viernes, 25 de enero de 2013

ORAÇÃO no Dia do Senhor de Susana Wesley




 “Oh Senhor!, como poderíamos suportar as preocupações e afãs da vida, se não fosse pela reconfortante quietude que recupera as nossas forças no dia de descanso que Tu hás previsto para nós? Graças a Ti e à Tua eterna bondade que estabeleceste o dia de domingo para fazermos uma paragem nas tarefas diárias da semana e para descansarmos dos nossos trabalhos. Senhor, é-nos difícil reconhecer que é o Teu dia e custa-nos afastarmo-nos do corrente e das preocupações quotidianas, assim como dos atractivos e frivolidades com que o mundo nos reclama e nos distrai do correcto uso deste dia bendito cuja chegada sempre esperamos ansiosamente.
Quantas desculpas e interesses vãos e mesquinhos nos afastam de Ti no Teu santo dia!... Comidas, jogos, passeios, tarefas informais, visitas, conversações e trabalhos diversos e desnecessários enchem o nosso tempo e distraem o nosso pensamento, impedindo que o consagremos como devíamos a Ti e à Tua causa. Senhor, perdoa a nossa falta de reconhecimento acerca do Teu santo dia e a nossa indiferença ante os valores espirituais que nos reportaria a consagrá-lo devidamente a Ti e à Tua obra, com zelo e ardor crescente!
Pedimos-Te que nos inspires um santo amor pelas Tuas coisas e por aqueles alicerces da fé, tão insubstituíveis, que puseste à nossa disposição. Que possamos consagrar o Teu santo dia descansando dos trabalhos da semana, compartilhando com a família, meditando na Tua Palavra, orando e louvando o Teu Santo nome e adorando-Te com todo o coração para que possamos crescer em amor e piedade. Tudo isto Te suplicamos no sagrado nome de Teu Filho, o nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Ámen.”
Susana Wesley (1669-1742)

jueves, 17 de enero de 2013

Cinco Passos em Direção à Boa Terra da Obediência




por Andrew Murray
Acompanhe esta ministração que trata da Fé! Fé que nos leva à obediência. Expôs cinco aspectos da nossa Fé que nos dá condições de  a Boa Terra da Obediência! 

Sabendo que Deus nos chama para entrarmos na boa terra de obediência total, permanece a pergunta: Como entrar nela? Quero oferecer cinco palavras como expressões da disposição de um coração confiante para entrar naquela boa terra: eu a vejo, eu a desejo, eu a espero, eu a aceito e eu confio em Cristo.

A Fé Vê
 Necessitamos, em primeiro lugar, estabelecer a questão de maneira calma e definitiva.
 Existe realmente uma tal terra da promessa onde constante obediência é certa e divinamente possível? Enquanto houver alguma dúvida sobre este ponto, é fora de questão subir e possuir a terra.
 Pense, por um instante, na fé de Abraão. Era uma confiança que repousava em Deus, na sua onipotência e na sua fidelidade. Ouça esta promessa: "Dar-vos-ei coração novo... porei dentro em vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis" (Ez 36.26,27).
 Aqui está o compromisso de aliança de Deus. Ele completa: "Eu, o Senhor, o disse, e o farei" (v.36). Ele assume a responsabilidade de levar-nos a obedecer e de nos capacitar para isso. Em Cristo e no Espírito Santo, ele fez a provisão mais maravilhosa que se possa imaginar para o cumprimento da sua promessa.
 Simplesmente faça o que Abraão fez – fixe o seu coração em Deus. "Mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus, estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera" (Rm 4.20,21). A onipotência de Deus era o esteio de Abraão. Faça com que seja o seu também. Olhe para todas as promessas que temos na Palavra de Deus de recebermos um coração puro, um coração firmado e irrepreensível em santidade, uma vida de justiça e santidade, um caminhar inculpável e agradável a Deus em todos os seus mandamentos, de Deus trabalhar em nós para efetuar tanto o querer como o realizar, e de operar em nós aquilo que é agradável à sua vista – e veja tudo isso com fé simples: Deus o disse; seu poder irá realizá-lo.
 Esta vida de plena obediência é possível, está ao nosso alcance. Essa certeza precisa tomar conta de sua vida. A fé pode ver o invisível e o impossível. Maravilhe-se com a visão até que o seu coração diga:
 "Tem de ser verdade. É verdade. Há uma vida prometida que ainda não conheci."

A Fé Deseja
 Quando leio o evangelho e vejo quão prontos estavam os doentes, os cegos e os necessitados para crerem na palavra de Cristo, freqüentemente eu me pergunto: O que eles tinham que os tornavam tanto mais preparados para isso do que nós? A resposta que eu encontro na Palavra é esta: a grande diferença estava na honestidade e na intensidade do desejo. Eles verdadeiramente desejavam libertação com todo o seu coração. Não havia necessidade de insistência para fazê-los desejar a bênção de Jesus.
 Pena que é tão diferente conosco! Todos nós desejamos, de certa maneira, ser melhores do que somos. Mas quão poucos realmente "têm fome e sede de justiça"; quão poucos desejam intensamente e imploram por uma vida de total obediência e pela constante consciência de estarem agradando a Deus!
 Não pode haver fé forte sem desejo forte. Desejo é o grande motivador do universo. Foi o desejo de Deus de nos salvar que o moveu a enviar o seu Filho. É o desejo que move os homens a estudarem, trabalharem e sofrerem. Só o desejo de salvação pode trazer um pecador a Cristo. É o desejo por Deus, pela mais íntima amizade com ele, e por ser exatamente o que ele quer que sejamos, que fará com que a terra prometida nos seja atraente. É isto que vai fazer com que abandonemos as demais coisas para conseguir tudo o que nos foi prometido e tornar a obediência de Cristo nossa de fato.
 E como é que o desejo pode ser despertado? Olhando, à luz do Espírito de Deus, contemplando essa vida e vendo-a como possível, como certa, como divinamente assegurada e abençoada, até que a nossa fé comece a arder com desejo e digamos:
 "Eu realmente desejo obtê-la. Com todo o meu coração vou buscá-la."

