martes, 31 de mayo de 2011
O ÚLTIMO SERMÃO
Por Thomas Watson
Em 24 de agosto de 1662, dois mil ministros puritanos do evangelho foram excluídos de seus púlpitos, tendo recebido a ordem de não mais pregarem em público. O Ato de Uniformidade, baixado pelo parlamento inglês, conhecido pelos evangélicos como a Grande Ejeção, pairava por sobre a Inglaterra como uma nuvem espessa. Muitos líderes eclesiásticos da Igreja Anglicana, a religião oficial, estavam forçando os puritanos a cessarem suas prédicas ou a se moldarem à adoração litúrgica decretada por lei. Muitos ministros preferiam o silêncio à transigência.
Com olhos marejados de lágrimas, milhares de cristãos humildes ouviram seu último sermão no domingo imediatamente anterior à data em que o Ato se tornaria lei. E, naquele último domingo de liberdade, os ministros puritanos provavelmente pregaram os seus melhores sermões.
O sermão que passamos a transcrever, de modo um tanto abreviado, foi pregado por Thomas Watson a seu pequeno rebanho.
Antes que eu me vá, devo oferecer alguns conselhos e orientações para vossas almas. Eis as vinte instruções que tenho a dar a cada um de vós, para as quais desejo a mais especial atenção:
1) Antes de tudo, observa tuas horas constantes de oração a Deus, diariamente. O homem piedoso é homem (Sl 4.3), não apenas porque Deus o separou por eleição, mas também porque ele mesmo se separa por devoção. Inicia o dia com Deus, visita-O pela manhã, antes de fazeres qualquer outra coisa. Lê as Escrituras, pois elas são, ao mesmo tempo, um espelho que mostra as tuas manchas e um lavatório onde podes branquear essas máculas. Adentra ao céu diariamente, em oração.
2) Coleciona bons livros em casa. Os livros de qualidade são como fontes que contêm a água da vida, com a qual poderás refrigerar-te. Quando descobrires um arrepio de frio em tua alma, lê esses livros, onde poderás ficar familiarizado com aquelas verdades que aquecem e afetam o coração.
3) Tem cuidado com as más companhias. Evita qualquer familiaridade desnecessária com os pecadores. Ninguém pode apanhar a saúde de outrem; mas pode-se apanhar doenças. E a doença do pecado é altamente transmissível. Visto não podermos melhorar os outros, ao menos tenhamos o cuidado de que eles não nos façam piores. Está escrito acerca do povo de Israel que se mesclaram com as nações e lhes aprenderam as obras (Sl 106.35). As más companhias são as redes de arrastão do diabo, com as quais arrasta milhões de pessoas para o inferno. Quantas famílias e quantas almas têm sido arruinadas pelas más companhias!
4) Cuidado com o que ouves. Existem certas pessoas que, com seus modos sutis, aprendem a arte de misturar o erro com a verdade e de oferecer veneno em uma taça de ouro. Nosso Salvador, Jesus Cristo, aconselhou-nos:
Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos (Mt 7.15). Sê como aqueles bereanos que examinavam as Escrituras, para verificar se, de fato, as coisas eram como lhes foram anunciadas (At 17.11). Aos crentes é mister um ouvido discernidor e uma língua crítica, que possam distinguir entre a verdade e o erro e ver a diferença entre o banquete oferecido por Deus e o guisado colocado à sua frente pelo diabo.
5) Segue a sinceridade. Sê o que pareces ser. Não sejas como os remadores, que olham para um lado e remam para outro. Não olhes para o céu, com tua profissão de fé, para, então, remar em direção ao inferno, com tuas práticas. Não finjas ter o amor de Deus, ao mesmo tempo que amas o pecado. A piedade fingida é uma dupla iniqüidade. Que teu coração seja reto perante Deus. Quanto mais simples é o diamante, tanto mais precioso ele é; e quanto mais puro é o coração, maior é o valor que Deus dá à sua jóia. O salmista disse sobre Deus: Eis que te comprazes na verdade no íntimo; (Sl 51.6).
6) Nunca te esqueças da prática do auto-exame. Estabelece um tribunal em tua própria alma. Tem receio tanto de uma santidade mascarada quanto de ires para um céu pintado. Julgas-te bom porque outros assim pensam de ti? Permite que a Palavra seja um ímã com o qual provarás o teu coração. Deixa que a Palavra seja um espelho, diante do qual poderás julgar a aparência de tua alma. Por falta de autocrítica, muitos vivem conhecidos pelos outros, mas morrem desconhecidos por si mesmos.
De noite indago o meu íntimo, disse o salmista (Sl 77.6).
7) Mantém vigilância quanto à tua vida espiritual. O coração é um instrumento sutil, que gosta de sorver a vaidade; e, se não usarmos de cautela, atrai-nos, como uma isca, para o pecado. O crente precisa estar constantemente alerta. Nosso coração se assemelha a uma pessoa suspeita. Fica de olho nele, observa o teu coração continuamente, pois é um traidor em teu próprio peito. Todos os dias deves montar guarda e vigiar. Se dormires, aí está a oportunidade para as tentações diabólicas.
8 ) O povo de Deus deve reunir-se com freqüência. As pombas de Cristo devem andar unidas. Assim, um crente ajudará a aquecer ao outro. Um conselho pode efetuar tanto bem quanto uma pregação. Então, os que temiam ao SENHOR falavam uns aos outros (Ml 3.16). Quando um crente profere a palavra certa no tempo oportuno, derrama sobre o outro o óleo santo que faz brilhar com maior fulgor a lâmpada do mais fraco. Os biólogos já notaram que há certa simpatia entre as plantas. Algumas produzem melhor quando crescem perto de outras plantas.
Semelhantemente, esta é a verdade no terreno espiritual. Os santos são como árvores de santidade. Medram melhor na piedade quando crescem juntos.
9) Que o teu coração seja elevado acima do mundo. Pensai nas coisas lá do; (Cl 3.2). Podemos ver o reflexo da lua na superfície da água, mas ela mesma está acima, no firmamento. Assim também, ainda que o crente ande aqui em baixo, o seu coração deve estar fixado nas glórias do alto. Aqueles cujos corações se elevam acima das coisas deste mundo não ficam aprisionados com os vexames e desassossegos que outros experimentam, mas, antes, vivem plenos de alegria e de contentamento.
10) Consola-te com as promessas de Deus. As promessas são grandes suportes para a fé, que vive nas promessas do mesmo modo que o peixe que vive na água. As promessas de Deus são quais balsas flutuantes que nos impedem de afundar, quando entramos nas águas da aflição.
11) Não sejas ocioso, mas trabalha para ganhar o teu sustento. Estou certo de que o mesmo Deus que disse: Lembra-te do dia de sábado, para o santificar, também disse: Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Deus jamais apoiou qualquer ociosidade. Paulo observou: Estamos informados de que, entre vós, há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia. A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranqüilamente, comam o seu próprio pão (2 Ts 3.11-12).
12) Ajunta a primeira tábua da Lei à segunda, isto é, piedade para com Deus e eqüidade para com o próximo. O apóstolo Paulo reúne essas duas idéias, em um só versículo: Vivamos, no presente século justa e piedosamente (Tt 2.12). A justiça se refere à moralidade; a piedade diz respeito à santidade. Alguns simulam ter fé, mas não têm obras; outros têm obras, mas não têm fé. Alguns se consideram zelosos de Deus, mas não são justos em seus tratos; outros são justos no que fazem, mas não têm a menor fagulha de zelo para com Deus.
13) Em teu andar perante os outros, une a inocência à prudência. “Sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” (Mt 10.16). Devemos incluir a inocência em nossa sabedoria, pois doutro modo tal sabedoria não passará de astúcia; e precisamos incluir sabedoria em nossa inocência, pois do contrário nossa inocência será apenas fraqueza. Convém que sejamos tão inofensivos como as pombas, para que não causemos danos aos outros, e que tenhamos a prudência das serpentes, a fim de que os outros não abusem de nós nem nos manipulem.
14) Tenha mais medo do pecado que dos sofrimentos. Sob o sofrimento, a alma pode manter-se tranqüila. Porém, quando um homem peca voluntariamente, perde toda a sua paz. Aquele que comete um pecado para evitar o sofrimento, assemelha-se ao indivíduo que permite sua cabeça ser ferida, para evitar danos ao seu escudo e capacete.
15) Foge da idolatria.Filhinhos, guardai-vos dos ídolos (1 Jo 5.21). A idolatria consiste numa imagem de ciúme que provoca a Deus. Guarda-te dos ídolos e tem cuidado com as superstições.
16) Não desprezes a piedade por estar sendo ela perseguida. Homens ímpios, quando instigados por Satanás, vituperam, maliciosamente, o caminho de Deus. A santidade é uma qualidade bela e gloriosa. Chegará o tempo quando os iníquos desejarão ver algo dessa santidade que agora desprezam, mas estarão tão removidos dela como agora estão longe de desejá-la.
17) Não dá valor ao pecado por estar atualmente na moda. Não julga o pecado como coisa apreciável, só porque a maioria segue tal caminho. Pensamos bem sobre uma praga, só porque ela se torna tão generalizada e atinge a tantos? E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as (Ef 5.11).
18) No que diz respeito à vida cristã, serve a Deus com todas as tuas forças. Deveríamos fazer por nosso Deus tudo quanto está no nosso alcance. Deveríamos servi-Lo com toda a nossa energia, posto que a sepultura está tão perto, e ali ninguém ora nem se arrepende. Nosso tempo é curto demais, pelo que também o nosso zelo de Deus deveria ser intenso. Sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor (Rm 12.11).
19) Faze aos outros todo o bem que puderes, enquanto tiveres vida. Labuta por ser útil às almas de teus semelhantes e por suprir as necessidades alheias. Jesus Cristo foi uma bênção pública no mundo. Ele saiu a fazer o bem. Muitos vivem de modo tão infrutífero, que, na verdade, suas vidas dificilmente são dignas de uma oração, como também seu falecimento quase não merece uma lágrima.
20) Medita todos os dias sobre a eternidade. Pois talvez seja questão de poucos dias ou de poucas horas – haveremos de embarcar através do oceano da eternidade. A eternidade é uma condição de desgraça eterna ou de felicidade eterna.
A cada dia, passa algum tempo a refletir a respeito da eternidade. Os pensamentos profundos sobre a eterna condição da alma deveriam servir de meio capaz de promover a santidade. Em conclusão, não devemos superestimar os confortos deste mundo. As conveniências do mundo são muito agradáveis, mas também são passageiras e logo se dissipam. A idéia da eternidade deve ser o bastante para impedir-nos de ficar tristes em face das cruzes e sofrimentos neste mundo. A aflição pode ser prolongada, mas não eterna. Nossos sofrimentos neste mundo não podem ser comparados com nosso eterno peso de glória. Considerai o que vos tenho dito, e o Senhor vos dará entendimento acerca de tudo.
Thomas Watson
O Salvador espera e o mundo carece
Por F.B. Meyer
"Foi quando Stanley Smith e Carlos Studd se hospedaram em nossa casa, que iniciei o maior período de bênçãos da minha vida. Antes eu era crente precipitado e inconstante: às vezes ardia de entusiasmo, para depois passar dias inteiros triste e desanimado. Percebi que esses dois jovens possuíam uma coisa que eu não tinha: algo que lhes era uma fonte perene de sossego, força e gozo. Nunca me esquecerei de uma manhã, no mês de novembro, ao nascer o sol, quando a luz entrava pela janela a dentro do quarto, onde eu meditava sobre as Escrituras desde a madrugada. A palestra que tive, então, com os dois moços, influenciou o resto da minha vida. - Não devia eu fazer o que eles tinham feito?
"— Não devia eu ser, também, um vaso (apesar de ser barro) para o uso do Mestre?"
Assim escreveu o amado e santo pregador F. B. Meyer, sobre a mudança da sua vida que resultou em tanta glória para Cristo, na Terra.
Isso é o que o Salvador espera e que o mundo carece.
Extraído Del livro Heróis da Fé
"Foi quando Stanley Smith e Carlos Studd se hospedaram em nossa casa, que iniciei o maior período de bênçãos da minha vida. Antes eu era crente precipitado e inconstante: às vezes ardia de entusiasmo, para depois passar dias inteiros triste e desanimado. Percebi que esses dois jovens possuíam uma coisa que eu não tinha: algo que lhes era uma fonte perene de sossego, força e gozo. Nunca me esquecerei de uma manhã, no mês de novembro, ao nascer o sol, quando a luz entrava pela janela a dentro do quarto, onde eu meditava sobre as Escrituras desde a madrugada. A palestra que tive, então, com os dois moços, influenciou o resto da minha vida. - Não devia eu fazer o que eles tinham feito?
"— Não devia eu ser, também, um vaso (apesar de ser barro) para o uso do Mestre?"
Assim escreveu o amado e santo pregador F. B. Meyer, sobre a mudança da sua vida que resultou em tanta glória para Cristo, na Terra.
Isso é o que o Salvador espera e que o mundo carece.
