sábado, 30 de enero de 2010

Oração



Por François Fénelon

Fale a Deus tudo o que vai em seu coração, como quem descarrega para um amigo todas as suas alegrias e dores. Conte-Lhe seus problemas, para que Ele possa confortá-lo; fale-Lhe de suas alegrias, para que Ele possa moderá-las; conte-Lhe seus anseios, para que Ele possa purificá-los; fale de suas antipatias, para que Ele o ajude a superá-las; fale de suas tentações, para que Ele possa protegê-lo delas; mostre-Lhe as feridas de seu coragao, para que Ele possa sará-las; exponha-Lhe sua indiferença para com o bem, sua inclinação para o mal, sua instabilidade. Conte-Lhe como o amor por si mesmo torna-o injusto com os outros, como a vaidade o tenta a ser insincero, e como o orgulho mascara o que você é realmente para si mesmo e para os outros.
Se voce derramar dessa maneira, perante Ele, todas as suas fraquezas, necessidades e problemas, não haverá falta de assunto para a conversa. Você nunca conseguirá esgotar o assunto, pois ele está sempre se renovando. As pessoas que não têm segredos umas para as outras nunca ficam sem ter o que conversar. E elas não medem suas palavras, pois não há nada para ser guardado consigo; nem precisam estar a procurar coisas para dizer. Elas falam do que está cheio o coração; sem parar para ponderar, elas dizem o que pensam. Felizes são aqueles que conseguem atingir esse grau de familiaridade e de profundidade em sua comunhao com Deus.
(François Fénelon)

viernes, 29 de enero de 2010

Orgulho espiritual oculto



Por Jonathan Edwards (1703 – 1758)