A Fé Espera
  É grande a diferença entre desejo e expectativa. Alguém pode ter um forte desejo pela salvação e, ao mesmo tempo, ter pouca esperança de realmente obtê-la. É um grande passo à frente quando o desejo passa a ser expectativa, e a pessoa começa a falar:
 "Tenho certeza de que é para mim e, embora eu não o veja agora, tenho uma confiante expectativa de obtê-lo."
 A vida de obediência não é mais um ideal inatingível que Deus coloca diante de nós apenas para fazer com que nos esforcemos um pouquinho mais para alcançá-lo. Não! É uma realidade planejada por ele para que fosse experimentada em carne e sangue aqui na terra. Espere-a, como algo preparado com toda certeza para você. Cultive a expectativa de que Deus a torne experiência em sua vida.
 Muitas coisas, na verdade, tendem a neutralizar essa expectativa: suas falhas no passado; seu temperamento ou circunstâncias desfavoráveis; a fragilidade da sua fé; sua dificuldade ao pensar no que essa entrega, essa disposição de ser obediente até a morte, pode exigir de você; sua consciência da falta de poder para isso – tudo faz com que você diga:
 "Talvez seja para os outros, mas receio que não seja para mim."
 Eu lhe imploro que não fale dessa maneira. Falando assim, você deixa Deus fora da equação. Tenha expectativa de receber sua herança. Olhe para cima, para o poder e para o amor de Deus, e comece a dizer:
 "Isto é para mim, sim!"
 Tome coragem ao conhecer os santos de Deus do passado. Veja aqui um exemplo.
 Desde a sua mocidade, Gerhard Tersteegen (um pregador pietista alemão, 1697-1769) buscava e servia ao Senhor. Tal era o desejo gerado pelo Espírito no seu interior, que abandonou carreira e negócios para poder buscar a Deus com mais empenho. Depois de algum tempo, a sensação da graça de Deus lhe foi retirada e, por cinco longos anos, viveu como um náufrago perdido no meio do mar, onde não aparecem nem sol nem estrelas. "Mas a minha esperança estava em Jesus." De repente, brilhou nele uma luz que nunca mais se apagou.
A vida de crucificação com Cristo não se podia aprender, de acordo com sua nova luz, através de estudo ou instrução humana. Só podia ser ensinada pelo Espírito Santo. "É algo muito pequeno para Deus nos levar a encontrar em nossas almas, em um instante, sem esforço, aquilo que talvez tenhamos buscado exteriormente, por muitos anos e com muito empenho."
 O que ele encontrou? Uma nova visão do Salvador, como aquele que é todo-suficiente. "Jesus somente é suficiente", ele aprendeu, "no entanto, é insuficiente quando não for abraçado como solução total e única."
 Ele escreveu com sangue das suas próprias veias uma carta para o Senhor Jesus, na qual disse:
 Meu Jesus, reconheço que pertenço somente a ti, meu único Salvador e Noivo. Desta noite em diante, renuncio do meu coração todo direito e autoridade que Satanás injustamente me concedeu sobre mim mesmo. Esta noite tu rompeste as portas do inferno e abriste para mim o coração amoroso do Pai! Desta noite em diante, ofereço todo meu coração e todo meu amor a ti em eterna gratidão. A partir desta noite, e por toda eternidade, tua vontade, não minha, seja feita! Comanda, reina e governe sobre mim. Eu me entrego totalmente, sem reservas, e prometo, com a tua ajuda e poder, dar a minha última gota de sangue antes de consciente e voluntariamente, em meu coração ou vida, ser falso e desobediente a ti. Tu tens o amor do meu coração para ti mesmo e para mais ninguém. Teu Espírito seja meu guarda; tua morte, a rocha da minha segurança. Que teu Espírito sele o que foi escrito na simplicidade do meu coração.
 Tua possessão indigna, Gerhard Tersteegen, 1724
 Esta foi a sua obediência até a morte.
 O mesmo Deus ainda vive. Você também pode experimentar a vida de obediência que vem por Cristo. Ponha a sua esperança nele. Ele o fará.

A Fé Aceita
 Aceitar é mais do que esperar. Muitos caminham e esperam e nunca possuem porque não aceitam.
 Se você ainda não aceitou, nem se sente pronto para aceitar, o que você precisa fazer é: ter expectativa! Porém, se houver uma expectativa de coração, e se for realmente uma expectativa focada no próprio Deus, certamente esta o guiará até a aceitação.

Agora se você já tem a expectativa, a palavra urgente para você é: Aceite! A fé tem o maravilhoso poder dado por Deus de dizer: "Eu aceito, eu tomo, é meu".
 É pela falta desta fé definida que se apropria da bênção espiritual desejada que muitas orações parecem ser infrutíferas. Para esse ato de fé, nem todos estão prontos.
 Onde não existe verdadeira convicção do pecado da desobediência e, pior ainda, onde não há genuína tristeza por causa disso; onde não existe forte anseio ou propósito de realmente obedecer a Deus em tudo; onde não há interesse profundo na mensagem da Sagrada Escritura de que Deus quer nos "aperfeiçoar em todo bem" para cumprirmos a sua vontade, por ele mesmo operando em nós "o que é agradável diante dele" (Hb 13.21), também não haverá a capacidade espiritual para aceitar a bênção.
 O cristão se contenta em ser um bebê. Ele quer somente sugar o leite da consolação. Não está pronto para comer o alimento forte que Jesus comeu, "fazendo a vontade do seu Pai."
 Mesmo assim, quero suplicar a todos: Aceite a graça para viver essa maravilhosa nova vida de obediência. Aceite-a agora. Sem isso, seu ato de consagração significará muito pouco. Sem isso, seu propósito de tentar ser mais obediente falhará. Deus já não lhe mostrou que há uma posição inteiramente nova para você aceitar – uma posição atingível de ter a simples obediência de criança, dia a dia, a cada ordem recebida pela voz do Espírito; uma posição atingível de ter a simples dependência de criança em sua graça todo-suficiente para executar essas ordens?
 Oro para que, mesmo agora, você assuma essa posição, faça a sua entrega e aproprie-se da graça divina. Aceite a verdadeira vida de fé e entre na incessante obediência da fé. Que sua fé se torne tão ilimitada e segura quanto o são as promessas e o poder de Deus. Que sua simples obediência de criança seja tão ilimitada quanto a sua fé. Peça a Deus para ajudá-lo e aceite tudo o que ele já lhe ofereceu.