Extraído Del livro Heróis da Fé
lunes, 23 de mayo de 2011
AVIVAMENTO EN GALES
POR OSWALD SMITH
Aconteceu em 1904. O País de Gales estava em chamas. A nação se afastara muito de Deus. As condições espirituais eram realmente ruins. A freqüência às igrejas atingira um nível baixíssimo. E o pecado se alastrava por todos os lados.
De súbito, como um furacão inesperado, o Espírito de Deus soprou vigorosamente a terra. As igrejas tornaram-se apinhadas de novo, de tal modo que multidões ficavam impossibilitadas de entrar. As reuniões perduravam das dez da manhã até à meia-noite. Três cultos completos eram realizados todos os dias. Evan Roberts foi o instrumento humano usado, mas havia pouquíssima pregação. Os cânticos, os testemunhos e a oração eram as características preeminentes. Não havia hinários; os hinos haviam sido aprendidos na infância. Tampouco havia corais, pois todos participavam dos cânticos. Nem havia coletas, avisos, anúncios, e nenhum tipo de propaganda.
Nunca antes acontecera algo semelhante no País de Gales, com resultados tão extensos e duradouros. Os incrédulos se convertiam, os beberrões, gatunos e jogadores profissionais eram salvos, e milhares voltavam a ser cidadãos respeitáveis. Confissões de pecados horrendos se faziam ouvir por toda parte, dívidas antigas eram saldadas. Os teatros foram obrigados a fechar as portas, por falta de espectadores. As mulas das minas de carvão se recusavam a trabalhar, tão desacostumadas estavam com o tratamento humano delicado. Em cinco semanas, vinte mil pessoas se uniram às igrejas.
jueves, 19 de mayo de 2011
O EXERCÍCIO DA VONTADE
Por Jonathan Edwards
A prática religiosa foi comparada à realização de exercícios. Por meio dela, lutamos para ter o coração envolvido em Deus. Metáforas como "correndo a carreira", "lutando com Deus", "perseverando para alcançar o alvo" e "combatendo violentos inimigos" são muitas vezes usadas para descrever os exercícios que praticamos.
Entretanto, a verdadeira graça possui vários graus. Alguns são novos na fé — "crianças em Cristo" —, e a inclinação deles para se envolver nesses exercícios é fraca. Contudo, cada um de nós que possua o poder de devoção no coração estará inclinado a buscar as coisas de Deus. Seja qual for nossa condição, esse poder nos dará forças suficientes para superar nossas fracas inclinações de modo que esses santos exercícios prevaleçam sobre nossas fraquezas.
Todo verdadeiro discípulo de Cristo o ama mais que a pai e mãe, irmã e irmão, esposa, marido e filhos, casa e terras — sim, até mesmo mais que a própria vida. Disso se conclui que onde quer que a verdadeira religião se manifeste há uma vontade movendo o cristão aos exercícios espirituais, mas o que dissemos anteriormente precisa ser lembrado: o exercício da vontade não é nada mais que o sentimento da alma.
O Maior Problema é o seu Coração
Por Richard Baxter (1615 - 1691)
Você descobrirá, sempre que iniciar essas responsabilidades divinas, que seu maior obstáculo é seu coração, e ele provará ser falso em um desses quatro aspectos, ou em todos eles.
Primeiro, ele o manterá à distância para que você praticamente nunca o faça trabalhar; segundo, ou, caso contrário, ele o trairá ao ser preguiçoso para realizar esse trabalho, fingindo que realiza esse trabalho quando não o faz; ou terceiro, ele interromperá seu trabalho com suas freqüentes excursões, ao desviar sua atenção para qualquer outro objeto; ou, quarto, ele estraga o trabalho ao interrompê-lo e sair dali antes de você ter alcançado algum benefício. Portanto, previno-o para que resista fielmente a esses quatro perigosos malefícios, ou, caso contrário, tudo que disse até aqui foi em vão.
Você descobrirá que seu coração é bastante relutante para essa responsabilidade, assim acho eu, como para qualquer outro trabalho no mundo. Ó, quando estiver muito convencido da validade desse trabalho, que desculpas ele apresentará; que evasivas descobrirá; e que atrasos e objeções ele impingirá a você. Ou ele questionará se isso é uma responsabilidade, ou não; ou se ela é uma responsabilidade para os outros, embora não o seja para você. Ele evocará qualquer coisa similar à razão para advogar contra essa responsabilidade; ele dirá que essa é uma tarefa reservada aos ministros que não têm nada mais que estudar, para os enclausurados, ou para as pessoas que têm mais tempo para o lazer que você. Se você for ministro, ele lhe dirá: essa responsabilidade é para o povo; basta a você meditar para a instrução de seu coração e permitir que ele medite sobre o que ouviu. Se tudo isso não adiantar para o convencer, seu coração o ocupará com outro assunto: você tem essa companhia que chegou para visitá-lo; ou aquela tarefa precisa ser feita. Pode ser que ele o faça realizar outra responsabilidade e, desse modo, uma responsabilidade interrompe a outra, pois ele prefere fazer qualquer outra responsabilidade a essa. Talvez, ele lhe diga que as outras responsabilidades são mais importantes e, portanto, esta precisa dar lugar às outras, pois você não tem tempo para as duas
O que deve ser feito? Você a faria se lhe dissesse para fazê-la? O que você faria com um servo tão moroso para realizar seu trabalho? Você, primeiro, não o persuadiria, e, depois, o admoestaria, e o castigaria, e o forçaria a fazê-lo, e não aceitaria sua recusa, nem o deixaria em paz até que você conseguisse que ele iniciasse seu trabalho? E você, fielmente, não deveria lidar desse mesmo modo com seu coração? Instigue seu coração do princípio ao fim, persuada-o a trabalhar, não aceite desculpas, admoeste o por causa de sua relutância; use de violência para com ele; faça-o cumprir suas responsabilidades de boa vontade, ou sem boa vontade. Você não tem comando sobre seus pensamentos? Você não consegue escolher o assunto de sua meditação? Utilize a autoridade que Deus lhe deu; dê ordens a seu coração se ele se rebelar, use de violência para com ele. Se você estiver muito fraco, chame o Espírito de Cristo em seu auxílio. Deus estará pronto a ajudá-lo, se você não conseguir ajudar a si mesmo. E, ao fazer isso, verá que seu coração se submeterá; sua resistência será subjugada e sua relutância será transformará em abdicada aquiescência.
Quando você põe seu coração para trabalhar, tenha cuidado para que ele não o iluda ao fazê-lo perder tempo com formalidades; para que não diga: "Eu vou", mas não vá; para que ele não gaste seu tempo à toa, quando deveria estar realmente meditando. Certamente, é bem provável que seu coração o traia nesse ponto, como em qualquer outro, dessa responsabilidade; quando você tem, quem sabe, apenas uma hora para sua meditação, esse tempo será gasto antes que seu coração se empenhe seriamente nessa responsabilidade. Fazer essa responsabilidade dessa maneira, é como se não a tivéssemos realizado, a anula tanto quanto a omissão dela. Matar uma hora com pensamentos preguiçosos e vazios sobre o céu nada mais representa que jogar fora essa hora e enganar a si mesmo. É verdade, o coração de um homem deve ser seguido de perto nessa responsabilidade da meditação como o cavalo no moinho, ou o boi no arado, que não irá mais adiante se você não o chamar ou o castigar. Se você deixar de guiar o coração por um momento, ele não sai do lugar; e, talvez, muitos dos melhores corações tenham esse temperamento.Não permita que nada o impeça, ao importunar seu coração com a constante vigilância e coação, enquanto estiver nesse trabalho; e, ao ver que você tem essa experiência com sua lentidão e relutância, jamais deixe as esporas fora de seu alcance; e sempre que ele relaxar o passo, lembre-se de dar-lhe um aviso.
Da mesma forma que seu coração perde tempo, ele também gosta de fazer digressões. Ele se virará para o lado, como o servo descuidado que conversa com todos que passam por ele. Quando não houver nada em sua mente, exceto o trabalho à mão, ele pensa em seu chamado, em suas aflições, ou em toda árvore, passarinho ou lugar que você vir, ou ainda em qualquer impertinência, em vez de pensar no céu. Seu coração nessa responsabilidade se assemelha ao boi, ou ao cavalo, do fazendeiro: se este não o dirigir, o animal não anda; e se ele não direciona o animal, este não segue o sulco da terra; e tanto faz ele ficar parado ou não seguir a trilha do sulco. A experiência lhe dirá que, em relação a esse ponto, você terá muito trabalho com seu coração para mantê-lo trabalhando por uma hora, sem nenhuma extravagância nem cogitações à toa. A cura aqui é a mesma que a de antes; utilize a vigilância e a violência com sua imaginação e, assim que ela se mostrar, você deve admoestá-la. Diga para seu coração: "Vim até aqui para pensar sobre meus negócios no mundo, para pensar em lugares e pessoas, sobre as notícias, ou a vaidade, sim, qualquer coisa, por melhor que seja ela, que não seja o céu? Você não consegue habitar com Cristo por uma hora de íntima meditação? Quando o copeiro de faraó sonhou que espremeu as uvas maduras na taça do faraó, entregando-a a seguir na mão do rei, foi um sonho feliz e o sentido era que, em breve, teria acesso à presença do soberano. Assim, quando as uvas maduras da meditação divina são espremidas por você na taça dos sentimentos, e esta é posta nas mãos de Cristo com louvores prazerosos, a interpretação--se me considera habilidoso--é esta: você, em breve, será retirado desta prisão onde está e entrará na presença de Cristo na residência real e, ali, servirá a ele uma taça de louvores, mas muito mais cheia e mais doce, por toda a eternidade. Mas se as aves de rapina dos pensamentos errantes devorarem sua meditação direcionada para o céu, elas representarão a morte desse culto, e devorarão a vida e a alegria de meus pensamentos.
Por fim, certifique-se também de observar seu coração nesse culto, para que ele não interrompa o trabalho antes do tempo e fuja dali por causa do cansaço antes do momento devido. Você descobrirá que tem muita propensão a fazer isso, como o boi que gosta de tirar o jugo, ou o cavalo que gosta quando lhe tiram o fardo e, talvez, até lance fora seu fardo e fuja dali. Você pode facilmente perceber isso em outras responsabilidades: se você começa a orar em particular, não é seu coração que o insta a abreviar sua oração e faz com que esteja pronto para ficar de pé assim que se ajoelha? Oras, o mesmo acontece em suas contemplações do céu: assim que consegue elevar seu coração, ele já desce novamente; se fadiga com a tarefa. O que se deve fazer também nesse caso? Oras, a mesma autoridade e determinação que o trouxeram a esse trabalho e o observam durante essa atividade devem também fazê-lo perseverar ali até que o trabalho seja concluído. Exorte-o, em nome de Deus, a ficar ali. Diga-lhe: "Se você parar antes do final da jornada, então não se perderiam todos os passos de sua jornada? Veio até aqui para fazer uma viagem até o céu, na esperança de ter um vislumbre da glória que deve herdar, e, certamente, não gostaria de parar quando estiver quase no topo da montanha, virando-se para voltar antes que tenha esse vislumbre de lá? Você veio até aqui na esperança de falar com Deus e vai embora antes de tê-lo visto? Você veio banhar-se nas correntes da consolação e, para esse fim, despiu-se de seus pensamentos terrenos, mas assim que põe seus pés nelas já vai embora? Você veio espiar a terra prometida: ó não saia dali sem um cacho de uvas que, quando voltar para casa, possa mostrar a seus irmãos como confirmação e encorajamento; você não pode dizer a eles, por experiência própria que essa é uma terra da qual mana vinho e azeite, leite e mel. Permita que eles vejam que você, graças à alegria de seu coração, experimentou o vinho; e que, graças à satisfação de seu semblante, foi ungido com o azeite. Permita que eles vejam que você, graças ao suprimento e à disposição suave e gentil, experimentou o leite da terra; e que, graças à doçura de suas palavras e de sua conversa, saboreou o mel.
Esse fogo celestial derreterá seu coração enregelado e o refinará, retirando as impurezas, a parte terrena, e deixando o resto mais puro e espiritual; mas daí você não pode sair imediatamente de lá, antes que tenha tempo de aquecer ou de arder. Portanto, permaneça no trabalho, até que algo seja feito; até que suas graças produzam efeito, seus sentimentos sejam elevados, e sua alma, renovada com os deleites do alto; ou se você não conseguir alcançar esses objetivos de uma vez, importune-o para chegar mais perto na vez seguinte e não o deixe sair de lá até que sinta a bênção.
GLORIFICANDO A DEUS NO FOGO
POR GEORGE WHITEFIELD
O fogo, meus irmãos, não apenas queima e purifica, mas, como você sabe, separa uma substância da outra, sendo utilizado na química e na mecânica. O que poderíamos fazer sem o fogo? Ele refina o metal, a fim de purificá-lo. O Deus todo poderoso sabe: freqüentemente somos mais purificados, em determinado momento, por intermédio de uma saudável provação do que por meio milhares de demonstrações de seu amor. É algo excelente sair purificado e perdoado da fornalha de aflição; seu propósito é nos purificar, a fim de separar o precioso do vil, o joio do trigo. E Deus, para realizar isso, se agrada em colocar-nos em um fogo após o outro. Isto me faz apreciar a ocasião em que vejo um bom homem passando por aflições, porque ensina algo sobre a maneira como Deus age no coração.
