lunes, 9 de febrero de 2009

O poder da fé e a oração

Por Charles Spurgeon
Uma vez, um americano que possuía escravos, em ocasião da compra de um escravo, perguntou-lhe ao vendedor: “Diga-me honestamente quais são seus defeitos.” O vendedor respondeu: “Não tem nenhum defeito que eu saiba, exceto um, e é que ora.” Ah,” exclamou o comprador, “isso não me agrada, sei de algo que o curará muito cedo desse mau.”Assim que à seguinte noite Cuffey (assim se chamava o escravo) foi surpreendido na plantação por seu novo amoo enquanto orava pedindo por seu novo dono, sua esposa e sua família. O homem escutou e pelo momento não disse nada. Mas à manhã seguinte chamou a Cuffey e lhe disse: ”Não quero discutir contigo, homem, mas não aceitarei orações em minha propriedade. Assim que abandona essa prática.” “Meu amoo,” respondeu ele escravo, “Não posso deixar de orar. Eu devo orar.” “Se fazes questão de orar te ensinarei a fazê-lo.”
“Meu amoo, devo continuar fazendo-o.” “Bem, então te darei vinte e cinco relhos cada dia, até que deixes de fazê-lo.” “Meu amoo, ainda que me açoites cinquenta vezes, devo orar.” “Pois se com essa insolência respondes a teu amoo, os receberás de imediato.” Assim que o atando, lhe propinó vinte e cinco relhos e lhe perguntou se ia orar de novo. “Sim, meu amoo, devemos orar sempre, não podemos deixar de fazê-lo.” O amoo o olhou assombrado. Não podia entender como um pobre homem podia continuar orando, quando parecia não lhe fazer nenhum bem e só lhe trazia perseguição. Contou-lhe a sua esposa o sucedido.Sua esposa lhe disse: “Por que não permites que o pobre homem ore? Cumpre muito bem com seu trabalho. A ti e a mim não nos interessa o tema da oração, mas não há nada de mau em deixá-lo orar, sobretudo se continua fazendo bem seu trabalho.” “Mas a mim não me agrada,” respondeu o amoo. “Espantei-me tremendamente. ¡Se tivesses visto como me via!” “Estava enojado?” “Não, isso não me tivesse molestado. Mas depois de tê-lo açoitado, olhou-me com lágrimas nos olhos como se tivesse mais lástima de mim do que dele mesmo.”
Essa noite o amoo não pôde dormir. Dava voltadas na cama de um lado a outro. Recordou seus pecados. Recordou que tinha perseguido a um santo de Deus. Saltando de sua cama exclamou “Esposa, podes orar por mim?” “Nunca orei em minha vida” respondeu ela, “Não posso orar por ti.” “Estou perdido,” disse ele, “se alguém não ora por mim. Eu não posso orar por meu mesmo.” “Não conheço a ninguém na plantação que saiba orar, exceto a Cuffey,” disse a esposa. Fizeram soar o sino e trouxeram a Cuffey. Tomando a mão de seu servente negro, o amoo disse: “Cuffey, podes orar por teu amoo?” “Meu amoo” respondeu o escravo, “tenho estado orando por ti desde que mandaste açoitar-me e tenho a intenção de seguir fazendo-o sempre.”
Cuffey se ajoelhou e derramou sua alma em lágrimas e tanto a esposa como o marido foram convertidos. Esse negro não tivesse podido fazer isto sem fé. Sem fé não tivesse podido sustentar sua decisão, e tivesse exclamado: “Meu amoo, neste momento deixo de orar. Não me agrada o chicote do homem branco.” Mas devido a que perseverou por sua fé, O Senhor o honrou e lhe deu o alma de seu amoo em recompensa.

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