A Fé Confia em Cristo Para Tudo
 "Porque quantas são as promessas de Deus tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio" (2 Co 1.20). É possível que, enquanto leu sobre a vida de obediência, tenham surgido perguntas e dificuldades para as quais você não tem uma resposta imediata. Pode parecer difícil para receber tudo isso ou para conciliar as verdades com seus velhos hábitos de pensamentos, palavras e ações. Você teme que não seja capaz de logo sujeitar tudo a esse princípio supremo que deve governar toda sua vida.
 Para todas essas questões, há uma resposta, uma libertação de todos os temores: Jesus Cristo, o Salvador vivo, conhece tudo, e pede que você confie nele e se entregue totalmente à sua sabedoria e poder, a fim de poder sempre andar no caminho da obediência da fé.

Extraído de "The School of Obedience" (A Escola da Obediência), de Andrew Murray (1828-1917), ministro, missionário e autor em África do Sul.

miércoles, 16 de enero de 2013

O Grande prazer de andar com Deus


Por John Flavel (1628 - 1691)


O prazer e o proveito obtidos por contemplar o que Deus faz na providência.
Eu devo agora apresentar-lhes o grande prazer de andar com Deus e ver de perto diariamente Suas providências.
Desse modo podem desfrutar de uma íntima comunhão diária com Deus
O Salmo 104 constitui uma meditação sobre as obras da providência. O salmista diz: "A minha meditação a seu respeito será suave" (versículo 34). A comunhão consiste em duas coisas: Deus Se revelando à alma, e a alma respondendo a Deus. O efeito dessa comunhão sobre nós é visto de quatro modos:

(i) Como no caso de Jacó e outros santos do passado, nós somos levados a sentir que não merecemos nem sequer a mínima das misericórdias de Deus e nem a verdade que Ele tem nos manifestado. Somos levados a dizer: "Não sou digno da menor de todas as tuas beneficências, e de toda a fidelidade que tens usado para com teu servo" (Gênesis 32:10).

(ii) Nosso amor por Deus é engrandecido quando nos lembramos de Suas misericórdias. Todo homem ama as bênçãos de Deus, mas um santo ama o Deus das bênçãos.

(iii) Comunhão com Deus, fruto de meditação nas Suas providências, faz com que a alma vigie rigorosamente contra o pecado.

(iv) A comunhão nos facilita obedecer e servir ao Senhor. Davi e Josafá também tiveram essa experiência (Salmo 116:12; 11 Crônicas 17:5-6).

Assim, vemos quão maravilhosa é a comunhão que uma alma pode ter com Deus através do estudo de Suas providências. Oxalá vocês andassem dessa maneira com Ele! Quando tais efeitos forem produzidos nos seus corações o Senhor dirá: "Os favores pelos quais vocês foram beneficiados, não foram dados em vão!" Ele Se alegrará em lhes fazer o bem, para sempre.

Medite na Providência Especial de Deus



Por John Flavel (1628-1691)


Pensem o mais profundamente que possam e por quanto tempo puderem sobre as providências de Deus
Asafe disse: "Lembrar-me-ei, pois, das obras do Senhor; certamente que me lembrarei das tuas maravilhas da antigüidade. Meditarei também em todas as tuas obras, e falarei dos teus feitos" (Salmo 77:11-12). Quando se lembram do que Deus fez em vocês e por vocês ao longo de suas vidas seus corações se amolecerão antes de poderem recordar a metade das Suas misericórdias. Se eles não amolecerem, então são realmente duros. Não há no mundo inteiro uma história tão agradável para ser lida do que a de suas próprias vidas.
Continuem a focalizar o caminho pelo qual Deus os têm conduzido até que o compreendam melhor. O servo de Elias ficou olhando para o céu até que ele viu uma pequena nuvem que rapi­damente cobriu o céu. Então, inicialmente olharão para algumas providências e verão pouco ou nada nelas; mas olhem "sete vezes" e as verão crescer gloriosamente, como a nuvem que cobriu o céu. Há tantas coisas a serem consideradas antes de julgar o valor de uma providência. Há o tempo certo para um acontecimento, a natureza pessoal de um fato em particular, o modo como um ato de misericórdia conduz a outros, e os meios surpreendentes usados pela providência. Além disso, precisamos pensar principalmente no propósito da providência em tudo o que nos acontece. "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto" (Romanos 8:28).
Finalmente, a providência está relacionada intimamente à oração. Quando Deus nos dá aquilo que pedimos, é como se essas coisas tivessem nelas a estampa de nossas orações!

martes, 15 de enero de 2013

Um Amigo



Por J.C. Ryle
Um amigo é uma das maiores bênçãos na terra. Não me fale de dinheiro. Afeição é melhor que o ouro. Empatia é melhor do que propriedades. Pobre é o homem que não tem amigos. Você tem um amigo?
 Este mundo é cheio de tristeza, porque é cheio de pecado. É um lugar escuro. É um lugar solitário. É um lugar decepcionante. O raio de sol mais brilhante neste mundo é um amigo. Amizade corta nossos problemas pela metade e multiplica por dois as nossas alegrias. Você tem um amigo?
Um amigo verdadeiro é escasso e raro. Há muitos que irão comer, beber, e rir conosco na luz do sol da prosperidade. Há poucos que permanecerão ao nosso lado nos dias de escuridão, há poucos que nos amarão quando estivermos doentes, desamparados e pobres, há poucos, acima de tudo, que cuidarão de nossas almas. Você tem um amigo verdadeiro?
Leitor, você quer um amigo verdadeiro? Eu escrevo para recomendar um à sua atenção neste dia. Eu sei de um que “é mais chegado que um irmão.” (Prov. 18:28). Eu sei de um que está pronto para ser seu amigo por todo tempo e eternidade, se você o receber. Ouça-me enquanto eu tento te contar algo sobre Ele.
 Você quer um amigo na necessidade? Tal amigo é O Senhor Jesus Cristo. O homem é a criatura mais carente nesta terra de Deus, porque o homem é um pecador. Não há carência tão grande quanto aquela dos pecadores. Pobreza, fome, sede, frio, doença, todas são nada em comparação. Pecadores necessitam de perdão, e eles são completamente incapazes de provê-lo para si mesmos. Eles necessitam de libertação de uma consciência culpada, e do medo da morte, e eles não têm poder em si mesmos para obtê-la. Esta necessidade O Senhor Jesus veio ao mundo para satisfazer. “Ele veio ao mundo para salvar os pecadores” (I Timóteo 1:15).