Lembro que, há alguns anos, quando preguei em Shields, próximo a Newcastle, no norte da Inglaterra, entrei em uma fábrica de vidro. Permanecendo muito atento, pude contemplar várias peças de vidro quente com diversas formas. O operário pegou uma das peças de vidro e a colocou em uma fornalha; depois, em outra; e, posteriormente, em uma terceira. Quando perguntei-lhe: .Por que você está colocando esse vidro em tantas fornalhas?., ele me respondeu: .Colocá-los apenas na primeira ou na segunda não é suficiente; por esta razão, eu o coloquei na terceira: isso torna o vidro transparente.
Ao afastar-me do operário, ocorreu- me que aquele acontecimento daria um bom sermão: .Ora, esse homem colocou o vidro em uma fornalha após a outra, a fim de que pudéssemos ver através dele. Oh! Que Deus me coloque em uma fornalha após outra, para que minha alma seja transparente, e eu O veja como Ele é.
Meus irmãos, precisamos ser purificados; a nossa tendência é de querer ir ao céu em uma cama macia; mas o caminho do Rei para muitos consiste em um leito de dores e abatimento. Conforme sabemos, há várias estradas em Londres chamadas .caminhos do Rei., e foram excelentemente construídas com pedras. Mas o caminho do Rei para o céu está repleto de cruzes e aflições.
O fogo, meus irmãos, não apenas queima e purifica, mas, como você sabe, separa uma substância da outra, sendo utilizado na química e na mecânica. O que poderíamos fazer sem o fogo? Ele refina o metal, a fim de purificá-lo. O Deus todo poderoso sabe: freqüentemente somos mais purificados, em determinado momento, por intermédio de uma saudável provação do que por meio milhares de demonstrações de seu amor. É algo excelente sair purificado e perdoado da fornalha de aflição; seu propósito é nos purificar, a fim de separar o precioso do vil, o joio do trigo. E Deus, para realizar isso, se agrada em colocar-nos em um fogo após o outro. Isto me faz apreciar a ocasião em que vejo um bom homem passando por aflições, porque ensina algo sobre a maneira como Deus age no coração.
Lembro que, há alguns anos, quando preguei em Shields, próximo a Newcastle, no norte da Inglaterra, entrei em uma fábrica de vidro. Permanecendo muito atento, pude contemplar várias peças de vidro quente com diversas formas. O operário pegou uma das peças de vidro e a colocou em uma fornalha; depois, em outra; e, posteriormente, em uma terceira. Quando perguntei-lhe: .Por que você está colocando esse vidro em tantas fornalhas?., ele me respondeu: .Colocá-los apenas na primeira ou na segunda não é suficiente; por esta razão, eu o coloquei na terceira: isso torna o vidro transparente.
Ao afastar-me do operário, ocorreu- me que aquele acontecimento daria um bom sermão: .Ora, esse homem colocou o vidro em uma fornalha após a outra, a fim de que pudéssemos ver através dele. Oh! Que Deus me coloque em uma fornalha após outra, para que minha alma seja transparente, e eu O veja como Ele é.
Meus irmãos, precisamos ser purificados; a nossa tendência é de querer ir ao céu em uma cama macia; mas o caminho do Rei para muitos consiste em um leito de dores e abatimento. Conforme sabemos, há várias estradas em Londres chamadas .caminhos do Rei., e foram excelentemente construídas com pedras. Mas o caminho do Rei para o céu está repleto de cruzes e aflições.
miércoles, 18 de mayo de 2011
DEUS FALA COM O HOMEN QUE MOSTRA INTERESSE
Por A.W.TOZER
A Bíblia foi escrita em lágrimas e aos que choram revelará os seus melhores tesouros. Deus nada tem a dizer ao indivíduo frívolo.
Foi a Moisés, um homem atemorizado, que Deus falou no mon¬te, e esse mesmo homem mais tarde salvou a nação quando se prostrou diante de Deus oferecendo-se para que seu nome fosse apagado do livro divino a favor de Israel. O longo período de jejum e oração de Daniel fez com que Gabriel descesse dos céus e lhe contasse o segredo dos séculos, Quando o amado João chorou muito por não haver ninguém digno de abrir o livro de sete selos, um dos anciãos confortou-o com as alegres novas de que o Leão da tribo de Judá tinha vencido.
Os salmistas com freqüência escreviam chorando, os profetas mal conseguiam ocultar sua tristeza, e o apóstolo Paulo em sua epís¬tola alegre aos filipenses, derramou lágrimas ao pensar nos muitos inimigos da cruz de Cristo cujo fim seria a destruição eterna. Os líderes cristãos que abalaram o mundo foram todos homens de dores, cujo testemunho à humanidade brotou de corações pesados. Não existe poder nas lágrimas em si, mas as lágrimas e o poder sempre estiveram juntos na Igreja dos Primogênitos.
A idéia de que os escritos dos profetas abatidos pela tristeza são muitas vezes estudados por pessoas simplesmente curiosas, que jamais derramaram uma única lágrima pelos males do mundo não é de modo algum animadora, Elas especulam sobre os acontecimentos fu¬turos, esquecendo-se de que o único propósito da profecia bíblica é preparar-nos tanto moral como espiritualmente para o momento que virá.
A doutrina da volta de Cristo está sendo negligenciada, e pelo que posso constatar ela não exerce hoje qualquer poder sobre os cristãos comuns. Alguns fatores contribuem certamente para isto: mas o principal, em minha opinião, foi o infortúnio sofrido pela verdade profética entre as duas guerras mundiais, quando homens de olhos secos decidiram instruir-nos a respeito dos escritos dos profetas lacrimosos. Multidões e ofertas generosas foram o resultado até que os acontecimentos provaram o erro dos mestres em um grande núme¬ro de pontos; a reação não se fez demorar e a profecia entrou em desfavor junto às massas. Este foi um truque engenhoso do diabo e funcionou muito bem. Devemos aprender que não é possível tratar das coisas santas negligentemente sem sofrer as conseqüências.
Outra esfera em que os homens sem lágrimas nos prejudicaram muito foi na oração pelos doentes. Sempre houve homens reveren¬tes, compenetrados, que julgaram ser um dever sagrado orar pelos doentes para que pudessem ser curados segundo a vontade de Deus. Foi dito que as orações de Spurgeon levantaram mais doentes do que as ministrações de qualquer médico de Londres. Quando os promotores de olhos secos se apossaram da doutrina, ela foi trans¬formada num negócio lucrativo. Homens de maneiras suaves, persuasivas, usaram métodos de venda superiores a fim de fazer grandes fortunas com suas campanhas. Suas grandes propriedades e esplên¬didos investimentos financeiros provam como tiveram êxito cm se¬parar os doentes e os sofredores do seu dinheiro. E tudo isto em nome do Homem de Dores que não tinha onde repousar a cabeça.
Tudo que é feito sem envolver o coração é feito nas trevas, não importa quão bíblico pareça ser. Pela lei da justa compensação. o coração do que brinca com assuntos religiosos será destruído pelo brilho excessivo da verdade em que tocar. Os olhos sem lágrimas serão finalmente cegados pela luz que contemplam.
Nós que pertencemos às igrejas não-lítúrgicas temos a tendên¬cia de considerar com certo desdém aquelas igrejas que seguem uma forma de serviço cuidadosamente prescrita, e certamente deve haver muito em tais serviços que tem pouco ou nenhum significado para o participante comum — isto não se deve ao fato de ser progra¬mado com detalhes, mas porque o participante comum é o que é. Observei, entretanto, que nosso serviço improvisado, planejado pelo líder vinte minutos antes, com freqüência tende a seguir uma ordem deprimente, cansativa, quase tão padronizada quanto a Missa. O ser¬viço litúrgico é pelo menos belo, enquanto o nosso quase sempre se destaca por ser feio. O deles foi cuidadosamente elaborado através dos séculos a fim de capturar o máximo de beleza possível e pre¬servar um espírito de reverência entre os adoradores. O nosso é com freqüência algo provisório, sem nada que o recomende. A sua proclamada liberdade não passa de simples relaxamento.
Em teoria, quando a reunião não é planejada, o Espírito Santo opera livremente e isso seria verdadeiro se todos os adoradores mos¬trassem reverência e fossem cheios do Espírito. Mas na maioria das vezes não há ordem nem Espírito, apenas uma oração de rotina que, exceto por pequenas variações, é sempre a mesma, semana após semana, e alguns hinos que já não eram muito bons desde o início t com o tempo perderam todo o seu significado pela repetição.
Na maioria de nossos cultos dificilmente existe um traço de pen-samentos reverentes, nenhum reconhecimento da unidade do corpo, e pouco ou nenhum senso da Presença divina, nenhum momento de quietude, solenidade, admiração, temor santo. No geral, o que existe é um regente de cânticos distraído, que tenta fazer graça, e um encar¬regado que anuncia cada "número" como num programa radiofônico, esforçando-se para dar continuidade ao espetáculo.
Toda a família cristã está necessitando desesperadamente de uma restauração da penitência, da humildade e das lágrimas. Possa Deus enviá-las muito em breve.
TOMADO DEL LIVRO O Melhor de A. W. Tozer
DESEJAS SER FELIZ?
Por Jeremiah Burroughs (1599-1646).
Todos nós desejamos ser felizes, porém percebemos que isso não é fácil. O problema é que queremos possuir tudo o que este mundo oferece, na expectativa de que isso nos trará felicidade. O apóstolo Paulo tinha uma atitude bem diferente. Ele escreveu: "... já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância" Na linguagem de hoje diríamos: "aprendi o segredo de estar contente em toda e qualquer situação". (Filipenses 4:11).
Deus é a única fonte de felicidade verdadeira. Ele não necessita de nada nem de alguém para fazê-Lo feliz; mesmo antes de criar o mundo, as três pessoas da Trindade eram completamente felizes entre Si. O que Deus faz para os cristãos é torná-los tão felizes quanto Ele é. Isso é necessário porque eles não são bons ou fortes o suficiente para se fazerem felizes. Deus lhes dá tudo de que precisam, como João escreveu: "... todos nós recebemos da sua plenitude, e graça sobre graça" (João 1:16). Desta maneira, os cristãos podem sempre estar contentes, pois, mesmo quando possuem pouco daquilo que este mundo oferece, eles têm as bênçãos espirituais que Deus nos dispensa. Em Cristo eles têm tudo que necessitam.
Essa felicidade cristã é por vezes chamada de contentamento. A Bíblia diz: "E, de fato, é grande fonte de lucro a piedade com o contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e nada podemos daqui levar; tendo, porém, alimento e vestuário, estaremos com isso contentes. Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação..." (I Timóteo 6:6-9a). "Seja vossa vida isenta de ganância, contentando-vos com o que tendes; porque ele mesmo disse: Não te deixarei, nem te desampararei" (Hebreus 13:5).
A primeira coisa que podemos dizer sobre esta felicidade cristã é que ela vem de dentro. É possível dar a impressão de que, devido não estarmos reclamando, estamos contentes com que Deus nos tem dado, quando na verdade lá no fundo ainda estamos descontentes. Mas Deus, é claro, sabe o que pensamos. Davi disse: "Ó minha alma, espera silenciosa somente em Deus" (Salmos 62:5), porque ele sabia que esta era a única maneira pela qual podia realmente ser feliz. De igual modo esta confiança em Deus, esta felicidade que vem de dentro dos cristãos, os afeta completamente. Davi sabia que Deus estava no controle de todas as coisas; entretanto ainda pode se sentir deprimido porque ele não permitiu que esta verdade influenciasse verdadeiramente sua forma de pensar. Por isso ele escreveu "Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim?" (Salmos 42:5). Como ele, temos que pôr nossos corações naquele contentamento que come ça dentro de nós e nos torna completamente felizes, semelhantes ao calor do corpo envolto pelo cobertor o qual nos mantém totalmente aquecidos. E da mesma maneira que nos sentimos aquecidos quando estamos usando roupas de inverno, assim também a felicidade cristã é algo que continua indefinidamente.
Uma outra coisa que podemos dizer sobre a felicidade cristã é que ela ainda está presente até mesmo quando ocorrem as tragédias. Os cristãos se sentem tristes quando estão em dificuldade exatamente como outras pessoas. Quando os outros estão passando por problemas, os cristãos se compadecem deles. Eles oram pelos que sofrem, e é bom fazer isso, porque o Senhor Jesus, que sofreu quando tentado, "é poderoso para socorrer os que são tentados" (Hebreus 2:18). Embora eles orem a Deus, cristãos maduros que enfrentam problemas não resmungam. Quando são tentados a fazer isso, eles conseguem se controlar. Não reclamam acerca de Deus; pelo contrário, obedecem e amam a Deus. Se falam de seus problemas, eles o fazem em oração, pois ainda acreditam que Deus pode ajudá-los.