A primeira e a pior causa de erro que prevalece nos nossos dias é o orgulho espiritual. Essa é a principal porta que o diabo usa para entrar nos corações daqueles que têm zelo pelo avanço da causa de Cristo. É a principal via de entrada de fumaça venenosa que vem do abismo para escurecer a mente e desviar o juízo. É o meio que Satanás usa para controlar cristãos e obstruir uma obra de Deus. Até que essa doença seja curada, em vão se aplicarão remédios para resolver quaisquer outras enfermidades.
O orgulho é muito mais difícil de ser discernido do que qualquer outra fonte de corrupção porque, por sua própria natureza, leva a pessoa a ter um conceito alto demais de si própria. É alguma surpresa, então, verificar que a pessoa que pensa de si acima do que deve está totalmente inconsciente desse fato? Ela pensa, pelo contrário, que a opinião que tem de si está bem fundamentada e que, portanto, não é um conceito elevado demais. Como resultado, não existe outro assunto no qual o coração esteja mais enganado e mais difícil de ser sondado. A própria natureza do orgulho é criar autoconfiança e expulsar qualquer suspeita de mal em relação a si próprio.
O orgulho toma muitas formas e manifestações e envolve o coração como as camadas de uma cebola – ao se arrancar uma camada, existe outra por baixo dela. Por isto, precisamos ter a maior vigilância imaginável sobre nossos corações com respeito a essa questão e clamar àquele que sonda as profundezas do coração para que nos auxilie. Quem confia em seu próprio coração é insensato.
Como o orgulho espiritual é mascarado por natureza, geralmente não pode ser detectado por intuição imediata como aquilo que é mesmo. É mais fácil ser identificado por seus frutos e efeitos, alguns dos quais quero mencionar junto com os frutos opostos da humildade cristã.
A pessoa espiritualmente orgulhosa sente que já está cheia de luz, não necessitando assim de instrução. Assim, terá a tendência de prontamente rejeitar a oferta de ajuda nesse sentido. Por outro lado, a pessoa humilde é como uma pequena criança que facilmente recebe instrução. É cautelosa no seu conceito de si mesma, sensível à sua grande facilidade em se desviar. Se alguém lhe sugere que está, de fato, saindo do caminho reto, mostra pronta disposição em examinar a questão e ouvir as advertências.
As pessoas orgulhosas tendem a falar dos pecados dos outros: o terrível engano dos hipócritas, a falta de vida daqueles irmãos que têm amargura, a resistência de alguns crentes à santidade. A pura humildade cristã, porém, se cala sobre os pecados dos outros ou, no máximo, fala a respeito deles com tristeza e compaixão. A pessoa espiritualmente orgulhosa critica os outros cristãos por sua falta de crescimento na graça, enquanto o crente humilde vê tanta maldade em seu próprio coração, e se preocupa tanto com isso, que não tem muita atenção para dar aos corações dos outros. Queixa-se mais de si próprio e da sua própria frieza espiritual; sua esperança genuína é que todos os outros tenham mais amor e gratidão a Deus do que ele.
As pessoas espiritualmente orgulhosas falam freqüentemente de quase tudo que percebem nos outros em termos extremamente severos e ásperos. É comum dizerem que a opinião, conduta ou atitude de outra pessoa é do diabo ou do inferno. Muitas vezes, sua crítica é direcionada não só a pessoas ímpias, mas a verdadeiros filhos de Deus e a pessoas que são seus superiores. Os humildes, entretanto, mesmo quando recebem extraordinárias descobertas da glória de Deus, sentem-se esmagados pela sua própria indignidade e impureza. Suas exortações a outros cristãos são transmitidas de forma amorosa e humilde e, ao lidar com seus irmãos e companheiros, eles procuram tratá-los com a mesma humildade e mansidão com que Cristo, que está infinitamente superior a eles, os trata.
O orgulho espiritual comumente leva as pessoas a se comportarem de modo diferente na sua aparência exterior, a assumirem um jeito diferente de falar, de se expressar ou de agir. Por outro lado, o cristão humilde – mesmo sendo firme no seu dever, permanecendo sozinho no caminho do céu ainda que o mundo inteiro o abandone – não sente prazer em ser diferente só para ser diferente. Não procura se colocar numa posição onde possa ser visto e observado como uma pessoa distinta ou especial; muito pelo contrário, dispõe-se a ser todas as coisas a todas as pessoas, a ceder aos outros, a se adaptar aos outros e a agradá-los em tudo menos no pecado.
Pessoas orgulhosas dão muita atenção a oposição e a injúrias; tendem a falar dessas coisas freqüentemente com um ar de amargura ou desprezo. A humildade cristã, em contraste, leva a pessoa a ser mais semelhante ao seu bendito Senhor, o qual, quando foi maltratado não abriu sua boca, mas se entregou em silêncio àquele que julga retamente. Para o cristão humilde, quanto mais clamoroso e furioso o mundo se manifestar contra ele, mais silencioso e quieto ficará, com exceção de quando estiver no seu quarto de oração: lá ele não ficará calado.
Um outro padrão de pessoas espiritualmente orgulhosas é comportar-se de forma a torná-las o foco de atenção. É natural que a pessoa sob a influência do orgulho tome todo o respeito que lhe é oferecido. Se outros demonstram disposição de se submeterem a ela e a cederem em deferência a ela, esta pessoa receberá tais atitudes sem constrangimento. Na verdade, ela se habituou a esperar tal tratamento e a formar uma má opinião de quem não lhe oferece aquilo que pensa merecer.
Uma pessoa sob a influência de orgulho espiritual tende mais a instruir aos outros do que a fazer perguntas. Tal pessoa naturalmente assume ar de mestre. O cristão eminentemente humilde pensa que precisa de ajuda e todo o mundo, enquanto a pessoa espiritualmente orgulhosa acha que todos precisam do que ela tem para oferecer. A humildade cristã, sentindo o peso da miséria dos outros, suplica e implora; o orgulho espiritual, em contraste, ordena e adverte com autoridade.
Assim como o orgulho espiritual leva as pessoas a assumirem muita coisa para si mesmas, de forma semelhante as induz a tratar os outros com negligência. Por outro lado, a pura humildade cristã traz a disposição de honrar a todas as pessoas. Entrar em contendas a respeito do cristianismo por vezes é desaconselhável; no entanto, devemos tomar muito cuidado para não nos recusarmos a discutir com pessoas carnais por as acharmos indignas de nossa consideração. Pelo contrário, devemos condescender a pessoas carnais da mesma forma como Cristo condescendeu a nós – a fim de estar presente conosco na nossa indocilidade e estupidez.
(Jonathan Edwards era pastor puritano nas colônias inglesas da América do Norte no século XVIII. Acompanhou e participou do Grande Despertamento, um grande avivamento que atingiu as colônias norte-americanas, a Inglaterra e outros países, no qual George Whitefield e John Wesley também foram instrumentos. Foi autor e um dos maiores teólogos da sua geração. Este artigo foi traduzido e adaptado da sua obra: Some Thoughts concerning the Present Revival of Religion in New England [“Alguns Pensamentos a Respeito do Atual Avivamento Religioso na Nova Inglaterra”].

jueves, 28 de enero de 2010

“Venha a Mim e beba!”



Por Charles Spurgeon

“No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (João 7:37).