Uma Porta Aberta



Por Charles H. Spurgeon


Aquele que... abre, e ninguém fechará. – (Ap 3.7)

Jesus é aquele que guarda as portas do Paraíso. Ele coloca diante de cada crente uma porta aberta que nenhum homem e nenhum demônio é capaz de fechar. A fé no Senhor Jesus é a chave de ouro que abre as portas eternas. Você carrega esta chave bem próxima de seu coração ou está confiando em algum meio enganoso de entrada que lhe falhará no final? Ouça esta parábola do pregador e recorde-a.

O grande Rei preparou um banquete e proclamou que entraria para o banquete somente aquele que trouxesse a flor mais bela. Aos milhares, os homens se aproximaram dos portões, cada um deles trazendo a flor que considerava ser a rainha dos jardins. No entanto, todos eles são afastados do palácio e não podem entrar nos salões do banquete. Eles haviam apanhado a mortífera erva da superstição, as papoulas ostentosas da religião ou a flor da cicuta da justiça própria. Essas flores, porém, não são apreciadas pelo Rei, e aqueles que as trazem são deixados do lado de fora dos portões de pérola.

Você já colheu a Rosa de Sarom? Você traz no peito o Lírio do Vale? Se isto é verdade, quando chegar nas portas do céu, descobrirá o quanto ela é valiosa. Quando você mostrar essas flores seletas, as portas do céu se abrirão. Tendo a Rosa de Sarom em sua mão, você encontrará acesso ao trono do próprio Deus. O céu não tem nada que excede a radiante beleza da Rosa de Sarom. Todas as flores que brotam no Paraíso não podem rivalizar com o Lírio dos Vales.

Pela fé, apanhe com sua mão a rosa vermelho-sangue do Calvário. Por amor, use essa rosa; por meio da comunhão, preserve-a; por intermédio da vigilância, faça dessa rosa o seu tudo. Então, você será abençoado com toda bem-aventurança e será abundantemente feliz.

sábado, 9 de junio de 2012

A Insatisfação da Vida e o Seu Remédio



J. Hudson Taylor

Unir-se a Cristo e permanecer em Cristo – o que isso nos assegura? Paz, perfeita paz; descanso, repouso constante; respostas a todas as nossas orações; vitória sobre todos os nossos inimigos; uma vida pura e santa; e a capacidade cada vez maior de dar frutos.Tudo isso é o resultado maravilhoso de permanecer em Cristo...
 Mesmo assim, muita gente do povo de Deus não conhece o repouso nem a alegria de permanecer em Cristo; não sabe como obtê-lo nem por que ainda não o possui. Não são poucos os que se lembram das delícias dos primeiros dias, mas que, longe de prosseguirem para descobrir herança ainda maior em Cristo, estão perfeitamente conscientes de que perderam o seu primeiro amor. Tudo que lhes ficou foi um lamento queixoso: “Onde está aquela bem-aventurança que senti quando encontrei o Senhor pela primeira vez?”
 Há outros que, mesmo não tendo perdido o primeiro amor, sentem que as interrupções ocasionais à sua comunhão com o Senhor estão se tornando mais e mais insuportáveis, à medida que o mundo se lhes torna menos importante e a presença de Jesus mais indispensável. A ausência dele é causa de uma angústia que cresce mais a cada dia.
 “Ah! se eu soubesse onde o poderia achar!” (Jó 23.3). “Beija-me com os beijos de tua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho” (Ct 1.2). Você diz: “Quisera que o seu amor fosse constante e forte como o meu, e que ele nunca retirasse de diante de mim o brilho de sua face!”
 Pobre equivocado! Existe um amor muito mais forte do que o seu esperando-o, um amor que anseia por satisfazer-se. O Noivo é que está esperando por você; os empecilhos à sua aproximação são todos do seu lado. É só tomar o seu devido lugar, e você verá como ele terá prazer, como está ansioso por satisfazer seus desejos mais profundos e suprir todas as suas necessidades!
 Que diríamos de uma noiva cuja vaidade e teimosia impedissem não só a realização de sua própria felicidade, mas também a daquele que lhe entregara seu coração?