Um terceiro aspecto importante da felicidade cristã é o fato de que ela é uma obra de Deus. Ela não é o resultado dum temperamento feliz por natureza, nem tampouco duma recusa de se envolver com o que está acontecendo ao redor. Até mesmo os incrédulos fazem isso, tentando não ficar preocupados. Todavia, a felicidade cristã é muito mais do que "tentar não ficar preocupado"; também tem um elemento positivo. O cristão deseja ser feliz continuamente, pois isso glorifica a Deus.
Por conseguinte, uma quarta coisa que podemos afirmar com relação à felicidade cristã é que aquilo que torna o cristão realmente feliz consiste em fazer a vontade de Deus. Os cristãos não são obriga dos a obedecerem a Deus. Eles o fazem voluntariamente e encontram nisso o que os torna felizes. Quando param para meditar, percebem que nada pode fazê-los felizes como se submeterem à vontade de Deus. Eles se contentam em deixar que Deus planeje o futuro, mesmo se Seus planos diferem daquilo que eles esperam realizar. Na verdade, eles preferem os planos de Deus aos seus próprios, pois sabem que Ele conhece o que é bom para eles muito mais que eles mesmos. Acima de tudo Ele os entende melhor que eles mesmos! Os incrédulos, que crêem que seu destino está nas suas próprias mãos, só têm de temer o futuro, já que um único deslize pode levá-los ao desastre, ao passo que os cristãos não têm o que temer: eles podem entregar o futuro a Deus e então se deleitarem na Sua orientação. Salomão escreveu: "Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento, reconhece-o em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas" (Provérbios 3:5-6). Sabendo que Deus está no controle faz os cristãos felizes enquanto estão em dificuldades, tanto como depois quando olham para trás e vêem como Deus os dirigiu.
Além disso esta felicidade cristã persiste, seja qual for o tipo de dificuldade sofrida. Os cristãos não têm o direito de decidirem que espécie de sofrimento irão experimentar; não podem dizer, por exemplo, que estão preparados para perderem suas posses, mas não sua saúde. São felizes, não importa o sofrimento que possa vir. Talvez um sofrimento venha após outro até que suas vidas pareçam ser feitas de problemas; entretanto, lá no fundo do coração eles ainda se encontram verdadeiramente felizes. Pode dar-se o caso de seus problemas parecerem não ter mais fim mas mesmo assim lá no íntimo são felizes. E Deus, que planejou integralmente suas vidas, é glorificado nisso
O SEGREDO DO PODER
Por Samuel Logan Brengle
"Os que esperam no Senhor renovam suas forças" (Isaías 40:31).
Se estivesse à morte e me fosse dado o privilégio de fazer uma última exortação a todos os Cristãos do mundo, se tal mensagem tivesse que ser condensada em três palavras, diria -: "Esperai em Deus!"
Por toda a parte onde vou, encontro-me com retrógrados - Metodistas, Baptistas, Salvacionistas - todos os tipos de retrógrados, aos milhares, até que meu coração começa a doer quando penso no grande exército de almas desanimadas, no modo pelo qual o Espírito Santo se tem entristecido e na maneira pela qual Jesus tem sido tratado.
Se perguntássemos a esses retrógrados porque se acham presentemente nessa situação, dez mil respostas diversas ser-nos-iam dadas. Seja como for, porém, uma só razão emerge e é esta - não esperaram em Deus. Se o tivessem feito, quando o ataque feroz sacudiu sua fé, roubara-lhes a coragem e lhes arruinara o amor, teriam renovado suas forças e ultrapassado a todos os obstáculos como se tivessem asas de águias.
Teriam corrido em meio a seus inimigos e não ficariam cansados.
Teriam andado em meio às perturbações, sem perderem suas forças.
Esperar em Deus significa mais do que uma oração de trinta segundos ao se levantar de manhã e ao deitar-se de noite. Pode significar uma oração de quem se acerca de Deus e chega a receber a bênção ou então cerca de doze orações de quem bate e persiste sem se desanimar até que Deus atende e estende Seu braço em favor da alma ansiosa.
Há um achegar-se a Deus, um bater às portas do Céu, um rogar para receber Suas promessas, bem como a possibilidade de raciocinar com Jesus, esquecendo-se de si mesmo e dando as costas para todas as preocupações terrenas; a determinação firme de nunca abandonar essa atitude, algo que coloca todas as riquezas, poderes e amor celestial à disposição do homem pequeno. Assim, ele exclama e triunfa enquanto todos os outros tremem, falham e caem, tornando-se mais do que vencedor, em face da própria morte e do Inferno.
É em meio ao calor de tais épocas de espera em Deus que toda a grande alma recebe sabedoria e forças; algo que deixa atónitos os outros homens. Eles também poderiam ter sido grandes aos olhos do Senhor, se tão somente esperassem em Deus e fossem verdadeiros, ao invés de se excitarem e se voltarem para este ou aquele em busca de auxílios quando as provações o atingissem.
O Salmista havia estado grandemente perturbado e esta é a experiência de sua libertação -: "Esperei confiantemente pelo Senhor: Ele Se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. Tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama, colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos e me pôs nos lábios um novo cântico; um hino de louvor a nosso Deus. Muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no Senhor" (Salmo 40:1 a 3).
"... De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas , para que em mim habite o poder de Cristo. ... sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte." (2 Coríntios 12:9,10).
Certo dia fui a um Corpo Salvacionista muito pequeno e pobre onde quase tudo andava mal. Muitos Soldados estavam frios e desanimados; entretanto, lá encontrei-me com uma irmã de rosto radiante de glória, tendo continuamente em seus lábios expressões de louvor. Contou-me, então, acerca de como tinha visto a outros cairem a seu redor, observando o descuido de muitos e o declínio em compaixão, tão vital em um Corpo. Tudo isso foi sucedendo até que seu coração começou a doer e ela se sentiu completamente decepcionada, a ponto de seus pés quase escorregarem. Foi, porém, a Deus e se humilhou diante d'Ele, orando e esperando até que Ele Se chegou perto dela, mostrando-lhe o precipício tremendo perto do qual se encontrava. Apontou-lhe que a única atitude a tomar era seguir a Jesus, andando diante d'Ele com um coração perfeito, permanecendo junto a Ele, embora todo o Corpo regredisse. Confessou ela, então, tudo quanto Deus lhe mostrara; confessou o quão perto se achava de se juntar ao grande exército de retrógrados só pelo facto de olhar para os outros; como ela se humilhara, renovando o seu pacto até que um gozo indizível entrasse em seu coração. Deus havia posto de Seu temor naquela alma, enchendo-a com a glória de Sua presença.
Mais adiante contou-me ela que no dia seguinte tremia ao pensar no perigo tremendo em que se encontrara. Declarou também que o tempo passado à espera de Deus, no silêncio da noite, salvara-a e agora seu coração estava cheio de convicção plena de esperança para si própria - e não somente para si, mas também para todo o Corpo Salvacionista. Se ao menos tivéssemos dez mil Soldados dessa espécie!
Davi disse - :"Espera em Deus, pois ainda O louvarei, a Ele, meu auxílio e Deus meu" (Salmo 62:5).Novamente ele declara -: "Aguardo o Senhor, a minha alma O aguarda; eu espero na Sua palavra. A minha alma anseia pelo Senhor, mais do que os guardas pelo romper da manhã" (Salmo 130:5,6). E o Salmista deixa palavras de exortação e uma nota de ânimo a você e a mim - : "Espera pelo Senhor, tem bom ânimo e fortifique-se o teu coração; espera, pois, pelo Senhor" (Salmo 27:14).
O segredo de todas as derrotas e de todo o verdadeiro sucesso encontra-se na atitude da alma em seu andar individual com Deus. Aquele que espera corajosamente em Deus tem que ser vitorioso. Ele não pode falhar, de modo algum. Pode ser que em determinado momento dê a impressão de ser derrotado, mas por fim outras pessoas verão o que este já sabia durante todo o tempo-: que Deus estava com Ele, trabalhando em seu íntimo, apesar de todas as aparências, tornando-o próspero.
Jesus apresenta o segredo com essas palavras-: "Quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai que está em secreto; e teu Pai que vê em secreto, te recompensará" (Mateus 6:6).
Saiba, então, que toda a derrota tem início em secreto, no negligenciar da espera em Deus até ser cheio de sabedoria, revestido de poder e todo inflamado com amor.
Ensina-me a Fazer a Tua Vontade
Por Amy Carmichael
Há aproximadamente 400 anos atrás Vaghan escreveu:
"Quem me dera eu fosse um pássaro ou estrela,
Voejando pelas matas ou elevado bem acima
Desta pousada e estrada de pecado.
Sendo então estrela ou pássaro estaria
Reluzindo ou gorjeando sereno para Ti"
Mas ele teve que viver a vida co¬mum em um mundo difícil, e assim o temos nós. Tenho notado com freqüência que é exatamente quando mais te¬mos vontade de dizer "Quem me dera eu fosse", que o nosso Deus, o Deus dos espíritos de toda a carne, vem de encontro a nós com algum mandamen¬to claro que abruptamente nos eleva e nos faz encarar esta verdade eterna: Não estamos aqui para desejar estar em algum lugar que não estejamos, ou ser algo que não somos, mas para fazer aquilo que O agrada exatamente onde estamos e assim como somos.
Portanto, o nosso "Quem me dera eu fosse" se torna faze-me ouvir, faze-me conhecer..., ensina-me a fazer a Tua vontade (SI 143:8,10). E se o coração dentro em nós vier a temer à medida em que encaramos outra vez este caminho, instantaneamente a bendita palavra nos reaviva: "Não temas, porque eu sou contigo" (Is 41:10). "Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade" (Fp.2:13)
João 12:50: - E sei que o Seu mandamento é a vida eterna.
"Seu mandamento" significa a Sua vontade tornada conhecida a Seu servo. Essa vontade, se tornando conhecida, nos ajuda a viver; Ela é vida. Todos nós conhecemos as palavras: "Na Sua vontade está a nossa paz"; e aqui está um outro dito igualmente verdadeiro: Em fazer a Sua vontade está a nossa vida. Mas uma coisa é concordar com isto, e talvez escrevê-lo em um caderno e citá-lo em uma carta; e outra coisa bem diferente é torná-lo eficaz, fielmente, em paz e alegremen¬te, como o nosso Senhor Jesus Cristo o fez, dia após dia. Sendo assim, hoje, possa Ele dar a cada um de nós graça para vivermos como deveriam viver aqueles que conhecem que o "Seu mandamento é a vida eterna"
"O problema de acelerar o movi¬mento de um veículo é o de ter que se empregar força para vencer o atrito. Esta é uma citação de um livro chama¬do: Em Busca da Velocidade. O que é que atrapalha a nossa velocidade espiritual? Se existe alguma coisa na qual a minha vontade não está de acordo com a vontade de Deus, então há atrito, e isto me detém. Eu não posso voar em espírito, subir com asas como águias", eu não posso "andar, e não desfalecer", até que a minha vontade esteja satisfeita com a vontade de Deus. À medida em que eu pensava sobre isto, eu sabia que a única maneira de cancelar o atrito era aquela mostrada nesse maravilhoso verso em Isaías 40:31: "Mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam" . "Esperam" significa aguardam, contam com, têm esperança. Deus tem algo muito melhor para nós do que aquilo que naturalmente desejamos. À medida em que esperamos com todo o desejo de nossa mente fixando Nele, aquilo que naturalmente ansiamos se torna menos premente, a fricção cessa, e assim somos libertos para prosseguir.
Deus sabe que há poucas coisas mais difíceis do que abandonarmos nossos próprios desejos. Isto não é algo que fazemos de uma vez por todas, mas é algo que volta uma vez e outra à medida em que Satanás tenta fazer fricção entre a nossa vontade e a vontade de Deus. Nosso querido Senhor conhecia esta provação do espírito, e gloriosamente a conquistou. Ele pode tornar possível com que façamos o mesmo que Ele próprio fez no Jardim do Getsêmani: "A minha graça (a graça que então era Dele) te basta".
É sempre uma ajuda quando sentimos as coisas extremamente difíceis, nos dissuadirmos de tudo e apenas olharmos para Ele. À medida em que olhamos para Ele nós O amamos. Não conseguimos deixar de amá-Lo, e onde há amor não há fricção.
Houve uma princesa na história chamada Catarina. Ela se tornou em alguém que muito amava o nosso Senhor Jesus Cristo. O imperador romano Maximiano queria salvá-la das chamas e elevá-la a grandes honras. Ela não podia ser mudada. Ela disse de seu Senhor: "Ele é o meu amado, minha glória e todo o meu deleite".
