo e do alto.

Esse tipo de liberdade é necessária, se queremos ter novamente, em nossos púlpitos, pregadores cheios de poder, ao invés de mascotes. Esses homens livres servirão a Deus e à humanidade através de motivações elevadas demais, para serem compreendidas pelo grande número de religiosos que hoje entram e saem do santuário. Esse homens jamais tomarão decisões motivados pelo medo, não seguirão nenhum caminho impulsionados pelo desejo de agradar, não ministrarão por causa de condições financeiras, jamais realizarão qualquer ato religioso por simples costume; nem permitirão a si mesmos serem influenciados pelo amor à publicidade ou pelo desejo por boa reputação.

Muito do que a igreja faz em nossos dias, ela o faz porque tem medo de não fazê-lo. Associações de pastores atiram-se em projetos motivados apenas pelo temor de não se envolverem em tais projetos. Sempre que o seu reconhecimento motivado pelo medo (do tipo que observa o que os outros dizem e fazem) os conduz a crer no que o mundo espera que eles façam, eles o farão na próxima segunda-feira pela manhã, com toda a espécie de zelo ostentoso e demonstração de piedade. A influência constrangedora da opinião pública é quem chama esses profetas, não a voz de Jeová.

A verdadeira igreja jamais sondou as expectativas públicas, antes de se atirar em suas iniciativas. Seus líderes ouviram da parte de Deus e avançaram totalmente independentes do apoio popular ou da falta deste apoio. Eles sabiam que era vontade de Deus e o fizeram, e o povo os seguiu (às vezes em triunfo, porém mais freqüentemente com insultos e perseguição pública); e a recompensa de tais líderes foi a satisfação de estarem certos em um mundo errado.

Outra característica do verdadeiro homem de Deus tem sido o amor. O homem livre, que aprendeu a ouvir a voz de Deus e ousou obedecê-la, sentiu o mesmo fardo moral que partiu os corações dos profetas do Antigo Testamento, esmagou a alma de nosso Senhor Jesus Cristo e arrancou abundantes lágrimas dos apóstolos.

O homem livre jamais foi um tirano religioso, nem procurou exercer senhorio sobre a herança pertencente a Deus. O medo e a falta de segurança pessoal têm levado os homens a esmagarem os seus semelhantes debaixo de seus pés. Esse tipo de homem tinha algum interesse a proteger, alguma posição a assegurar; portanto, exigiu submissão de seus seguidores como garantia de sua própria segurança. Mas o homem livre, jamais; ele nada tem a proteger, nenhuma ambição a perseguir, nenhum inimigo a temer. Por esse motivo, ele é alguém completamente descuidado a respeito de seu prestígio entre os homens. Se o seguirem, muito bem; caso não o sigam, ele nada perde que seja querido ao seu coração; mas, quer ele seja aceito, quer seja rejeitado, continuará amando seu povo com sincera devoção. E somente a morte pode silenciar sua terna intercessão por eles.

Sim, se o cristianismo evangélico tem de permanecer vivo, precisa novamente de homens, o tipo certo de homens. Deverá repudiar os fracotes que não ousam falar o que precisa ser externado; precisa buscar, em oração e muita humildade, o surgimento de homens feitos da mesma qualidade dos profetas e dos antigos mártires. Deus ouvirá os clamores de seu povo, assim como Ele ouviu os clamores de Israel no Egito. Haverá de enviar libertação, ao enviar libertadores. É assim que Ele age entre os homens.

E, quando vierem os libertadores... serão homens de Deus, homens de coragem. Terão Deus ao seu lado, porque serão cuidadosos em permanecer ao lado dEle; serão cooperadores com Cristo e instrumentos nas mãos do Espírito Santo...

Revista Fé Para Hoje

viernes, 5 de febrero de 2010

Acerca de Jônatas Edwards



J. Wilbur Chapman

"Visitei o velho templo de Nova Inglaterra onde Jônatas Edwards pregou o comovente sermão: ''Pecadores nas mãos de um Deus irado". Edwards segurava o manuscrito tão perto dos olhos, que os ouvintes não podiam ver-lhe o rosto. Porém, com a continuação da leitura, o grande auditório ficou abalado. Um homem correu para a frente, clamando: Sr. Edwards, tenha compaixão! Outros se agarraram aos bancos, pensando que iam cair no Inferno. Vi as colunas que eles abraçaram para se firmarem, pensando que o Juízo Final havia chegado.
"O poder daquele sermão não cessa de operar no mundo inteiro. Mas convém saber algo mais da parte da história geralmente suprimida. Imediatamente antes desse sermão, por três dias Edwards não se alimentara; durante três noites não dormira. Rogara a Deus sem cessar: 'Dá-me a Nova Inglaterra!' Ao levantar-se da oração, dirigindo-se para o púlpito, alguém disse que tinha o semblante de quem fitara, por algum tempo, o rosto de Deus. Antes de abrir a boca para proferir a primeira palavra, a convicção caiu sobre o auditório."