Embora nunca esteja tranqüila em sua ausência, ela não consegue confiar plenamente nele; tampouco tem coragem de abrir mão de seu próprio nome, seus próprios direitos e propriedades, sua própria vontade – mesmo em favor da pessoa que reconhece ser indispensável para sua felicidade. Ela gostaria muito de receber todo o seu amor e devoção, mas não consegue entregar-se inteiramente a ele; um, porém, é impossível sem o outro.
 Enquanto ela retiver seu próprio nome, jamais terá direito ao nome dele. Ela não poderá prometer amá-lo e honrá-lo sem, ao mesmo tempo, prometer obedecer-lhe. E, enquanto seu amor não chegar a esse ponto de total entrega e rendição, o seu amor será sempre um amor insatisfeito; jamais conseguirá achar descanso junto ao seu noivo como uma noiva satisfeita. Enquanto conservar sua vontade própria e o controle de suas próprias coisas, terá de contentar-se em viver de seus próprios recursos. Não terá direito aos recursos dele.
 Poderia haver uma prova mais lamentável da extensão e da dura realidade da queda da humanidade do que essa profunda e arraigada desconfiança em relação ao nosso amado Mestre e Senhor? É essa desconfiança que nos faz hesitar na hora de nos entregarmos completamente a ele, que nos faz temer que ele nos peça algo além de nossas forças ou exija de nós algo muito difícil de dar ou fazer. A verdadeira razão de uma vida insatisfeita pode, muitas vezes, ser encontrada na falta de render-se a Deus.
 Entretanto, como tudo isso é tolice e, ao mesmo tempo, um grande erro! Será que nos imaginamos mais sábios do que ele ou que nosso amor por nós mesmos é mais carinhoso e forte que o dele? Ou achamos que nos conhecemos melhor do que ele nos conhece? Como essa nossa desconfiança deve magoar e ferir novamente seu terno coração, ele que se tornou, por nossa causa, um homem de dores (Is 53.3)!
 Quais seriam os sentimentos de um noivo terreno, se descobrisse que sua noiva amada temia desposá-lo, com grandes receios de que usasse seu poder sobre ela para tornar sua vida insuportável? No entanto, não é exatamente assim que muitos remidos do Senhor o tratam! Não é de admirar que nunca estejam felizes ou satisfeitos!
 Mas o verdadeiro amor não fica estacionado; forçosamente, declinará ou crescerá. Apesar de todos os injustificados receios de nossos pobres corações, o amor divino é destinado à vitória. A amada exclama: “Suave é o aroma dos teus ungüentos, como ungüento derramado é o teu nome; por isso as donzelas te amam” (Ct 1.3).
 Não existia nenhum óleo como aquele com o qual o Sumo Sacerdote era ungido; e o nosso Noivo é um Sacerdote além de ser Rei. A tímida noiva não consegue desfazer-se totalmente de seus temores; apesar disso, a inquietação e a ansiedade tornaram-se insuportáveis, e ela decide render-se completamente e segui-lo, venha o que vier.

Ela lhe entregará o seu próprio ser, a mão e o coração, tudo que é e tudo o que possui. Nada pode ser mais insuportável que sua ausência! Se ele a levasse a outro monte Moriá (Gn 22.1-2) ou mesmo a um Calvário, ela o seguiria. “Leva-me tu, correremos após ti” (Ct 1.4).
 Mas oh! o que vem depois? Oh, que maravilhosa surpresa! Não é o Moriá, nem o Calvário; pelo contrário, é o próprio Rei! Quando o coração se entrega, Jesus reina. E quando Jesus reina, há descanso. E para onde levará ele sua noiva? “O Rei me introduziu nas suas recâmaras” (Ct 1.4). Não foi primeiro para a sala do banquete – isso virá na hora certa (Ct 2.4) – mas antes para ficar a sós com ele mesmo.
 Que perfeição! Algum noivo ficaria satisfeito em encontrar sua amada somente em um lugar público? Não, ele há de querer ficar a sós com sua noiva – ter a atenção dela todinha só para si mesmo. E assim ocorre com nosso Mestre: ele toma pela mão aquela que agora é sua esposa, totalmente rendida, e a leva à parte para fruir as sagradas intimidades de seu maravilhoso amor.
 O Noivo da Igreja está ansioso para entrar em comunhão com seu povo, muito mais do que este deseja estar com ele, e às vezes chega a clamar: “Mostra-me o teu rosto, faze-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce, e o teu rosto amável” (Ct 2.14).
 Não é verdade que estamos mais ansiosos em vê-lo por nossas necessidades do que para dar a ele alegria e prazer? Mas não deveria ser assim. Nós não aprovamos crianças que só estão interessadas no que podem obter dos pais, e nunca pensam no prazer ou na ajuda que lhes podem proporcionar. Igualmente, não estamos nos esquecendo que agradar a Deus é dar-lhe prazer?
 Talvez as palavras “agradar a Deus”, para nós, significavam apenas não pecar contra ele, nem entristecê-lo; mas o amor dos pais terrenos ficaria satisfeito com a mera ausência da desobediência? Ou um noivo ficaria feliz se sua noiva só o procurasse para resolver suas próprias necessidades?
 Será oportuno, agora, dar uma palavra sobre as primeiras horas da manhã. Não há tempo mais bem aproveitado do que as primeiras horas do dia, quando as dedicamos somente a Jesus. Estamos dando a devida atenção a esse tempo? Se for possível, resgate esse tempo, pois é insubstituível. É preciso tirar tempo para andarmos com Deus!
 Uma outra sugestão: quando levamos nossas questões a Deus, é comum passar rapidamente de um pedido a outro, ou sair do nosso tempo de oração, sem esperar uma resposta. Essa atitude não revela nossa pouca esperança, ou nosso pouco desejo de obter uma resposta? Será que gostaríamos que nos tratassem assim? Esperar, em silêncio, diante de Deus, evitaria muitos enganos e muitas tristezas.
 Vemos, então, como a noiva fez uma maravilhosa descoberta, como o primeiro fruto de sua entrega de si mesma: o Rei – seu Rei – e não uma cruz, como ela esperava. “Em ti nos regozijaremos e nos alegraremos; do teu amor nos lembraremos, mais do que do vinho; não é sem razão que te amam” (Ct 1.4).