Se algum de nós estiver passando por provações de qualquer natureza exatamente agora, vamos tomar essas reluzentes palavras e dizê-las ao nosso Senhor: Tu és meu amado, minha glória e todo o meu deleite. Se fizermos isto, creio que de alguma forma a provação perderá o seu poder.
martes, 17 de mayo de 2011
JOHN HYDE: APÓSTOLO DE ORAÇÃO
Por Francis McGaw
No tabernáculo de Moisés havia um lugar tão sagrado que de todos os milhares de
Israel somente um único homem tinha permissão de entrar ali; e mesmo este homem só podia entrar durante um dia dos trezentos e sessenta e cinco dias do ano. Este lugar era o Santo dos Santos.
O lugar onde John Hyde se encontrava com Deus era terra santa. As cenas da sua vida são por mais sagradas para serem vistas por olhos comuns. Mas chegando perto do quarto de oração de John Hyde podemos ouvir seus suspiros e gemidos, ver as lágrimas escorrendo por suas faces, e ver seu corpo, enfraquecido por dias sem alimentação e por noites sem sono, sendo sacudido por soluços enquanto suplicava: “Ó Deus, dá-me almas senão eu morrerei”!
Às vezes falamos da oração como privilégio. Outras vezes podemos falar dela como responsabilidade. Na vida de John Hyde a necessidade de oração e o privilégio de oração vieram juntos como uma coisa só. Ele sabia que o homem podia compartilhar da autoridade de Deus e liberar a obra de Deus nas vidas daqueles que precisam de salvação e libertação.
Através da oração intercessória, o Sr. Hyde pôde abrir um caminho para Deus operar em convenções, igrejas e nas vidas de muitas pessoas.
John Hyde explorou território novo no vasto ministério da oração. Creio que podemos afirmar com segurança que John Hyde foi uma apostolo da oração.
OS PRIMEIROS ANOS
John Hyde foi criado num lar onde Jesus era um hóspede residente, e onde a atmosfera era de oração. O pai de John, Smith Hyde, D. D., era um nobre homem de Deus que orava frequentemente, tanto no seu culto doméstico como do púlpito, para que o Senhor da seara mandasse trabalhadores para a sua seara. Não é de se admirar, portanto, que Deus tenha chamado dois dos seus três filhos para o ministério do evangelho, e uma das suas três filhas para trabalhar ativamente na obra cristã por um tempo.
No seu último ano de seminário, John Hyde sentiu o chamado de Deus para ir ao campo missionário. Sua decisão foi influenciada em parte pela morte do seu irmão mais velho um ano antes. Edmund estava se preparando para pregar e também era um candidato para o campo missionário. Na época, John indagou se não era a vontade de Deus que ele entrasse na vaga deixada pela morte do seu irmão.
No outono de 1892, John viajou de navio para a Índia. No princípio não foi um
missionário destacado. Era pesado de língua e sua audição era um pouco imperfeita. Seu temperamento era manso e quieto e parecia faltar-lhe o entusiasmo e o zelo próprios de um jovem missionário.
Ao chegar à Índia, coube-lhe estudar primeiramente a língua. No princípio, ele se
dedicou a isso, mas mais tarde negligenciou-se para estudar a Bíblia. Argumentou que viera à Índia para ensinar a Bíblia e que precisava conhecê-la antes de poder ensiná-la. E Deus, pelo seu Espírito, abriu-lhe maravilhosamente as Escrituras. Mas nem por isto deixou de estudar a língua. Tornou-se fluente e correto nas línguas urdu, punjabi e inglês; mas acima e muito além disso, aprendeu a língua do céu, e aprendeu a falar de tal forma que audiências com centenas de hindus ficavam fascinadas enquanto ele lhes abria as verdades da Palavra de Deus.
UMA VIDA DE ORAÇÃO
Na conferência do ano seguinte John Hyde outra vez chegouy a Deus com um pedido definido e importunador. Desta vez ele queria duas almas por dia. Nesta conferência Deus o usou com mais poder do que nunca. Através dele Deus revelou vislumbres do divino coração de Cristo partido por causa dos nossos pecados. Não precisamos ter o nosso coração partido, mas ter o coração partido de Deus. Não somos participantes dos nossos sofrimentos, mas dos sofrimentos de Cristo. Não é com as nossas lágrimas que devemos admoestar noite e dia, mas tudo vem de Cristo. A comunhão nos seus sofrimentos é o seu dom gratuito para ser recebido
em simples fé.
Paterson escreveu a respeito de John Hyde: “Qual foi o segredo da vida de oração de John Hyde? Quem é a fonte de toda vida? O Jesus glorificado. Como recebo esta vida dele?
Assim como recebi a sua justiça no início. Reconheço que não tenho nenhuma justiça de mim mesmo – somente trapos de imundícia e em fé me aproprio da sua justiça.
“Agora se segue um duplo resultado. Quanto ao nosso Pai dos céus, ele vê a justiça de Cristo e não a minha injustiça. Um segundo resultado vem quanto a nós mesmo: a justiça de Cristo não só nos reveste exteriormente, mas entra no nosso próprio ser, pelo seu Espírito, recebido por fé, e desenvolve a santificação em nós.” “Pro que não pode ser mesmo com a nossa vida de oração? Lembremo-nos da palavra
por. ‘Cristo morreu por nós’ e ‘vivendo sempre para interceder por nós’, isto é, no nosso lugar.
Assim eu confesso as minhas orações sempre insuficientes (nem ouso chamá-las de vida de oração), e suplico baseado na sua intercessão incessante. Isso afeta o nosso Pai, pois ele vê a vida de oração de Cristo em nós e responde de acordo com ela. De forma que a resposta é ‘infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos’.
“Um outro grande resultado se segue: nós somos afetados. A vida de oração de Cristo entre em nós e ele ora em nós. Isto é oração no Espírito Santo. Esta é a vida mais abundante que o nosso Senhor nos dá. Oh, que paz, que conforto! Não há mais necessidade de esforçarnos para produzir uma vida de oração, falhando constantemente. Jesus entra no barco e a labuta cessa, e logo estamos na terra que era o nosso destino. Agora, precisamos ficar quietos diante dele para ouvir a sua voz e permitir que ele derrame em nossa alma sua vida transbordante de intercessão, que significa literalmente: encontrar-se face a face com Deus –
verdadeira união e comunhão.”
John costumava dizer: “Quando nos mantemos perto de Jesus, é ele quem atrai almas a si mesmo através de nós, mas é necessário que ele seja levantado na nossa vida: isto é, temos de ser crucificados com ele. Em alguma forma, é o que se levanta entre nós e ele, e por isso o eu precisa ser tratado como ele foi. O eu precisa ser crucificado. Somente então Cristo será levantado na nossa vida, e ele não pode deixar de atrair almas a si mesmo. Tudo isso é resultado de união e comunhão íntimas, ou seja, comunhão com ele nos seus sofrimentos!”
No tabernáculo de Moisés havia um lugar tão sagrado que de todos os milhares de
Israel somente um único homem tinha permissão de entrar ali; e mesmo este homem só podia entrar durante um dia dos trezentos e sessenta e cinco dias do ano. Este lugar era o Santo dos Santos.
O lugar onde John Hyde se encontrava com Deus era terra santa. As cenas da sua vida são por mais sagradas para serem vistas por olhos comuns. Mas chegando perto do quarto de oração de John Hyde podemos ouvir seus suspiros e gemidos, ver as lágrimas escorrendo por suas faces, e ver seu corpo, enfraquecido por dias sem alimentação e por noites sem sono, sendo sacudido por soluços enquanto suplicava: “Ó Deus, dá-me almas senão eu morrerei”!
Às vezes falamos da oração como privilégio. Outras vezes podemos falar dela como responsabilidade. Na vida de John Hyde a necessidade de oração e o privilégio de oração vieram juntos como uma coisa só. Ele sabia que o homem podia compartilhar da autoridade de Deus e liberar a obra de Deus nas vidas daqueles que precisam de salvação e libertação.
Através da oração intercessória, o Sr. Hyde pôde abrir um caminho para Deus operar em convenções, igrejas e nas vidas de muitas pessoas.
John Hyde explorou território novo no vasto ministério da oração. Creio que podemos afirmar com segurança que John Hyde foi uma apostolo da oração.
OS PRIMEIROS ANOS
John Hyde foi criado num lar onde Jesus era um hóspede residente, e onde a atmosfera era de oração. O pai de John, Smith Hyde, D. D., era um nobre homem de Deus que orava frequentemente, tanto no seu culto doméstico como do púlpito, para que o Senhor da seara mandasse trabalhadores para a sua seara. Não é de se admirar, portanto, que Deus tenha chamado dois dos seus três filhos para o ministério do evangelho, e uma das suas três filhas para trabalhar ativamente na obra cristã por um tempo.
No seu último ano de seminário, John Hyde sentiu o chamado de Deus para ir ao campo missionário. Sua decisão foi influenciada em parte pela morte do seu irmão mais velho um ano antes. Edmund estava se preparando para pregar e também era um candidato para o campo missionário. Na época, John indagou se não era a vontade de Deus que ele entrasse na vaga deixada pela morte do seu irmão.
No outono de 1892, John viajou de navio para a Índia. No princípio não foi um
missionário destacado. Era pesado de língua e sua audição era um pouco imperfeita. Seu temperamento era manso e quieto e parecia faltar-lhe o entusiasmo e o zelo próprios de um jovem missionário.
Ao chegar à Índia, coube-lhe estudar primeiramente a língua. No princípio, ele se
dedicou a isso, mas mais tarde negligenciou-se para estudar a Bíblia. Argumentou que viera à Índia para ensinar a Bíblia e que precisava conhecê-la antes de poder ensiná-la. E Deus, pelo seu Espírito, abriu-lhe maravilhosamente as Escrituras. Mas nem por isto deixou de estudar a língua. Tornou-se fluente e correto nas línguas urdu, punjabi e inglês; mas acima e muito além disso, aprendeu a língua do céu, e aprendeu a falar de tal forma que audiências com centenas de hindus ficavam fascinadas enquanto ele lhes abria as verdades da Palavra de Deus.
A PRIMEIRA CONVENÇÃO DE SIALKOT
A vida da igreja em Punjab (como também em toda a Índia) estava muito aquém do padrão bíblico; o Espírito Santo era tão pouco honrado pelos ministérios que raramente havia conversões entre os milhões que estavam sem Cristo.
Logo tornou-se evidente que havia necessidade de uma reunião anual para estudo bíblico e oração, onde a vida espiritual dos obreiros, pastores, mestres e evangelistas, tanto estrangeiros como nativos, pudesse ser aprofundada. Sialkot foi o lugar escolhido para essa reunião.
Deus colocou um tremendo peso de oração sobre os corações de três homens – John Hyde, R. McCheyne Peterson e George Turner – a favor desta convenção. Durante vinte e um dias e vinte e uma noites esses três homens oraram e louvaram a Deus por um grande derramamento do seu poder! Três corações humanos palpitavam como um só: ansiando, suplicando, clamando e agonizando pela igreja da Índia e pelos milhões de almas perdidas.
Três vontades humanas renovadas que pela fé se prenderam como se fosse com ganchos de aço à onipotente vontade de Deus. Três pares de lábios tocados pelo fogo que bradavam de corações confiantes: “Será consumado!”
Um outro missionário que estava presente na convenção relata os eventos de uma das reuniões noturnas para homens que foi dirigida por Hyde. Nesta noite particular, Hyde chegou bem atrasado e ficou sentado em silencio diante deles por um considerável espaço de tempo antes de falar. “Quando por fim falou, ele contou-nos de maneira simples e tranqüila sobre alguns dos terríveis conflitos que tivera com o pecado e como Deus lhe dera vitória” Creio que ele não falou por mais de quinze ou vinte minutos, depois sentou-se, abaixou sua cabeça por
alguns minutos, e disse: ‘Vamos ter um período de oração’.
“Lembro-me de como o pequeno grupo se prostrou sobre as esteiras de acordo com o costume oriental, e depois, por muito tempo, uma após outro se levantou para orar. Houve confissões de pecado tais como a maioria de nós nunca tinha ouvido antes e intensos clamores a Deus pedindo por misericórdia e auxílio”.
“Já estava muito tarde naquela noite quando o pequeno grupo se despediu e alguns de nós definitivamente ficaram sabendo de diversas vidas que foram totalmente transformadas através da influência daquela reunião.”
A vida da igreja em Punjab (como também em toda a Índia) estava muito aquém do padrão bíblico; o Espírito Santo era tão pouco honrado pelos ministérios que raramente havia conversões entre os milhões que estavam sem Cristo.
Logo tornou-se evidente que havia necessidade de uma reunião anual para estudo bíblico e oração, onde a vida espiritual dos obreiros, pastores, mestres e evangelistas, tanto estrangeiros como nativos, pudesse ser aprofundada. Sialkot foi o lugar escolhido para essa reunião.
Deus colocou um tremendo peso de oração sobre os corações de três homens – John Hyde, R. McCheyne Peterson e George Turner – a favor desta convenção. Durante vinte e um dias e vinte e uma noites esses três homens oraram e louvaram a Deus por um grande derramamento do seu poder! Três corações humanos palpitavam como um só: ansiando, suplicando, clamando e agonizando pela igreja da Índia e pelos milhões de almas perdidas.