A paciência tem o seu perfeito trabalho no Senhor Jesus, e até o último dia da festa Ele proclamou aos judeus, assim como neste último dia do ano Ele nos proclama e espera ser gracioso para conosco. É verdadeiramente admirável a longanimidade do Salvador em suportar alguns de nós ano após ano, apesar de nossas provocações, rebeliões e resistência ao Seu Espírito Sano,. Maravilha das maravilhas é estarmos na terra da misericórdia!
A piedade expressa-se mais claramente, pois Jesus exclamou, o que implica não somente a altura da sua voz, mas a ternura de seus tons. Ele suplicou para que fôssemos reconciliados. “Oramos por vocês”, disse o apóstolo, “como se o próprio Deus suplicasse a vocês por nosso intermédio”. Que termos fervorosos, emocionantes, são estes! Quão profundo deve ser o amor que faz com que o Senhor chore pelos pecadores, e como uma mãe embale seus filhos em seu regaço! Certamente a cada apelo do Senhor nosso coração desejoso atenderá.
A provisão é feita mais abundantemente; tudo é providenciado para que o homem possa mitigar a sede da sua alma. Para sua consciência, a expiação traz paz; para sua compreensão, o exemplo traz a mais rica instrução; para seu coração, a pessoa de Jesus é o mais nobre objeto de afeição; para todo homem, a verdade como é encontrada em Jesus provê a nutrição mais pura. A sede é terrível, mas Jesus pode removê-la. Embora a alma esteja totalmente faminta, Jesus pode restaurá-la.
A proclamação é feita mais livremente para que cada sedento seja bem-vindo. Nenhuma outra distinção é feita senão a da sede. Quer seja a sede da avareza, da ambição, do prazer, do conhecimento ou de descanso, aquele que sofre disso é convidado. A sede pode ser má em si mesma, e não ser um sinal de graça, mas antes um sinal de pecado imoderado ansiando para ser gratificado com goles mais profundos de lascívia; mas não é a bondade na criatura que leva ao sedento o convite; o Senhor Jesus envia-o, gratuitamente, sem acepção de pessoas.
A personalidade é declarada mais plenamente. O pecador deve vir a Jesus, não a trabalhos, ordenanças ou doutrinas, mas para um Redentor pessoal, que carrega nossos pecados em seu próprio corpo sobre a cruz. O Salvador sangrando, morrendo e ressurgindo é a única estrela da esperança para um pecador. Oh! como anelo por graça, a vir agora e beber, antes que o Sol se ponha no último dia deste ano!
Beber representa uma recepção para a qual nenhuma aptidão é requerida. Um louco, um ladrão, uma prostituta podem beber; e tal pecaminosidade de caráter não é empecilho para o convite ao crente em Jesus. Não precisamos de taça de ouro, nem de cálice adornado, no qual transportar a água para o sedento; a boca da pobreza é convidada a inclinar-se e tomar goles da corrente que flui. Lábios cheios de bolhas, leprosos, sujos podem tocar a corrente do amor divino; eles não podem poluí-la, mas eles serão purificados. Jesus é a fonte da esperança. Caro leitor, ouça a voz amorosa do amado Redentor quando proclama a cada um de nós:
“SE ALGUÉM TEM SEDE, VENHA A MIM E BEBA”.

miércoles, 27 de enero de 2010

CHUVAS DE GRAÇA


Deus prometeu com certeza,
Chuvas de graça mandar;
Ele nos dá fortaleza,
E ricas bênçãos sem par.
CHUVAS DE GRAÇA,
CHUVAS PEDIMOS SENHOR,
MANDA-NOS CHUVAS CONSTANTES,
CHUVAS DO CONSOLADOR.
Cristo nos tem concedido
O santo Consolador,
De plena paz nos enchido,
Para o reinado de amor.
Dá-nos, Senhor, amplamente,
Teu grande gozo e poder
Fonte de amor permanente,
Põe dentro de nosso ser.
Faze os teus servos piedosos,
Dá-Ihes virtude e valor,
Dando os teus dons preciosos
Do santo Preceptor.

martes, 15 de diciembre de 2009

Uma oração para ter amor pelas almas




“Ah, quem me dera um coração sensível, Dominado pelo desejo de orar.
Ah, quem me dera um espírito despertado, Diariamente cheio do poder divino.
Quem me dera um coração como o do Salvador, Que mesmo agonizando intercedeu.
Dá-me, Senhor, esse mesmo amor pelos outros.
Ah, que haja peso de oração em meu coração.
Pai, anseio ter esse fervor, De derramar a alma em oração pelos perdidos...
De entregar minha vida para que outros sejam salvos...
Orar, seja qual for o preço, Senhor, ensina-me, revela-me esse segredo.
Estou ansioso para aprender essa lição.
Para ter essa grande paixão pelas almas.
Anseio por isso, bendito Jesus.
Pai, tenho um forte desejo de aprender contigo essa lição.
Que teu Espírito a revele a mim”.