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VIVENDO A VIDA QUE AGRADA A DEUS



Por Hannah Whitall Smith

Você é um filho de Deus, e deseja ardentemente agradá-Lo. Você ama seu divino Mestre, e está angustiado e cansado do pecado que O entristece. Você anseia por ser liberto do poder do pecado. Tudo que você tentou até aqui  para se livrar falhou, e agora, em seu desespero, você se pergunta se realmente é possível esta libertação, se o que essas pessoas felizes andam dizendo, que Jesus é capaz e desejoso de libertá-lo, é verdade.
Certamente que no íntimo da sua alma, você deve saber que isso é verdadeque salvá-lo das mãos de todos os seus inimigos é, de fato, a verdadeira causa de Jesus ter vindo. Então confie Nele. Confie-lhe sua causa sem reserva alguma, e creia que Ele Se encarregará dela, e logo a seguir, baseado no que Ele é e no que Ele disse, declare que está sendo salvo agora mesmo por Ele. Da mesma forma como você creu da primeira vez que Ele o libertou da culpa do pecado porque Ele o disse, da mesma forma creia que Ele o liberta do poder do pecado porque Ele assim diz.
Através da fé, tome posse agora mesmo de um novo poder em Cristo. Você creu Nele como o Salvador que morreu em seu lugar; creia Nele agora como seu Salvador que está vivo. Da mesma forma como Ele veio para livrá-lo do juizo futuro, também veio para livrar você do cativeiro atual. Assim como verdadeiramente Ele veio para ser açoitado em seu lugar, também veio para lhe dar Sua vida.
Tanto no primeiro quanto no segundo caso você é completamente impotente. É tão difícil se livrar dos seus pecados quanto alcançar agora a sua própria justiça prática. Cristo, e somente Cristo, pode fazer tanto uma como outra por você, e a sua parte em ambos os casos é simplesmente entregar-Lhe a situaçao, e crer que Ele fará o resto.

jueves, 7 de junio de 2012

Confissões Ministeriais



Por Horatius Bonar
Temos sido carnais e insensíveis espiritualmente. Por nos associarmos com muita freqüência e muita intimidade com o mundo, em grande medida acabamos nos acostumando com suas formas de agir. Como resultado, nossas percepções espirituais foram destruídas e nossas consciências calejadas. A tenra sensibilidade do nosso coração desapareceu e foi substituída por um grau de calosidade que antes nos achávamos incapazes de possuir.
Temos sido egoístas. Temos considerado preciosas nossas vidas e nosso conforto. Temos procurado agradar a nós mesmos. Tornamo-nos materialistas e cobiçosos. Não nos temos apresentado a Deus como “sacrifícios vivos”, dispondo de nós mesmos, do nosso tempo, da nossa força, das nossas faculdades e do nosso tudo sobre seu altar… assim como Jesus, que não agradou a si mesmo.
Temos sido indolentes. Não temos procurado ajuntar os fragmentos do nosso tempo, a fim de que nenhum momento fosse desperdiçado inutilmente. Preciosas horas e dias foram gastos sem propósito em conversas e prazeres fúteis, quando poderiam ser usados na oração, no estudo ou na pregação! Indolência, auto-satisfação e indulgência da carne estão corroendo nosso ministério qual tumor canceroso, impedindo a bênção e maculando nosso testemunho.
Temos sido apáticos. Mesmo na nossa diligência, quão pouco calor e brilho! Não derramamos toda nossa alma na nossa atividade, o que deixa tantas vezes a impressão de mera forma e rotina. Não falamos nem agimos como pessoas intensas. Nossas palavras são débeis, mesmo quando verdadeiras e fundamentadas. Nossas expressões são indiferentes, mesmo quando as palavras são carregadas de significado. Falta amor – amor que é forte como a morte; amor como aquele que fez Jeremias chorar em lugares secretos.
Temos sido tímidos. O temor nos tem levado muitas vezes a generalizar verdades, que se fossem declaradas especificamente, com certeza teriam trazido ódio e opróbrio sobre nós. Quantas vezes deixamos de declarar ao nosso povo todo o conselho de Deus. Temos nos retraído de reprovar, repreender e exortar com toda paciência e verdade. Tivemos medo de alienar amigos ou despertar a ira de inimigos.
Temos faltado em sobriedade. Como deveríamos nos sentir profundamente abatidos por causa da nossa leviandade, frivoleza, irreverência, alegria superficial, conversas vãs e brincadeiras, pelas quais sérios prejuízos foram causados a outros, o progresso dos santos retardado e a miserável inutilidade do mundo reforçada.
Temos pregado a nós mesmos e não a Cristo. Temos buscado aplausos, cortejado a honra, sido solícitos com a fama e enciumados por causa da reputação. Por muitas vezes, temos pregado visando atrair a atenção das pessoas para nós mesmos, ao invés de conduzi-las a Jesus e à sua cruz. Cristo não tem sido o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, de todos os nossos sermões.
Não temos estudado e honrado devidamente a Palavra de Deus. Temos dado proeminência maior aos escritos dos homens, às opiniões dos homens e aos sistemas humanos nos nossos estudos e meditações. Temos mantido mais comunhão com o homem do que com Deus. Precisamos estudar mais a Bíblia. Precisamos imergir nossas almas nela. Precisamos não só fazer um depósito dela dentro de nós, mas transfundi-la através de toda a textura do nosso interior. O estudo da verdade mais na forma acadêmica do que na devocional a tem roubado de seu vigor e da sua vida, gerando no seu lugar frieza e formalidade.
Não temos sido pessoas de oração. Temos permitido que negócios, estudos e atividades interfiram com nossas horas a sós com o Senhor. Uma atmosfera febril tem invadido nosso tempo devocional, perturbando a doce calma da bendita solitude. Sono, conversas fúteis, visitas sem propósito, brincadeiras, leituras sem conteúdo e ocupações inúteis preenchem tempo que poderia ser redimido e dedicado à oração. Por que há tanto palavrório e tão pouca oração? Por que tanta agitação e correria e tão pouca oração? Por que tantas reuniões com nossos próximos, e tão poucos encontros com Deus? É a falta destas horas solitárias que tornam nossas vidas impotentes, nosso trabalho improdutivo e nosso ministério débil e infrutífero.
Não temos honrado o Espírito Santo. Não temos procurado sua unção no estudo da Palavra nem na pregação. Temos entristecido-o, desvalorizando seu papel como Mestre, Consolador, Santificador e o único capaz de convencer do pecado ou da verdade. Por isso, por pouco ele tem se afastado de nós, deixando-nos colher o fruto da nossa própria perversidade e incredulidade.
Temos sido incrédulos. É a incredulidade que nos torna tão frios na pregação, tão indispostos para visitar e tão negligentes em todos os nossos deveres sagrados. É a incredulidade que congela nossa vida e endurece nosso coração. É a incredulidade que nos leva a lidar com realidades eternas com tanta irreverência. É a incredulidade que nos permite subir ao púlpito com passos tão leves, quando ali iremos tratar com seres imortais sobre assuntos referentes ao céu e ao inferno.
Precisamos de pessoas que se disponham e que se derramem; que se doem e que orem; que vigiem e chorem pelas vidas perdidas.