Três vontades humanas renovadas que pela fé se prenderam como se fosse com ganchos de aço à onipotente vontade de Deus. Três pares de lábios tocados pelo fogo que bradavam de corações confiantes: “Será consumado!”
Um outro missionário que estava presente na convenção relata os eventos de uma das reuniões noturnas para homens que foi dirigida por Hyde. Nesta noite particular, Hyde chegou bem atrasado e ficou sentado em silencio diante deles por um considerável espaço de tempo antes de falar. “Quando por fim falou, ele contou-nos de maneira simples e tranqüila sobre alguns dos terríveis conflitos que tivera com o pecado e como Deus lhe dera vitória” Creio que ele não falou por mais de quinze ou vinte minutos, depois sentou-se, abaixou sua cabeça por
alguns minutos, e disse: ‘Vamos ter um período de oração’.
“Lembro-me de como o pequeno grupo se prostrou sobre as esteiras de acordo com o costume oriental, e depois, por muito tempo, uma após outro se levantou para orar. Houve confissões de pecado tais como a maioria de nós nunca tinha ouvido antes e intensos clamores a Deus pedindo por misericórdia e auxílio”.
“Já estava muito tarde naquela noite quando o pequeno grupo se despediu e alguns de nós definitivamente ficaram sabendo de diversas vidas que foram totalmente transformadas através da influência daquela reunião.”
QUEBRANTAMENTO POR CAUSA DO PECADO
No ano seguinte, na reunião anual da União de Oração de Punjab, que fora organizada antes da primeira Convenção de Sialkot, Deus colocou sobre os corações o peso de um mundo mergulhado no pecado. Aos que estavam presentes foi permitido compartilhar dos sofrimentos de Cristo em certa medida. Foi uma gloriosa preparação para a convenção no outono.
Nesta convenção John Hyde estava constantemente no quarto de oração dia e noite. Ele era o preletor principal, e foi da comunhão com Deus que derivou seu poder para falar.
Uma vez falaram com John Hyde para fazer alguma coisa e ele foi e obedeceu, mas voltou ao quarto de oração em prantos confessando que havia obedecido a Deus com relutância. “Orem por mim, irmãos, para que eu faça isto com alegria.”
Depois disso, saiu e obedeceu triunfantemente. Entrou novamente no salão com grande alegria, repetindo três palavras em urdu: “Ai Asmani Bak” – “Ó Pai Celestial”.
Quem pode descrever o que se seguiu? Foi como se um imenso oceano viesse
inundando aquela assembléia. Corações se curvavam diante daquela presença divina como as árvores de uma floresta diante de uma grande tempestade. Era o oceano do amor de Deus sendo derramado através da obediência de um homem. Corações foram quebrantados diante dele. Houve confissões de pecado com lagrimas que logo se transformavam em alegria, e depois brados de regozijo.
Na convenção do ano seguinte, em resposta à oração, Deus derramou pelo seu Espírito um peso pelas almas perdidas. Era o mesmo quebrantamento de coração do ano anterior, só que agora era pelos pecados dos outros. Ninguém sentiu isso mais do que John Hyde.
Mais ou menos nessa época John Hyde começou a ter visões de Cristo glorificado como Cordeiro no seu trono – sofrendo infinita dor pelo seu corpo e junto com ele na terra. Como a cabeça divina, ele é o centro nervoso de todo o corpo. Ele de fato está vivendo hoje uma vida de intercessão por nós. A oração em favor de outros é como se fosse a própria respiração da vida do nosso Senhor no céu. Isto estava se tornando mais e mais real na vida de John Hyde.
No ano seguinte, na reunião anual da União de Oração de Punjab, que fora organizada antes da primeira Convenção de Sialkot, Deus colocou sobre os corações o peso de um mundo mergulhado no pecado. Aos que estavam presentes foi permitido compartilhar dos sofrimentos de Cristo em certa medida. Foi uma gloriosa preparação para a convenção no outono.
Nesta convenção John Hyde estava constantemente no quarto de oração dia e noite. Ele era o preletor principal, e foi da comunhão com Deus que derivou seu poder para falar.
Uma vez falaram com John Hyde para fazer alguma coisa e ele foi e obedeceu, mas voltou ao quarto de oração em prantos confessando que havia obedecido a Deus com relutância. “Orem por mim, irmãos, para que eu faça isto com alegria.”
Depois disso, saiu e obedeceu triunfantemente. Entrou novamente no salão com grande alegria, repetindo três palavras em urdu: “Ai Asmani Bak” – “Ó Pai Celestial”.
Quem pode descrever o que se seguiu? Foi como se um imenso oceano viesse
inundando aquela assembléia. Corações se curvavam diante daquela presença divina como as árvores de uma floresta diante de uma grande tempestade. Era o oceano do amor de Deus sendo derramado através da obediência de um homem. Corações foram quebrantados diante dele. Houve confissões de pecado com lagrimas que logo se transformavam em alegria, e depois brados de regozijo.
Na convenção do ano seguinte, em resposta à oração, Deus derramou pelo seu Espírito um peso pelas almas perdidas. Era o mesmo quebrantamento de coração do ano anterior, só que agora era pelos pecados dos outros. Ninguém sentiu isso mais do que John Hyde.
Mais ou menos nessa época John Hyde começou a ter visões de Cristo glorificado como Cordeiro no seu trono – sofrendo infinita dor pelo seu corpo e junto com ele na terra. Como a cabeça divina, ele é o centro nervoso de todo o corpo. Ele de fato está vivendo hoje uma vida de intercessão por nós. A oração em favor de outros é como se fosse a própria respiração da vida do nosso Senhor no céu. Isto estava se tornando mais e mais real na vida de John Hyde.
TEMPOS DE VERÃO
Nos dois verões seguintes John Hyde foi para a casa de um amigo nas montanhas. Foi para lá a fim de entrar em verdadeira intercessão com o se Mestre. O seu amigo escreveu a respeito: “Era evidente a todos que ele estava dobrando com o peso de profunda angústia de alma. Faltou a muitas refeições, e quando eu ia para o seu quarto, encontrava-o prostrado como em grande agonia, ou andando para cima e para baixo como se um fogo interior estivesse ardendo nos seus ossos...”
“John não jejuava no sentido normal da palavra, mas frequentemente quando eu
implorava para que ele viesse comer, ele olhava para mim, sorria e dizia: ‘Não estou com
fome’. Não! Havia uma fome muito maior consumindo a sua própria alma, e somente a oração poderia saciá-la. Diante da fome espiritual, a natural desaparecia.”
Passo a passo ele estava sendo levado para uma vida de oração, vigilância e agonia em favor dos outros. Um pensamento estava sempre predominante na sua mente: que o nosso Senhor ainda agonizava em favor das almas. Com toda a profundidade de amor que ele parecia estar sondando com o seu Senhor, havia também vislumbre das suas alturas – momentos de céu na terra, quando sua alma ficava inundada com cânticos de louvor e ele entrava no gozo do seu Senhor.
Naqueles dias parecia que ele nunca perdia a visão dos milhares no seu próprio distrito que estavam sem Deus e sem esperança no mundo. Como ele suplicava por eles com soluços – soluços sem lágrimas, soluços que o engasgavam e que mostravam como as profundezas da sua alma estavam sendo agitadas. “Pai, dá-me estas almas, senão eu morro!” era a carga das suas orações.
Durante esses tempos de intercessão, John Hyde firmou com Deus uma aliança bem definida. Era pela conversão de uma alma por dia, não menos. Não meros interessados, mas uma alma salva, pronta para confessar a Cristo publicamente e ser batizada no seu nome.
Ele voltou para o seu distrito com esta confiança e não ficou desapontado. Isto
significava longas viagens, noites de vigília em oração, e jejum, dor e conflito, mas estas coisas foram sempre coroadas pela vitória. Suas ovelhas foram se recolhendo no aprisco e o Bom Pastor viu o fruto do penoso trabalho da sua alma e ficou satisfeito. Quando chegou o fim daquele ano, mais de quatrocentas almas foram recolhidas.
Ele ficou satisfeito com isso? Longe disso. Como seria possível ficar satisfeito se o seu Senhor não o estivesse? John Hyde parecia sempre estar ouvindo a voz do Bom Pastor que dizia: “Ainda tenho outras ovelhas, ainda tenho outras ovelhas”. Não importava se ganhasse uma alma por dia, ou duas por dia, ou quatro por dia, ainda continuava sentindo um anseio insaciável, uma paixão inextinguível pelas almas perdidas.
Nos dois verões seguintes John Hyde foi para a casa de um amigo nas montanhas. Foi para lá a fim de entrar em verdadeira intercessão com o se Mestre. O seu amigo escreveu a respeito: “Era evidente a todos que ele estava dobrando com o peso de profunda angústia de alma. Faltou a muitas refeições, e quando eu ia para o seu quarto, encontrava-o prostrado como em grande agonia, ou andando para cima e para baixo como se um fogo interior estivesse ardendo nos seus ossos...”
“John não jejuava no sentido normal da palavra, mas frequentemente quando eu
implorava para que ele viesse comer, ele olhava para mim, sorria e dizia: ‘Não estou com
fome’. Não! Havia uma fome muito maior consumindo a sua própria alma, e somente a oração poderia saciá-la. Diante da fome espiritual, a natural desaparecia.”
Passo a passo ele estava sendo levado para uma vida de oração, vigilância e agonia em favor dos outros. Um pensamento estava sempre predominante na sua mente: que o nosso Senhor ainda agonizava em favor das almas. Com toda a profundidade de amor que ele parecia estar sondando com o seu Senhor, havia também vislumbre das suas alturas – momentos de céu na terra, quando sua alma ficava inundada com cânticos de louvor e ele entrava no gozo do seu Senhor.
Naqueles dias parecia que ele nunca perdia a visão dos milhares no seu próprio distrito que estavam sem Deus e sem esperança no mundo. Como ele suplicava por eles com soluços – soluços sem lágrimas, soluços que o engasgavam e que mostravam como as profundezas da sua alma estavam sendo agitadas. “Pai, dá-me estas almas, senão eu morro!” era a carga das suas orações.
Durante esses tempos de intercessão, John Hyde firmou com Deus uma aliança bem definida. Era pela conversão de uma alma por dia, não menos. Não meros interessados, mas uma alma salva, pronta para confessar a Cristo publicamente e ser batizada no seu nome.
Ele voltou para o seu distrito com esta confiança e não ficou desapontado. Isto
significava longas viagens, noites de vigília em oração, e jejum, dor e conflito, mas estas coisas foram sempre coroadas pela vitória. Suas ovelhas foram se recolhendo no aprisco e o Bom Pastor viu o fruto do penoso trabalho da sua alma e ficou satisfeito. Quando chegou o fim daquele ano, mais de quatrocentas almas foram recolhidas.
Ele ficou satisfeito com isso? Longe disso. Como seria possível ficar satisfeito se o seu Senhor não o estivesse? John Hyde parecia sempre estar ouvindo a voz do Bom Pastor que dizia: “Ainda tenho outras ovelhas, ainda tenho outras ovelhas”. Não importava se ganhasse uma alma por dia, ou duas por dia, ou quatro por dia, ainda continuava sentindo um anseio insaciável, uma paixão inextinguível pelas almas perdidas.
UMA VIDA DE ORAÇÃO
Na conferência do ano seguinte John Hyde outra vez chegouy a Deus com um pedido definido e importunador. Desta vez ele queria duas almas por dia. Nesta conferência Deus o usou com mais poder do que nunca. Através dele Deus revelou vislumbres do divino coração de Cristo partido por causa dos nossos pecados. Não precisamos ter o nosso coração partido, mas ter o coração partido de Deus. Não somos participantes dos nossos sofrimentos, mas dos sofrimentos de Cristo. Não é com as nossas lágrimas que devemos admoestar noite e dia, mas tudo vem de Cristo. A comunhão nos seus sofrimentos é o seu dom gratuito para ser recebido
em simples fé.
Paterson escreveu a respeito de John Hyde: “Qual foi o segredo da vida de oração de John Hyde? Quem é a fonte de toda vida? O Jesus glorificado. Como recebo esta vida dele?
Assim como recebi a sua justiça no início. Reconheço que não tenho nenhuma justiça de mim mesmo – somente trapos de imundícia e em fé me aproprio da sua justiça.
“Agora se segue um duplo resultado. Quanto ao nosso Pai dos céus, ele vê a justiça de Cristo e não a minha injustiça. Um segundo resultado vem quanto a nós mesmo: a justiça de Cristo não só nos reveste exteriormente, mas entra no nosso próprio ser, pelo seu Espírito, recebido por fé, e desenvolve a santificação em nós.” “Pro que não pode ser mesmo com a nossa vida de oração? Lembremo-nos da palavra
por. ‘Cristo morreu por nós’ e ‘vivendo sempre para interceder por nós’, isto é, no nosso lugar.