Mary Warburton Booth

martes, 1 de diciembre de 2009

Sedentos de Deus



Por Jeanne Guyon
Todos somos capazes de orar, porém temos a idéia errada que não somos chamados para orar. Porque somos chamados para salvação, somos chamados a orar.
As Escrituras ordenam-nos "ORAI SEM CESSAR". (I Tes. 5:17). Orar nada mais é que voltar nosso coração em direção a Deus e receber em troca Seu amor.
Meditar na Palavra de Deus em oração é desejável, mas só conhecido por muitos poucos. Para aqueles que estão buscando salvação, oração meditativa não é o que Deus requer de você ou o que eu recomendaria.
Estão sedentos por aquelas águas vivas que Jesus prometeu quando disse: "SE ALGUÉM TEM SEDE, VENHA A MIM, E BEBA." (João 7:37).
Estão, cansados de se sentirem como "CISTERNAS ROTAS, QUE NÃO RETÊM ÁGUAS"? (Jeremias 2:13).
Então venham almas famintas; venham e sejam plenamente saciadas!
Venham, tragam as suas aflições, dores, e miséria, e serão confortadas!
Venham, os que estão doentes e cheios de males, e serão aliviados!
Venham, acheguem-se ao Pai que deseja abraçá-los em seus braços amorosos!
Venham, pobres ovelhas errantes de volta ao seu Pastor!
Venham, pecadores, ao seu Salvador! Venham, os que são ignorantes em coisas espirituais! Vocês não são incapazes de orar!
Venham todos, sem exceção, venham. Por que Jesus Cristo chamou a todos vocês.
Entretanto, aqueles que estão sem coração submisso estão dispensados. Porque deve haver um coração dócil perante Deus para receber seu amor.
Venha, então, dê o seu coração a Deus e aprenda as maneiras de orar.
Orar pode ajudá-lo a obter perfeição, porque o manterá na presença de Deus. Gênesis 17:1 diz: "ANDA EM MINHA PRESENÇA E SÊ PERFEITO". Nós somos levados à sua presença e mantidos lá, sem interrupção, através da oração.
Há somente uma exigência, contudo, que deve seguir sempre. Não interferirá com ações externas. Pode ser praticada por príncipes, reis, sacerdotes, militares, crianças e trabalhadores.
Esta simples exigência é que você deve aprender a orar do seu coração e não da sua mente.

A razão é que a mente humana é tão limitada em sua função porque só pode focar sobre um objeto de cada vez. Porém a oração oferecida do coração não pode ser interrompida pela razão. Nada pode interromper esta oração exceto uma afeição confusa. Quando você se deleita em Deus e na doçura do seu amor, então achará impossível colocar sua afeição em outra coisa que não seja Nele.
Eu achei fácil obter a presença de Deus. Ele deseja estar cada vez mais presente em nós, mais do que nós procuramos buscá-lo, como Ele espera. Ele deseja dar-se a si mesmo para nós, mais prontamente do que nós a recebê-lo. Somente necessitamos saber como buscar a Deus. e isto é mais fácil e mais natural do que respirar.
Oh, queridos amigos, não pensem como desajustados. Pela oração podem viver na presença de Deus com o mesmo esforço com que vivem neste ar que estão agora respirando.
Não é pecado negligenciar a oração? Mas não devem viver pensando assim uma vez que não tenham ainda aprendido este método fácil.
Preparemos nossos corações agora que começamos nosso estudo sobre a oração.

jueves, 15 de octubre de 2009

Poder do Alto



por A.B.Simpson

“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”. (At 1:8).

A maior necessidade da natureza humana é o poder. O homem é mais fraco do que qualquer outra criatura. O filhote do tigre pode cuidar de si mesmo, mas o ser humano gasta um terço de seu tempo habitual de vida até que alcance maturidade. Ele é vítima de todos os elementos que o cercam e moralmente é ainda mais fraco. Em seu coração há elementos do mal que o arrastam para baixo, e à sua volta milhares de influências que o conduzem ao erro, mas há infinito conforto na abençoada segurança das Escrituras Sagradas; “Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios”. (Rm 5:6).

O evangelho é uma mensagem de poder. “Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego”. (Rm 1:16). É ministério especial do Espírito Santo dar poder do alto.

Este é o Poder de uma Pessoa
A tradução correta destas palavras é: Você receberá não somente poder, mas o poder do Espírito Santo quando Ele vier sobre você. Não é seu poder, mas poder dEle. Não é poder abstrato sob seu controle, mas uma Pessoa cuja presença em você é necessária para que você possua e retenha poder.