miércoles, 23 de mayo de 2012

DESEJO ARDENTE DE GANHAR ALMAS

Por Orlando Boyer
             Já ganhaste uma alma para Cristo? Já experimentaste? Conheces alguém atualmente na glória, com Cristo, levado por ti a Ele? Ou conheces alguém que está no caminho para o céu, porque o informaste do Salvador?
            Se fossem desvendados os teus olhos, neste momento, para contemplar a eternidade, e se te fosse revelado que tens de passar para lá, neste ano não desejarias depositar aos pés do Salvador algum presente como prova de teu amor? Pode haver um presente tão precioso ou aceitável ao Mestre, como uma alma ganha para Ele, durante um ano?
            As palavras dos maiores, na história da Igreja de Cristo, revelam como o coração os abrasava com este desejo; vamos citar algumas expressões:
            Knox, assim rogava a Deus: “Dá-me a Escócia ou eu morro!”
            Whitefield, implorava: “Se não queres dar-me almas, retira a minha!”
            Diz-se de Aleine: “Era insaciavelmente desejoso de conversão de almas, e para este fim derramava seu coração em oração e pregação”
            João Bunyan, disse: “Na pregação não podia contentar-me sem ver o fruto do meu trabalho”.
            Assim dizia Mateus Henry: “Sinto maior gozo em ganhar uma alma para Cristo, do que em ganhar montanhas de ouro e prata, para mim mesmo”.
            D. L. Moody: “Usa-me, então, meu Salvador, para qualquer alvo e em qualquer maneira que precisares. Aqui está meu pobre coração, uma vasilha vazia, enche-me com a Tua graça”.
            Henrique Martyn, ajoelhado na praia da Índia, onde fora como missionário, dizia: “Aqui quero ser inteiramente gasto por Deus”.
            João Hunt, missionário entre os antropófagos, nas ilhas de Fidji, no leito de morte, orava: “Senhor, salva Fidji, salva Fidji, salva este povo. Ó Senhor, tem misericórdia de Fidji, salva Fidji!”
            João McKenzie, ajoelhado à beira do Lossie, clamava: “Ó Senhor, manda-me para o lugar mais escuro da terra!”
            Praying Hyde, missionário na Índia, suplicava: “Ó Deus, dá-me almas ou morrerei!”
            Quando aqueles que assistiam a morte de Davi Stoner, pensavam que seu espírito já tivesse voado, ele se levantou na cama, e clamou: “Ó Senhor, salva pecadores! Salva-os as centenas e salva-os aos milhares!”, e findou a sua obra na terra. O desejo ardente da sua vida, dominava-o até a morte.
            Davi Brainerd falava: “Eis-me aqui, Senhor. Envia-me a mim! Envia-me até os confins da terra: envia-me aos bárbaros habitantes das selvas; envia-me para longe de tudo que tem o nome de conforto, na terra; envia-me mesmo para a morte, se for no Teu serviço e para o progresso do Teu reino”.
            Ele escreveu: “Lutei pela colheita de almas, multidões de pobres almas. Lutei para ganhar cada alma, e isto em muitos lugares. Sentia tanta agonia, desde o nascer do sol até anoitecer, que ficava molhado de suor por todo o corpo. Mas, oh! Meu querido Senhor suou sangue pelas pobres almas. Com grande ânsia eu desejava ter mais compaixão”.
            Brainerd podia dizer de si: “Não me importava o lugar ou a maneira que tivesse de morar, nem por qual sofrimento tivesse de passar, contanto que pudesse ganhar almas para Cristo. Quando dormia, sonhava com essas coisas, e ao acordar, a primeira coisa em que me ocupava essa era grande obra; não tinha outro desejo a não ser a conversão dos perdidos”.
Encontrava-se João Welsh, nas noites mais frias prostrado no chão, chorando e lutando com o Senhor, por seu povo. Quando sua esposa implorava que explicasse a razão de sua ânsia, respondia: “Tenho que dar conta de três mil almas e não sei como estão”.
O profeta Jeremias: “Se eu disser: Não farei menção dele, nem falarei mais em Seu nome, há no meu coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos, e estou cansado de sofrer, e não posso conter-me”. (Jer 20.9)
O apóstolo Paulo: “Tornei-me tudo para todos, para de todo e qualquer modo salvar alguns”. (1 Cor 9.22)
O sentimento do Filho de Deus: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores”. (2 Tim 1.15)
O desejo do Pai celestial: “Pois assim amou Deus ao mundo, que deu Seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna”. (João 3.16)
D. L. Moody conta o seguinte, explicando como Deus o dirigiu a deixar tudo para passar o resto da vida no serviço de ganhar almas: “Não perdi a visão de Jesus Cristo, desde o primeiro dia que O encontrei, na loja em Boston, onde era caixeiro. Porém durante alguns anos achava que não podia trabalhar para Deus. Ninguém me pediu para que fizesse alguma coisa em favor do Evangelho.
Quando fui a Chicago, aluguei cinco assentos na Igreja, e saía e me esforçava para encher os bancos, com moços que encontrava nas ruas. Não falava a estes acerca das suas almas; julgava eu que falar aos pecadores era trabalho dos anciãos. Depois de algum tempo de assim trabalhar, abri uma Escola Dominical, em outra parte da cidade. Para mim, a única coisa era ter o maior número na Escola, e trabalhava com este alvo. Quando a assistência era de menos de mil pessoas, eu ficava perturbado; e quando subia a mil e duzentas ou a mil e quinhentas então me alegrava. Até então ninguém fora convertido; não houvera colheita. Então, Deus me iluminou.