Tomado del livro “Heróis da fe” de Orlando Boyer

jueves, 4 de febrero de 2010

Não é…



Por Horatius Bonar

Não é o que minhas mãos têm feito que pode salvar minha alma culpada;
Não é o que minha carne labutante tem suportado que pode encher o meu espírito;
Não é o que eu sinto ou faço que pode me dar a paz com Deus;
Nem todas as minhas orações, súplicas e lágrimas podem suportar a minha terrível carga;
Tua graça apenas, ó Deus, pode pronunciar perdão a mim;
Teu poder somente, ó Deus, pode quebrar esse penoso cativeiro;
Nenhuma outra obra, senão a Tua;
Nenhum outro sangue o fará;
Nenhuma força, senão aquela que é divina, pode me sustentar seguramente.

miércoles, 3 de febrero de 2010

Devemos orar mais



Por J. Hudson Taylor

Um jovem tinha sido chamado a terra estrangeira. Não tinha costume de pregar, mas sabia uma coisa, como prevalecer com Deus. Indo uma vez a ver a um amigo, disse-lhe:"Não sê como Deus me possa usar no campo missionário, pois não tenho talento especial"."Irmão", respondeu seu amigo, "Deus deseja homens no campo que possam orar. Há muitos predicadores, mas muito poucos que sabem orar".
Ele foi.
Em seu próprio quarto ao amanhecer, ouvia-se uma voz chorando e rogando pelas almas. A porta permanecia fechada todo o dia, e com o silêncio que prevalecia, sentia-se um como com desejos de caminhar suavemente porque um alma estava lutando com Deus.A seu lar chegavam as almas sedentas, atraídas por algum poder irresistível. Nas horas da manhã alguns chegavam e diziam:"Passei por tua casa tantas vezes, e desejei entrar. Podes dizer-me como posso ser salvo?"
Ou de outro lugar longínquo, outro chamava dizendo:"Ouvi que tu nos podes dizer como podemos encontrar o descanso para nosso coração".O mistério se revelou.
Na câmara secreta se pediam as almas perdidas, e eram reclamadas. O Espírito Santo sabia exatamente onde estavam, e as mandava.Apercibe isto: Se todos os que lêem estas linhas se apropriam de Deus com a violência santa e a perseverança invencível da oração cheia da fé, muitas coisas cederiam, às quais temos estado martelando em vão com nossa sabedoria humana e poder finitos.
O poder da oração nunca se usou a sua capacidade completa em nenhuma igreja. Se desejamos ver efetuar-se os milagres potentes da graça divina e o poder, que toda a igreja aceite o desafio de Deus. "Clama a mim, e eu te responderei, e te ensinarei coisas grandes e ocultas que tu não conheces" (Jeremías 33:3).

Tomado do "Consolador segundo"

martes, 2 de febrero de 2010

A Igreja de Cristo




Por Orlando Boyer

Um dos mais desafiadores já apresentados ao cristão é este: “A tarefa suprema da Igreja é a evangelização do mundo.”
A única defesa da Igreja é ganhar almas.
Ela nasceu no ardor da evangelização. Estará arruinada sempre que seus membros deixarem de alcançar o perdido.
No mundo hoje vivem mais de um bilhão e quatrocentos milhões de almas que nunca foram alcançadas pelo Evangelho de Cristo!
Há hoje no mundo mais de quatrocentos milhões de almas não evangelizadas, do que na geração passada.
Hoje mais de um quarto de todas as nações, um terço da superfície da terra, e metade da população mundial estão sob a influencia do comunismo ateu.
Será que como cristãos estamos apercebidos disto? Será? Lembramo-nos de que como indivíduos, somos a Igreja de Cristo? Para que existe no mundo a Igreja Cristã?
Ela não é uma grande arca, em que podem flutuar os favoritos, felizes, e sem cuidado algum, por sobre o mar da vida até chegar à praia áurea.
Ela não é uma companhia de seguros, à qual se podem pagar prêmios e se ficar inteiramente livre do fogo do inferno!
A Igreja não é um clube social, cujos membros se reúnem ocasionalmente para gozar a companhia uns dos outros, se divertirem, e trocarem idéias!
Não é uma casa de saúde em que os deformados espirituais e os moralmente anêmicos tratam de seus males hereditários. Não.
A Igreja de Cristo é uma instituição ganhadora de almas, a proclamar, a tempo e fora do tempo, que Jesus Cristo salva a todos os homens que O aceitarem.

lunes, 1 de febrero de 2010

O próprio Cristo




por A. B. Simpson

Gostaria de levar o pensamento de cada um a focalizar-se em Jesus, e somente nEle.
É comum ouvirmos os crentes dizerem: “Ah, como eu gostaria de obter a bênção da cura divina. Mas ainda não a obtive.”
E outros afirmam: “Eu já.”
Mas quando lhes pergunto: “O que obteve?”, não sabem responder.
Alguns dizem: “Recebi a bênção.” “Recebi a cura.” “Recebi a santificação.”
Mas, graças a Deus, o que devemos desejar não é a bênção, nem a cura, nem a santificação, nem outra coisa qualquer, mas Alguém muito superior. Devemos desejar Cristo, o próprio Cristo.