Ele tem o poder e você O tem. Na ciência da eletricidade foi descoberto que a melhor forma na qual o poder desta energia motora pode ser usado para mover os bonde na rua não é através de baterias, mas através de fios aéreos. A energia não é armazenada no bonde, mas no gerador e no fio, o bonde apenas a toma de cima pelo contato constante. No momento em que ele deixa seu contato o poder se vai. O poder não está dentro do bonde, mas no cabo, e o poder do Espírito Santo é o poder do alto. Não é nosso poder, mas Seu poder, recebido dEle a cada momento.

A fim de receber este poder e retê-lo há algumas condições que se fazem necessárias. Uma delas é que devemos obedecê-Lo e seguir Sua direção. Somente podemos ter Seu poder no alinhamento da Sua vontade. O bonde somente pode tirar energia do cabo à medida que segue o trilho. Ele pode ter a energia para rodar ao longo da ferrovia, mas não pode tê-la para rodar nas vizinhanças e seguir a vontade caprichosa do motorneiro. O Espírito Santo é dado àqueles que O obedecem, e obediência ao Espírito Santo é uma coisa muito maior do que muitos sonham.

Não é simplesmente guardar-se de fazer o errado na esfera de algum pequeno compromisso; mas é entender e seguir toda a vontade e propósito de Deus no uso desta concessão Divina. Não podemos tê-La para nossa própria satisfação. Não podemos tê-La para nossa própria satisfação nem mesmo no método do nosso trabalho Cristão. Somente podemos desfrutar da plenitude do Espírito desde que usemos esta plenitude para a obra para a qual Ele tem nos chamado.

Este verso é a medida e o limite do poder do Espírito. Ele é dado para que sejamos testemunhas de Cristo, “até os confins da terra”.

Nós só podemos conhecer a plenitude do poder do Espírito quando o usamos para pregar o evangelho para o mundo todo. Somente na tropa combatente de evangelização do mundo e no cumprimento de nossa grande responsabilidade a igreja de Deus pode compreender o mais alto significado da promessa do Pentecostes.

Ele é o Poder do Caráter Santo
Ele não é primeiramente o poder para o serviço, mas é o poder para receber a vida de Cristo; poder para ser, mais do que para dizer ou fazer. Nosso serviço e testemunho serão resultados de nossa vida e experiência. Nosso trabalho e palavras devem emergir do mais íntimo do nosso ser ou terá pouco poder ou eficácia. Devemos ser verdadeiros em nós mesmos, se quisermos ensinar a verdade.

A mudança produzida pelo batismo do Espírito Santo sobre os primeiros discípulos foi mais marcante em suas vidas do que em seu serviço e testemunho. Pedro, o discípulo hesitante, sempre correndo à frente de Seu Mestre, se jactando em sua autoconfiança do que deveria ou não fazer, e por isto fugiu da ameaça de uma criada, foi transformado num herói destemido que se pôs diante dos assassinos do Seu Senhor e os acusou de seu crime. Então, com espírito modesto e coração humilde, seguiu em frente para andar nos passos de Seu Mestre e finalmente morrer sobre a cruz do Seu Mestre. Este é o maior milagre em sua vida pessoal, mais do que o extraordinário poder de seu testemunho público.

O espírito de amor desinteressado que conduziu à total consagração de todos os seus recursos para o serviço de Cristo e à ajuda de uns aos outros, foi o exemplo que não poderia falhar em impressionar o mundo cético e egoísta. A enorme graça que estava sobre todos eles era mais maravilhosa do que o grande poder com o qual testificavam da morte e ressurreição de Jesus Cristo. A heróica fortaleza com a qual suportaram os sofrimentos incomparáveis, “regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus” (At 5:41), era uma exibição de poder que nenhum homem podia negar; eles carregavam um peso de convicção que nada podia contradizer.

Este é o poder que a igreja necessita hoje para convencer um mundo descrente, o poder que não fará de nós apóstolos inspirados, mas “cartas vivas, conhecidas e lidas por todos” (II Co 3:2). Nada é tão forte quanto a influência de um caráter consistente, sobrenatural e santo.

Ele é o Poder da Verdade
O Espírito Santo trabalha através das Escrituras Sagradas, assim o batismo do Pentecostes foi claramente identificado com o poder da Palavra. A primeira coisa que Pedro fez depois que o Espírito Santo veio foi citar as Escrituras e explicar a manifestação da própria Palavra inspirada de Deus. Foi um sermão escritural usado nas extraordinárias conversões daquele dia.