Havia na escola uma classe de moças que eram, sem dúvida, as mais vaidosas que eu jamais encontrara. Num domingo o professor estava doente, e eu ensinei a classe. Zombaram de mim na minha presença e eu fui tentado a expulsá-las, para nunca mais voltarem. Durante a semana, o professor entrou na loja onde eu trabalhava. Vi que ele estava pálido e muito doente. “Que tens?” perguntei-lhe. – “Tive outra hemorragia nos pulmões. O médico diz que não posso ficar em Lake Michigan, e vou para o Estado de Nova Iorque. Por mim, vou para casa para morrer”. Ele parecia muito perturbado e quando perguntei a razão, respondeu: “Ora, nunca dirigi uma moça da minha classe para Cristo. Acho que realmente tenho feito mais mal do que bem, às moças”.
Nunca tinha ouvido alguém falar nisso, e fiquei meditando.
Depois de um pouco, eu disse: “Não achas bom ir dizer-lhes o que sentes? Irei, também, numa carruagem, se queres ir”. Ele concordou e saímos juntos. Foi uma das melhores viagens que jamais fiz na terra. Fomos à casa de uma das moças e o professor falou pra ela acerca da alma. Então, não se ria mais. Lágrimas apareceram-lhe nos olhos. O professor depois de explicar o caminho da salvação, sugeriu que orássemos. Pediu que eu orasse. Em verdade, nunca fizera tal coisa, nunca orara a Deus que convertesse a uma moça, e na mesma ocasião, porém, oramos, e Deus respondeu à oração.
Fomos à casa das outras moças. Quando ele subia a escada, faltava-lhe o fôlego, mas explicava às moças o propósito de nossa visita. E, sem muita demora, ficaram quebrantadas e começaram a buscar salvação.
Quando ele não podia mais andar, levei-o de novo para sua casa. No dia seguinte saímos outra vez. Passara-se dez dias, e chegou de novo à loja, com o rosto brilhando. “Sr Moody”, disse ele, “a ultima já se entregou a Cristo”. Como foi grande o nosso regozijo! Ele tinha de partir na noite do dia seguinte; chamei sua classe para uma reunião de oração, e lá, Deus acendeu um fogo na minha alma, que nunca mais se apagou. O maior alvo da minha vida era ser comerciante próspero; se tivesse sabido que estava para perder este alvo, é provável que não teria ido. Mas quantas vezes agradeço a Deus, depois daquele culto!
O professor que estava para morrer, sentou-se no centro da classe e falava-lhes, lendo o capitulo catorze de João. Experimentamos cantar o hino: “Benditos laços são, os do fraterno amor”, e depois ajoelhamo-nos para orar. Quando eu queria levantar-me da oração, uma das moças da classe começou a orar por seu professor, já moribundo, outra orou e, depois outra; e antes de nos levantarmos, a classe inteira tinha orado. Quando saímos, disse pra mim mesmo: “Ó Deus, deixa-me morrer antes de perder a benção que recebi aqui, esta noite!”
No dia seguinte, fui à estação despedir-me do professor. Antes de sair o trem, chegaram, uma a uma, todas as moças da classe sem haver qualquer combinação. Que culto! Experimentamos cantar, mas só podíamos chorar. A última coisa que vimos do professor, na plataforma do último carro, com o dedo apontado para cima, implorava que a classe o encontrasse no céu.
Eu não sabia o preço que tinha de pagar por causa desta experiência. Não tinha mais habilidade para o comércio, tinha perdido o gosto de negociar. Tinha provado algo de um outro mundo, e não queria mais ganhar dinheiro. Durante alguns dias depois, tive a maior luta da minha vida. Devia deixar o comércio e entregar-me inteiramente à Obra de Cristo, ou não? Nunca me arrependi da minha escolha. Oh, a delícia de dirigir alguém das trevas, à luz gloriosa do Evangelho!
Na primeira guerra mundial, um moço foi levado ao hospital, sofrendo ferimentos em quase todo o corpo. Em grande agonia, suplicava à enfermeira que lhe desse algo para dormir, para jamais acordar. Ela recusou e ele começou a implorar ao médico: “Tenha compaixão de mim. Faça com que eu durma. Por que devo viver? Estou completamente inutilizado. Não posso mais servir à pátria nem ao próximo. Dê-me um alívio”. Quando o médico também recusou, rogou que escrevessem ao rei, pedindo licença para que findassem com seus sofrimentos. Para apaziguá-lo, o médico escreveu ao rei Jorge, contando o caso do soldado valente que fora vencido pela dor. Chegou um telegrama para o soldado: “Teu rei precisa de ti. (a) Jorge”. O soldado, logo corou ânimo e ficou bom.
A mensagem direta para todo crente, é a mesma: “Teu Rei precisa de ti, ara proclamar a mensagem a todas as criaturas”.

QUERES FAZER QUATRO COISAS BOAS?
1.      Escreve uma lista, os nomes de pessoas que queres ganhar para Cristo, e todos os dias pede a Deus, em oração, que as salve.
2.      Deixa ao lado de cada nome, lugar para indicar quando tiveres a resposta.
3.      Agradece a Deus e dá-lhe glória por toda a alma salva.
4.      Assenta no coração ter alvo certo. Data e assina o seguinte:

GANHAR UMA ALMA
            Procuro, com auxílio do Senhor, ganhar uma alma cada ano (ou mês), e levá-la a fazer o mesmo.
            Data: _____/ _____ / _____
            Nome:____________________________

QUESTIONÁRIO
1.      Recitar 2 Timóteo 2.15.
2.      Citar algumas coisas em que podemos esforçar-nos para ganhar almas.
3.      Que temos de manejar bem para levar almas ao Salvador?
4.      Que disse o profeta Jeremias acerca de seu desejo ardente de testificar de Deus?
5.      Que disse o apóstolo Paulo neste sentido?
6.      De todos, quem tinha o alvo mais sincero e claramente traçado para gastar a vida em ganhar almas? Dar a razões pela resposta.