Assim eu confesso as minhas orações sempre insuficientes (nem ouso chamá-las de vida de oração), e suplico baseado na sua intercessão incessante. Isso afeta o nosso Pai, pois ele vê a vida de oração de Cristo em nós e responde de acordo com ela. De forma que a resposta é ‘infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos’.
“Um outro grande resultado se segue: nós somos afetados. A vida de oração de Cristo entre em nós e ele ora em nós. Isto é oração no Espírito Santo. Esta é a vida mais abundante que o nosso Senhor nos dá. Oh, que paz, que conforto! Não há mais necessidade de esforçarnos para produzir uma vida de oração, falhando constantemente. Jesus entra no barco e a labuta cessa, e logo estamos na terra que era o nosso destino. Agora, precisamos ficar quietos diante dele para ouvir a sua voz e permitir que ele derrame em nossa alma sua vida transbordante de intercessão, que significa literalmente: encontrar-se face a face com Deus –
verdadeira união e comunhão.”
John costumava dizer: “Quando nos mantemos perto de Jesus, é ele quem atrai almas a si mesmo através de nós, mas é necessário que ele seja levantado na nossa vida: isto é, temos de ser crucificados com ele. Em alguma forma, é o que se levanta entre nós e ele, e por isso o eu precisa ser tratado como ele foi. O eu precisa ser crucificado. Somente então Cristo será levantado na nossa vida, e ele não pode deixar de atrair almas a si mesmo. Tudo isso é resultado de união e comunhão íntimas, ou seja, comunhão com ele nos seus sofrimentos!”
ALARGANDO O SEU CORAÇÃO
As oitocentas almas desde a conferência do ano passado não satisfizeram a John Hyde.
Deus estava alargando o seu coração com seu amor. Mais uma vez ele buscou a Deus com santo desespero. Finalmente obteve a segurança de ganhar quatro almas por dia.
Nos dias em que quatro almas não foram recolhidas para o aprisco, de noite havia
tamanha carga no seu coração que se transformava em verdadeira dor, sendo-lhe impossível comer ou dormir. Então em oração ele pedia ao Senhor para lhe mostrar que obstáculos na sua vida estava impedindo a bênção. Invariavelmente ele descobria que era a falta de louvor na sua vida. Assim ele trocava suas cinzas pela grinalda de Cristo, seu pranto pelo óleo de alegria de Cristo, seu espírito angustiado pelas vestes de louvor de Cristo, e enquanto ele louvava a Deus, as lamas vinham a ele e os números que faltavam eram completados.
E ainda mais profundo ele caminhou com Cristo para a penumbra do jardim! A oração tomou agora a forma de confessar os pecados de outros e tomar o lugar daqueles pecadores, como faziam tantos profetas na antiguidade. Ele estava carregando os pecados de outros sozinho com o seu Senhor e Mestre. “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6:2). De acordo com essa lei, devemos entregar a nossa vida pelos irmãos. Era isto que John Hyde estava fazendo.
Aproximadamente nesta época em que a confissão dos pecados de outros estava se apossando do coração de John Hyde, ele aprendeu um lição muito solene – o pecado de achar defeitos nos outros, mesmo ao orar por eles. Ele estava carregando certa vez um peso de oração em favor de um determinado pastor hindu. Então ele se retirou para o seu quarto de oração, e meditando na frieza do pastor e da morte conseqüente que havia na sua igreja, começou a orar: “Ó Pai, tu sabes quão frio...”
Mas era como se um dedo fosse colocado nos seus lábios, de modo que não podia falar o que pretendera, e uma voz disse no seu ouvido: “Quem nele tocar, toca na menina do meu olho”.
Hyde clamou em angústia: “Perdoa-me, Pai, pois tenho sido um acusador dos irmãos diante de ti!” Ele reconheceu que na vista de Deus ele deveria contemplar tudo que é amável. Entretanto, ele também queria contemplar tudo que é verdadeiro. Foi-lhe revelado que o “verdadeiro” deste versículo se limita para quilo que é ao mesmo tempo amável e verdadeiro, que o pecado dos filhos de Deus é efêmero; o pecado não é a verdadeira natureza dos filhos de Deus. Pois devemos vê-los como estão em Cristo Jesus – “aperfeiçoados”, assim como estarão quando ele tiver completado a boa obra que iniciou neles.
Então John pediu ao Pai que lhe mostrasse tudo que merecesse louvor na vida daquele pastor. Ele foi lembrado de muita coisa pela qual poderia agradecer a Deus de coração, e assim passou o seu tempo em louvor! Este foi o caminho para a vitória. O resultado? Logo depois ficou sabendo que o pastor recebeu na mesma época um grande reavivamento e estava pregando com fogo.
As oitocentas almas desde a conferência do ano passado não satisfizeram a John Hyde.
Deus estava alargando o seu coração com seu amor. Mais uma vez ele buscou a Deus com santo desespero. Finalmente obteve a segurança de ganhar quatro almas por dia.
Nos dias em que quatro almas não foram recolhidas para o aprisco, de noite havia
tamanha carga no seu coração que se transformava em verdadeira dor, sendo-lhe impossível comer ou dormir. Então em oração ele pedia ao Senhor para lhe mostrar que obstáculos na sua vida estava impedindo a bênção. Invariavelmente ele descobria que era a falta de louvor na sua vida. Assim ele trocava suas cinzas pela grinalda de Cristo, seu pranto pelo óleo de alegria de Cristo, seu espírito angustiado pelas vestes de louvor de Cristo, e enquanto ele louvava a Deus, as lamas vinham a ele e os números que faltavam eram completados.
E ainda mais profundo ele caminhou com Cristo para a penumbra do jardim! A oração tomou agora a forma de confessar os pecados de outros e tomar o lugar daqueles pecadores, como faziam tantos profetas na antiguidade. Ele estava carregando os pecados de outros sozinho com o seu Senhor e Mestre. “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6:2). De acordo com essa lei, devemos entregar a nossa vida pelos irmãos. Era isto que John Hyde estava fazendo.
Aproximadamente nesta época em que a confissão dos pecados de outros estava se apossando do coração de John Hyde, ele aprendeu um lição muito solene – o pecado de achar defeitos nos outros, mesmo ao orar por eles. Ele estava carregando certa vez um peso de oração em favor de um determinado pastor hindu. Então ele se retirou para o seu quarto de oração, e meditando na frieza do pastor e da morte conseqüente que havia na sua igreja, começou a orar: “Ó Pai, tu sabes quão frio...”
Mas era como se um dedo fosse colocado nos seus lábios, de modo que não podia falar o que pretendera, e uma voz disse no seu ouvido: “Quem nele tocar, toca na menina do meu olho”.
Hyde clamou em angústia: “Perdoa-me, Pai, pois tenho sido um acusador dos irmãos diante de ti!” Ele reconheceu que na vista de Deus ele deveria contemplar tudo que é amável. Entretanto, ele também queria contemplar tudo que é verdadeiro. Foi-lhe revelado que o “verdadeiro” deste versículo se limita para quilo que é ao mesmo tempo amável e verdadeiro, que o pecado dos filhos de Deus é efêmero; o pecado não é a verdadeira natureza dos filhos de Deus. Pois devemos vê-los como estão em Cristo Jesus – “aperfeiçoados”, assim como estarão quando ele tiver completado a boa obra que iniciou neles.
Então John pediu ao Pai que lhe mostrasse tudo que merecesse louvor na vida daquele pastor. Ele foi lembrado de muita coisa pela qual poderia agradecer a Deus de coração, e assim passou o seu tempo em louvor! Este foi o caminho para a vitória. O resultado? Logo depois ficou sabendo que o pastor recebeu na mesma época um grande reavivamento e estava pregando com fogo.
QUEIMANDO POR CRISTO
John Hyde foi conclamado para auxiliar em avivamentos e conferências em Calcutá, Bombaim e muitas outras cidades maiores. Um amigo escreve a respeito dele durante uma destas reuniões. “Ele permaneceu conosco durante quase quinze dias, e durante todo esse tempo estava com febre. Mesmo assim ministrou nas reuniões normalmente, e como Deus nos falou através dele, apesar de fisicamente não ter condições de fazer nada!
“Naquela época fiquei doente por vários dias. A dor no meu peiro me manteve acordado por diversas noites. Foi então que notei que o Sr. Hyde estava fazendo no seu quarto em frete ao meu. Eu podia ver o clarão da luz elétrica quando ele saía da cama e a acendia. Observei-o fazer isso às dozes horas, às duas, às quatro e depois às cinco. Daquela hora na luz permanecia acesa até o amanhecer.”
“Nunca me esquecerei das lições que aprendi naquela época. Eu já havia orado pelo privilégio de esperar em Deus nas horas da noite? Não! Isto levou-me a pedir este privilégio ali mesmo. A dor que me impedia de dormir noite após noite foi transformada em alegria e louvor por causa deste novo ministério que de repente eu descobrira, de manter a vigília da noite junto com os outros que têm a função de lembrar o Senhor.”
O mesmo amigo relata como o Sr. Hyde piorou fisicamente e finalmente foi persuadido a ver um médico. O diagnóstico do médico foi que o coração de John Hyde estava em péssima condição. “Nunca encontrei um caso tão terrível quanto este. Foi deslocado da sua posição normal no lado esquerdo para um lugar no lado direito.” Quando o médico perguntou: “O que você tem feito consigo mesmo?”, o Sr. Hyde não disse nada. Somente sorriu. Mas aqueles que o conheciam sabiam qual era a causa: sua vida de incessante oração, noite e dia, orando excessivamente com muitas lágrimas pelos seus convertidos, pelos colegas na obra, pelos amigos, e pela igreja na Índia. Sua oração para que ele fosse todo queimado ao invés de enferrujar estava sendo respondida.
John Hyde foi conclamado para auxiliar em avivamentos e conferências em Calcutá, Bombaim e muitas outras cidades maiores. Um amigo escreve a respeito dele durante uma destas reuniões. “Ele permaneceu conosco durante quase quinze dias, e durante todo esse tempo estava com febre. Mesmo assim ministrou nas reuniões normalmente, e como Deus nos falou através dele, apesar de fisicamente não ter condições de fazer nada!
“Naquela época fiquei doente por vários dias. A dor no meu peiro me manteve acordado por diversas noites. Foi então que notei que o Sr. Hyde estava fazendo no seu quarto em frete ao meu. Eu podia ver o clarão da luz elétrica quando ele saía da cama e a acendia. Observei-o fazer isso às dozes horas, às duas, às quatro e depois às cinco. Daquela hora na luz permanecia acesa até o amanhecer.”
“Nunca me esquecerei das lições que aprendi naquela época. Eu já havia orado pelo privilégio de esperar em Deus nas horas da noite? Não! Isto levou-me a pedir este privilégio ali mesmo. A dor que me impedia de dormir noite após noite foi transformada em alegria e louvor por causa deste novo ministério que de repente eu descobrira, de manter a vigília da noite junto com os outros que têm a função de lembrar o Senhor.”
O mesmo amigo relata como o Sr. Hyde piorou fisicamente e finalmente foi persuadido a ver um médico. O diagnóstico do médico foi que o coração de John Hyde estava em péssima condição. “Nunca encontrei um caso tão terrível quanto este. Foi deslocado da sua posição normal no lado esquerdo para um lugar no lado direito.” Quando o médico perguntou: “O que você tem feito consigo mesmo?”, o Sr. Hyde não disse nada. Somente sorriu. Mas aqueles que o conheciam sabiam qual era a causa: sua vida de incessante oração, noite e dia, orando excessivamente com muitas lágrimas pelos seus convertidos, pelos colegas na obra, pelos amigos, e pela igreja na Índia. Sua oração para que ele fosse todo queimado ao invés de enferrujar estava sendo respondida.
DE VOLTA PARA CASA
Na primavera seguinte, John Hyde partiu para casa como um homem muito doente. Ele havia chegado na Índia no outono de 1892, menos que vinte anos antes. Mas sem dúvida foram dezenove anos muito lindos!
Quando chegou na Inglaterra ele foi visitar alguns amigos no País de Gales. Enquanto lá, ouvir falar que o Dr. J. Wilbur Chapman e o Sr. Charles M. Alexander, na sua campanha evangelística mundial, estavam tendo reuniões em Shrewsbury. Com dois dos seus amigos ele foi para a abertura da campanha. Depois daquela reunião um peso veio sobre o Sr. Hyde e ele contratou um quarto no hotel por uma semana para assumir o peso de oração em favor de Shrewsbury.
Mais tarde o Dr. J. Wilbur Chapman escreveu: “Deus tem estado graciosamente ao nosso lado em todas estas longas viagens pelo mundo, e temos aprendido algumas coisas que aumentaram a nossa fé. Cremos na oração como nunca antes. Tenho aprendido algumas grandes lições a respeito da oração. Sei que todos os grandes avivamentos são gerados pela oração.
“Numa das nossas campanhas na Inglaterra a audiência era muitíssimo pequena. Os resultados pareciam impossíveis, mas recebi um bilhete dizendo que um missionário americano estava chegando na cidade e que ia orar pela bênção de Deus sobre nosso trabalho.”