Se você observar cuidadosamente as diversas mensagens dos apóstolos, descobrirá que em todos os casos eles fizeram grande uso da Bíblia, e algumas das suas mensagens são simplesmente afirmações da Escritura e citações do Velho Testamento. O Espírito Santo concedeu as Sagradas Escrituras e nunca desonrará Sua própria mensagem. Quanto mais sabemos sobre Ele mais honraremos Sua Palavra. A Bíblia precisa ser sempre o fundamento do poder espiritual e o instrumento do serviço espiritual; mas isso sempre no poder do Espírito. “A letra mata, mas o Espírito vivifica” (Jo 6:63).

Este é o poder do Espírito Santo, falando a verdade em amor, a Bíblia inflamada com fogo santo, a Palavra de Deus dissolvida em unção e amor, até que possa ser cumprida em cada elemento essencial do nosso ser e se torne o nutriente de nossa vida.

Ele é o Poder do Amor
O batismo do Pentecostes foi um batismo do amor. Ele trouxe um amor por Deus que aniquilou o pode do ego. “Ninguém dizia que coisa alguma das que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns” (At 4:32). Seus tesouros mais valorosos eram rendidos a Deus. Suas propriedades e seus lares eram empregados no serviço da igreja de Cristo. Amavam uns aos outros e estavam tão absolutamente ligados que formavam uma corporação. Não havia divisão ou lugar possível para paralisia ou mutilação de todo o corpo de Cristo. Hoje a igreja de Cristo está quebrada em pedaços. Aqui e ali encontramos um membro eficiente, mas a totalidade do corpo está mutilada e dividida, de tal forma que não é possível para o Espírito fluir com indivisível e desimpedida plenitude através do todo. Conseqüentemente nós não temos os dons do Espírito na mesma medida como no dia do Pentecostes. O corpo está carregando com ele enfermidade e membros dilacerados, tomando o poder daqueles que estão sadios para conduzir os que estão quebrados.

O que nós precisamos hoje é do batismo com o Espírito Santo, e então a união virá devido à unidade, e não precisaremos de nossos púlpitos e nossas convocações para reunir o corpo, mas osso a osso, membro a membro e coração a coração estará na “unidade do Espírito”, e a Igreja de Jesus Cristo será “formosa como a lua, brilhante como o sol, terrível como um exército com bandeiras”. (Ct 6:10).

O batismo do Espírito Santo sempre trará um espírito de amor. Ele encherá o coração com devoção e dedicação a Deus, com terna consideração uns pelos outros, com amor e respeito pelo nosso irmão, com desejo intenso pela salvação das almas e com brandura e pureza para com todos os homens.

Autor: A.B.Simpson
Do livro "O Espírito Santo ou Poder do Alto".