PRECISAMOS DE UMA PESSOA
Encontramos na Palavra a afirmação “Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças” (Mt. 8:17); “Carregando Ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados” (I Pe. 2:24). É a Pessoa de Jesus Cristo que devemos desejar. Muitos indivíduos têm uma idéia sobre Cristo, mas não passam disso. Têm um conceito na mente, na consciência e na vontade, mas Ele mesmo ainda não faz parte da vida deles. Assim só possuem um símbolo e uma expressão material de uma realidade espiritual.
Certa vez vi uma reprodução da Constituição dos EUA feita sobre uma chapa de cobre. Quando se olhava de perto, via-se apena um texto impresso. Mas quando se afastava um pouco, divisava-se na chapa a efígie de George Washington. Vistas de certa distância, as letras formavam os traços de Washington, e quem olhasse para elas enxergava apenas a pessoa e não as palavras, nem as idéias. Então ocorreu-me um pensamento: “É assim que devemos olhar para a Bíblia, para entender os pensamentos de Deus. Neles vemos o amoroso rosto de Jesus delineando-se em meio às palavras. Ali está o próprio Jesus, que se apresenta como a Vida, a Fonte de Vida, e a presença constante que a sustenta.”
Durante muito tempo orei a Deus pedindo a santificação, e muitas vezes achei que a havia recebido. Houve até uma ocasião em que senti algo diferente, e me agarrei àquela experiência, receoso de a perder. Fiquei acordado a noite toda, temendo que ela me escapasse, e é claro que, assim que a emoção e a sensação momentânea se esvaíram, ela desvaneceu também. Perdi-a, porque não me firmara em Jesus. É que estivera bebendo pequenos goles de um imenso reservatório, quando poderia estar imerso na plenitude de Cristo.
Às vezes, nos cultos, via pessoas dando testemunho sobre o gozo espiritual, e até achava que eu também o experimentara, mas não conseguia conservá-lo. É que minha fonte de alegria não era Jesus. Afinal, um dia, ele me disse com muita mansidão:
“Meu filho, receba-me, e eu próprio serei a fonte constante de tudo isso.”
Então resolvi despreocupar-me da santificação e da bênção em si, e passei a contemplar o próprio Cristo. Assim, em vez de ter uma experiência, entendi que tendo Cristo tinha quem era maior do que uma necessidade do momento, tinha o Cristo que era tudo de que necessitava. E ali O recebi, de uma vez para sempre.
Assim que O vi por esse prisma, experimentei um revigorante descanso. Tudo ficou acertado de uma vez por todas. Nele tinha tudo de que precisava, não apenas para aquele momento, mas para o outro, e o outro, e o outro, e assim por diante. Vez por outra, Deus me deixa entrever como será minha vida daqui a um milhão de anos, quando resplandeceremos “como o sol, no reino de (nosso) Pai (Mt. 13:43) e teremos “toda a plenitude de Deus” (Ef. 3:19).

MEU GRANDE SEGREDO
Se eu afirmasse agora que possuo uma fórmula secreta para se obter riqueza e sucesso, que recebi diretamente do céu, e que, por meu intermédio, Deus daria grandes quantidades dela a quem quisesse, todo mundo ficaria muito interessado. Pois quero mostrar-lhes na Palavra de Deus uma oferta muito mais valiosa que essa suposta fórmula. Inspirado pelo Espírito, o apóstolo Paulo diz que existe um “mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações” (Cl. 1:26). Trata-se de um segredo que o mundo tem procurado, mas não encontra; um segredo que os sábios estão sempre desejando. E o Senhor nos garante que “agora, todavia, se manifestou aos seus santos”. E Paulo viajou pelo Império Romano entregando essa mensagem a quem estivesse apto para recebê-la. Eis o segredo: “Cristo em vós, esperança da glória” (vs. 27).
O grande segredo é: “Cristo em vós”. E eu o passo a você agora, se quiser crer no que Deus diz. Para mim, ele tem sido maravilhoso. Faz alguns anos busquei a Deus, cheio de temores e de sentimentos de culpa. Apliquei esse segredo à minha vida e foi a solução para todas as minhas preocupações e meu fardo de pecados. Mas depois, após algum tempo, vi-me outra vez dominado pelo pecado, e a tentação me parecia forte demais. Busquei a Deus, e de novo Ele me disse: “Cristo em vós”.
Foi assim que obtive a vitória, o descanso, as bênçãos.

(Extraído do livro Jesus Cristo, Ele Mesmo, Editora Betânia)