“Quase que instantaneamente houve uma mudança brusca. O salão ficou lotado, e o meu primeiro apelo trouxe cinqüenta homens para Jesus Cristo. Quanta estávamos saindo, falei: ‘Sr. Hyde, quero que você ore por mim’. Ele veio para o meu quarto, caiu de joelhos, e esperou cinco minutos sem que uma só sílaba saísse dos seus lábios. Eu podia ouvir o meu próprio coração bater violentamente. Senti as lágrimas aquecidas escorrerem pelas minhas faces. Eu sabia que estava com Deus. Então com o rosto levantado pelo qual as lágrimas jorravam, ele disse: ‘Ó Deus!’
“Depois por mais cinco minutos pelo menos, ele ficou quieto novamente, e quando sabia que estava conversando com Deus ele colocou o seu braço nos meus ombros e surgiu das profundezas do meu coração tais petições pelos homens quais nunca antes tinha ouvido.
Levantei-me dos meus joelhos sabendo o que era a verdadeira oração.”
Quando John Hyde chegou em Nova York, ele foi imediatamente para Clifton Spring. O seu propósito era obter alívio de uma severa dor de cabeça que sofria desde muito antes de sair da Índia. Uma operação revelou um tumor maligno, diagnosticado como sarcoma.
Recuperou-se dessa operação, e em setembro foi visitar sua irmã em Northampton, Massachusetts. Mas logo depois do ano novo, começou a ter dores nas suas costas e lado. Ele pensou que era reumatismo, mas o médico sabia que era o temido sarcoma outra vez. John Hyde passou para o Senhor no dia 17 de fevereiro de 1912.
“Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; vós os que fareis lembrado o Senhor, não descanseis, nem deis a ele descanso até que restabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra” (Is 62:6,7).
Há alguns que sabem que Deus os tem escolhido e ordenado como guardas. Há alguns que vivem por tanto tempo em intimidade com Jeová que ouvem a sua voz e recebem ordens diretamente dele, que têm o privilégio de cuidar, juntamente com o Senhor, dos assuntos do seu reino.
Na primavera seguinte, John Hyde partiu para casa como um homem muito doente. Ele havia chegado na Índia no outono de 1892, menos que vinte anos antes. Mas sem dúvida foram dezenove anos muito lindos!
Quando chegou na Inglaterra ele foi visitar alguns amigos no País de Gales. Enquanto lá, ouvir falar que o Dr. J. Wilbur Chapman e o Sr. Charles M. Alexander, na sua campanha evangelística mundial, estavam tendo reuniões em Shrewsbury. Com dois dos seus amigos ele foi para a abertura da campanha. Depois daquela reunião um peso veio sobre o Sr. Hyde e ele contratou um quarto no hotel por uma semana para assumir o peso de oração em favor de Shrewsbury.
Mais tarde o Dr. J. Wilbur Chapman escreveu: “Deus tem estado graciosamente ao nosso lado em todas estas longas viagens pelo mundo, e temos aprendido algumas coisas que aumentaram a nossa fé. Cremos na oração como nunca antes. Tenho aprendido algumas grandes lições a respeito da oração. Sei que todos os grandes avivamentos são gerados pela oração.
“Numa das nossas campanhas na Inglaterra a audiência era muitíssimo pequena. Os resultados pareciam impossíveis, mas recebi um bilhete dizendo que um missionário americano estava chegando na cidade e que ia orar pela bênção de Deus sobre nosso trabalho.”
“Quase que instantaneamente houve uma mudança brusca. O salão ficou lotado, e o meu primeiro apelo trouxe cinqüenta homens para Jesus Cristo. Quanta estávamos saindo, falei: ‘Sr. Hyde, quero que você ore por mim’. Ele veio para o meu quarto, caiu de joelhos, e esperou cinco minutos sem que uma só sílaba saísse dos seus lábios. Eu podia ouvir o meu próprio coração bater violentamente. Senti as lágrimas aquecidas escorrerem pelas minhas faces. Eu sabia que estava com Deus. Então com o rosto levantado pelo qual as lágrimas jorravam, ele disse: ‘Ó Deus!’
“Depois por mais cinco minutos pelo menos, ele ficou quieto novamente, e quando sabia que estava conversando com Deus ele colocou o seu braço nos meus ombros e surgiu das profundezas do meu coração tais petições pelos homens quais nunca antes tinha ouvido.
Levantei-me dos meus joelhos sabendo o que era a verdadeira oração.”
Quando John Hyde chegou em Nova York, ele foi imediatamente para Clifton Spring. O seu propósito era obter alívio de uma severa dor de cabeça que sofria desde muito antes de sair da Índia. Uma operação revelou um tumor maligno, diagnosticado como sarcoma.
Recuperou-se dessa operação, e em setembro foi visitar sua irmã em Northampton, Massachusetts. Mas logo depois do ano novo, começou a ter dores nas suas costas e lado. Ele pensou que era reumatismo, mas o médico sabia que era o temido sarcoma outra vez. John Hyde passou para o Senhor no dia 17 de fevereiro de 1912.
“Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; vós os que fareis lembrado o Senhor, não descanseis, nem deis a ele descanso até que restabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra” (Is 62:6,7).
Há alguns que sabem que Deus os tem escolhido e ordenado como guardas. Há alguns que vivem por tanto tempo em intimidade com Jeová que ouvem a sua voz e recebem ordens diretamente dele, que têm o privilégio de cuidar, juntamente com o Senhor, dos assuntos do seu reino.
O SANGUE
O sangue deve ocupar o mesmo lugar em nosso coração que ocupa com Deus.
Por Andrew Murray
Desde o princípio dos tratos que Deus manteve com o homem, sim, desde antes da fundação do mundo, o coração de Deus tem-se regozijado naquele sangue. Nosso coração nunca descansará, nem achará salvação, até que nós, também, aprendamos a andar e a gloriar-nos no poder daquele sangue.
Não é apenas o pecador arrependido, ansiando pelo perdão, que deve dar tanto valor assim ao sangue. Não! Os redimidos terão a seguinte experiência: assim como Deus no Seu templo Se assenta num trono de graça, onde o sangue sempre está evidente, assim também nada há que atraia nosso coração para mais perto de Deus, enchendo-o do amor de Deus, e de alegria, e de glória, como quem vive tendo uma vista constante e espiritual daquele sangue.
tomado del livro The power of the blood of Jesus por Andrew Murray
Por Andrew Murray
Desde o princípio dos tratos que Deus manteve com o homem, sim, desde antes da fundação do mundo, o coração de Deus tem-se regozijado naquele sangue. Nosso coração nunca descansará, nem achará salvação, até que nós, também, aprendamos a andar e a gloriar-nos no poder daquele sangue.
Não é apenas o pecador arrependido, ansiando pelo perdão, que deve dar tanto valor assim ao sangue. Não! Os redimidos terão a seguinte experiência: assim como Deus no Seu templo Se assenta num trono de graça, onde o sangue sempre está evidente, assim também nada há que atraia nosso coração para mais perto de Deus, enchendo-o do amor de Deus, e de alegria, e de glória, como quem vive tendo uma vista constante e espiritual daquele sangue.
tomado del livro The power of the blood of Jesus por Andrew Murray
SÓ UM CAMINHO
POR Oswald Smith
Um banqueiro e um homem de negócios sentaram-se em frente um do outro no escritório do gerente. O homem de negócios, inclinando-se para frente, estava falando muito seriamente, quando, de súbito, o outro o interrompeu.
"Ridículo! Absurdo! Tolice!" E o orgulhoso banqueiro fez um beiço em desprezo.
"Mas, por que? inquiriu aquele a quem ele tinha falado.
"Por que? Então você, um homem inteligente, me pergunta porque?"
A face do banqueiro transformou-se numa carranca, e havia ira na sua voz enquanto ele respondeu.
"Por que? Você quer dizer que a morte de Jesus Cristo em meu lugar na cruz irá satisfazer a Deus? Fora com essas teorias! Se eu vier a me salvar, teria que obter isso pelos meus próprios esforços". E ele bateu o pé com resolução.
"Ah! percebo", replicou o outro. "Agora sei qual é o problema. Você pensa que tem o direito de manufaturar um caminho por si mesmo, e então rejeita e despreza o plano pro-, videnciado por Deus".
"O que você quer dizer com isso? interrompeu o banqueiro com uma expressão de mistificação na sua face.
"Agora, ouça! Suponha que um homem venha e lhe diga: "Senhor banqueiro, estou em grande dificuldade e quero que o senhor me empreste algum dinheiro". Diga-me, quem teria o direito de apresentar as condições ou os termos segundo os quais o dinheiro viesse a ser emprestado, você como banqueiro e proprietário, ou o homem necessitado?".
"Seria eu, é claro. Ele teria que satisfazer as minhas condições, antes de poder obter dinheiro", replicou o banqueiro.
"Exatamente. É esta, senhor, a sua posição. O senhor é o pecador pobre, desesperado, perdido e negligente, e Deus é o grande Banqueiro. O senhor está vindo a Ele para obter misericórdia e perdão".
"O senhor pode me dizer quem é que tem o direito de apresentar os termos e ditar as condições pelas quais o senhor possa receber a sua salvação, lembrando-se agora de que o senhor e o homem necessitado, e Deus o Banqueiro?
"Ah! eu nunca vi isto desta maneira antes" respondeu o banqueiro com um profundo tom de surpresa na sua voz... "Bem, naturalmente, que eu não posso apresentar as condições. Deus tem esse direito, e, somente Ele".
"E, contudo, o senhor tem manufaturado um esquema próprio, esquecendo-se de que mendigos não mandam; eles aceitam. E em todo esse tempo Deus, o grande Banqueiro, tem oferecido salvação ao senhor de acordo com o Seu plano. O senhor está disposto a abandonar, agora, es seus e aceitar o dEle? O senhor está pronto a se entender com Deus, segundo os Seus ditames?"
"Deus me ajudando, eu o farei", replicou o banqueiro, humildemente, agora que nova luz brilhava em sua alma.
Meu amigo, e tu? Também tens procurado manufaturai um caminho teu, próprio? Há muitos que têm.
Um banqueiro e um homem de negócios sentaram-se em frente um do outro no escritório do gerente. O homem de negócios, inclinando-se para frente, estava falando muito seriamente, quando, de súbito, o outro o interrompeu.
"Ridículo! Absurdo! Tolice!" E o orgulhoso banqueiro fez um beiço em desprezo.
"Mas, por que? inquiriu aquele a quem ele tinha falado.
"Por que? Então você, um homem inteligente, me pergunta porque?"
A face do banqueiro transformou-se numa carranca, e havia ira na sua voz enquanto ele respondeu.
"Por que? Você quer dizer que a morte de Jesus Cristo em meu lugar na cruz irá satisfazer a Deus? Fora com essas teorias! Se eu vier a me salvar, teria que obter isso pelos meus próprios esforços". E ele bateu o pé com resolução.
"Ah! percebo", replicou o outro. "Agora sei qual é o problema. Você pensa que tem o direito de manufaturar um caminho por si mesmo, e então rejeita e despreza o plano pro-, videnciado por Deus".
"O que você quer dizer com isso? interrompeu o banqueiro com uma expressão de mistificação na sua face.
"Agora, ouça! Suponha que um homem venha e lhe diga: "Senhor banqueiro, estou em grande dificuldade e quero que o senhor me empreste algum dinheiro". Diga-me, quem teria o direito de apresentar as condições ou os termos segundo os quais o dinheiro viesse a ser emprestado, você como banqueiro e proprietário, ou o homem necessitado?".
"Seria eu, é claro. Ele teria que satisfazer as minhas condições, antes de poder obter dinheiro", replicou o banqueiro.
"Exatamente. É esta, senhor, a sua posição. O senhor é o pecador pobre, desesperado, perdido e negligente, e Deus é o grande Banqueiro. O senhor está vindo a Ele para obter misericórdia e perdão".
"O senhor pode me dizer quem é que tem o direito de apresentar os termos e ditar as condições pelas quais o senhor possa receber a sua salvação, lembrando-se agora de que o senhor e o homem necessitado, e Deus o Banqueiro?
"Ah! eu nunca vi isto desta maneira antes" respondeu o banqueiro com um profundo tom de surpresa na sua voz... "Bem, naturalmente, que eu não posso apresentar as condições. Deus tem esse direito, e, somente Ele".
"E, contudo, o senhor tem manufaturado um esquema próprio, esquecendo-se de que mendigos não mandam; eles aceitam. E em todo esse tempo Deus, o grande Banqueiro, tem oferecido salvação ao senhor de acordo com o Seu plano. O senhor está disposto a abandonar, agora, es seus e aceitar o dEle? O senhor está pronto a se entender com Deus, segundo os Seus ditames?"
"Deus me ajudando, eu o farei", replicou o banqueiro, humildemente, agora que nova luz brilhava em sua alma.
Meu amigo, e tu? Também tens procurado manufaturai um caminho teu, próprio? Há muitos que têm.
Tomado Del livro O PAÍS QUE EU MAIS AMO DR. OSWALD J. SMITH
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