sábado, 25 de julio de 2009

Adoniram Judson



Amor pelas letras e pelas almas

O missionário Adoniram Judson levou o Evangelho até a Ásia e traduziu a Bíblia para o birmanês
A história desse personagem é contada até hoje. Era o ano de 1824. Os oficiais do rei da Birmânia (atual Mianmar) - pais que fica às margens do Golfo de Bengala, no Sudeste Asiático tinham acabado de saquear o lar missionário de Adoniram e Ann Judson. levando tudo o que acharam de "valioso". No entanto, o tesouro mais precioso havia passado despercebido: o manuscrito de uma porção da Bíblia, traduzida por Adoniram Judson, que sua esposa Ann enterrara sob a casa.
Acusado de espionagem, Adoniram, um missionário magro e de corpo pequeno, ficou encarcerado por quase dois anos em uma prisão infestada por mosquitos. Ele e outros 60 condenados à morte ficaram encerrados em um edifício sem janelas, escuro, abafado e imundo. Durante aquele período, sua esposa conseguiu entregar-lhe um travesseiro - para que ele pudesse dormir melhor no duro chão de areia da prisão -, além de livros, papéis e anotações que ele usava para continuar a tradução da Bíblia para O birmanês. Dentro da cadeia, além das traduções, que ele escondia dentro de seu travesseiro, Adoniram evangelizava os presos.
O episódio descrito é parte da história do americano Adoniram Judson (1788 - 1850), o primeiro missionário cristão na Birmânia, que, por 30 anos, perseverou em seu trabalho de evangelização, apesar das doenças e perseguições constantes que sofria por pregar o Evangelho naquele país.
Em 1819 - seis anos depois de sua chegada à Birmânia -, Judson conseguiu seu primeiro convertido. Dois anos depois, já havia uma igreja fundada no país, com 18 batizados. Em 1837, havia 1144 convertidos batizados na Birmânia. Em 1880, esse número passou a sete mil, distribuídos por 63 igrejas. Em 1950, cem anos depois de sua morte, existiam mais de 200 mil cristãos na Birmânia, em sua maioria, resultantes da mensagem que Judson deixara naquele país. Dizia ele: "Muitos cristãos consagrados jamais atingirão os campos missionários com seus próprios pés, mas poderão alcançá-los com os seus joelhos."
Vida e Obra - Aquele amor à Palavra de Deus tinha história. Adoniram Judson nasceu em Malden, no estado americano de Massachussetts. Filho do pastor congregacional Adoniram Judson e de Abigail Brown Judson, o jovem Adoniram trabalhou duro em um moinho do pai. Tinha de caminhar muito até chegar à escola e tinha intensa devoção à Igreja.
Sua mãe ensinou-lhe a ler um capítulo inteiro da Bíblia quando tinha apenas quatro anos. Nos anos seguintes, freqüentou a New London Academy e depois a Brown University, onde entrou com apenas 16 anos. Naquele período em que o ateísmo, proveniente da França, chegava com força aos Estados Unidos, o jovem Adoniram teve uma crise existencial. Recém diplomado, aos 19 anos, ele surpreendeu os pais quando disse que não mais acreditava na existência de Deus e que iria escrever peças de teatro. Era o ano de 1807.
Saiu de casa, mas, quando seguia para a casa de um tio, teve uma experiência que mudou sua vida por completo. No fim de uma noite, procurou um lugar para dormir em uma pensão. O proprietário disse que só tinha um quarto que ficava ao lado de outro em que estava uma pessoa muito doente. A voz agonizante de um homem no quarto ao lado só o deixou dormir no fim da madrugada. Ao acordar, Adoniram soube que aquele homem havia morrido, e tomou um susto ao saber que se tratava de Jacob Eames, um cético e descrente que ele conhecera na faculdade; e que também abandonara o Evangelho pelos ideais ateístas.
A notícia da morte de Eames atingiu seu coração como uma flecha. Foi, então, para Plymouth, onde assistiu a dezenas de palestras de pregadores cristãos. Em 1808, decidiu estudar para o ministério e entrou no seminário teológico de Andover. No ano seguinte, fez uma profissão pública de fé na igreja do pai e sentiu o desejo de tornar-se missionário.
Na época, escrevia a Ann, então sua noiva: Em tudo que faço, pergunto a mim mesmo: Isto agradará ao Senhor? [...] Hoje, tenho sentido grande alegria perante o Seu trono.
Os pais de Judson queriam que ele aceitasse pregar em uma igreja de Boston, mas recusou o convite. Tinha o mundo em seu coração. Em fevereiro de 1810, fundou, com quatro amigos pastores, a Junta Americana de Missões Estrangeiras, ligada à Associação Geral de Ministros Congregacionais de Bradford, em Massachussetts.
Casou-se com Ann em 5 de fevereiro de 1812, e apenas 12 dias depois, o casal partiu para Calcutá, na Índia, junto com os quatro pastores amigos de Judson. Ann tornou-se, então, a primeira missionária a deixar os EUA. Durante a viagem, dedicaram-se ao estudo das Escrituras. No entanto, ao chegarem a seu destino, a guerra fez com que eles deixassem o país. Como havia uma embarcação pronta para ir a Rangum, na Birmânia, o casal decidiu viajar nela. O percurso não foi fácil. Ann, que estava grávida, adoeceu no navio. Deu à luz seu primeiro filho, que morreu em seguida. Eles chegaram a Rangum exaustos, em julho de 1813. Ann, muito adoentada, desembarcou em uma padiola. Aquela experiência era uma prévia do que o casal ainda haveria de enfrentar.
Saída da prisão - A experiência na prisão, relatada no início desta biografia, não foi o único problema enfrentado pelo casal Judson na Birmânia. Depois de sair da cadeia - indultado pela Alta Corte de Justiça do reino birmanês, em novembro de 1825 -, viu a segunda filha do casal, Maria, morrer de febre amarela. Em outubro de 1826, Ann faleceu, também vítima da doença.
Adoniram mudou-se, então, para o interior da Birmânia, onde completaria a tradução do Antigo Testamento para o birmanês, em 1834, no mesmo ano em que se casou pela segunda vez, com Sarah, com quem teve oito filhos. Em 1837, Adoniram concluiu a tradução do Novo Testamento. Em 1845, Sarah faleceu, e ele retornou aos Estados Unidos, 33 anos depois do início de sua viagem à Ásia. Tanto interesse gerado por sua experiência na Birmânia rendeu a Judson uma platéia i inesperada. Grandes multidões corriam para ouvi-lo pregar em solo americano, pois se tornara uma lenda.
Em junho de 1846, casou-se pela terceira vez, com a escritora Emily Chubbock, e voltou no ano seguinte para a Birmânia para revisar mais uma vez o dicionário hirmanês-inglês que concluíra em 1826.
Muito doente, Judson foi aconselhado a fazer uma viagem marítima para se recuperar, mas veio a falecer no navio, em 12 de abril de 1850. Emily morreu quatro anos depois. Mas a frase que ele mais repetia em suas pregações tornou-se uma realidade: Eu não deixarei a Birmânia até a mensagem da cruz ser plantada aqui para sempre. Palavras proféticas de um verdadeiro herói da fé.

CONSAGRAÇAO


sábado, 30 de mayo de 2009

Onde estão os que amam as almas?

Se em nós não está esse intercesor, o mais cedo do que confessemos do que perdemos o agonizante anseio de ganhar almas, melhor será para a causa de Cristo. Fixemo-nos no surpreendente fato inexorável de ter-nos acostumado aos pesados passos que dão as almas perdidas, as que vagam pelos caminhos, para uma eternidade sem Cristo.
Parece que perdemos o poder de chorar, de lutar, de rogar e de agonizar pelas almas perdidas. As multidões que estão sem Cristo não têm a convicção de sua condição de estar perdidas, simplesmente porque a nós nos falta a convicção e a clara visão a respeito de seu estado horrendo de eterna aflição.Jorge Whitefield gritou “Dêem-me almas ou tome a minha...” Existe uma paixão pelas almas, um ônus profundo pelos homens, e, uma solicitação pelo rebanho de Deus, a qual mendiga palavras, exala suspiros e derrama lágrimas".
Um homem santo que viveu em época anterior aos dias do automóvel, disse que um dia abandonou seu trabalho a isso da metade da tarde, ensilló seu cavalo e cavalgou 32 quilômetros para ir orar com um homem que se sentia à deriva, sem Deus. Escutemo-lo:"Não pude menos que o fazer, meu amor e interesse por ele, eram tão grandes que não pude descansar até que tive feito o melhor para levá-lo A Deus."Querido irmão, esta agonia pelas almas é a que devemos recuperar.
David Brainerd disse: "Não me importa a onde vou ou como vivo, nem o que tenha que suportar, com a condição que possa ganhar almas para Cristo. Quando durmo, sonho com elas, e quando desperto, elas estão primeiro em meu pensamento... Por muito que tenha do consigo docente, a exposição hábil e profunda, a eloquência brilhante e vibrante, não podem satisfazer a ausência do amor profundo, apaixonado e compassivo pelas almas".Juan Fletcher, homem de oração, disse: "O amor contínuo e universal, o amor ardente, é o alma de todos a labores de um ministro".

martes, 19 de mayo de 2009

Experimentando a Deus através da oração


Por Madame Guyon



“Derrama o desejo de teu coração adiante de Deus,

e espera em silêncio adiante dele.

Sempre deixa um tempo em silêncio ao orar,

não seja que o Pai celestial queira revelar-te sua vontade.

Vêem ao Pai como um filho indefeso,

ferido por diversas quedas, destituído da fortaleza,

para permanecer em pé,

ou do poder para limpar-te a ti mesmo.”

martes, 12 de mayo de 2009

O VALE


Se queres escalar a ladera da montanha, te virá a sede no meio dos riscos desolados, mas se queres descer aos vales, onde corretean os veados alazanes, e os ribeiros discorrem pelas pradarias, beberás até a saciedade
Talvez não brava o veado pelas correntes das águas?
Tu deves desejá-las com ânsia, fluem no vale da humilhação.
Que o Senhor nos leve ali!

Charles Spurgeon 1889

lunes, 11 de mayo de 2009

Procuram-se


Procuram-se mais homens com coração quebrantados, como Oseas que clamem a Deus pelos pecados e as falhas do povo!
Procuram-se mais homens quebrantados como Jeremías que prevaleçam pelo povo!
Procuram-se mais homens como Pablo com coração ardente que chorem quando suplicam por seus povos, bem como proclamem o amor do Calvário a eles!

jueves, 7 de mayo de 2009

A oração


Por William Gurnall
Esta é a chave que nos abriu as portas fechadas do céu uma e outra vez. Venceu poderosos exércitos e descoberto segredos que a mesma agudeza do diabo não tinha podido descobrir. Desbaratou complôs em sua mesma origem e fato que os artefatos de crueldade preparados contra os santos destruam a seus próprios inventores, sendo atados com as mesmas correntes que tinham preparado para outros. Ao toque da oração se abriram portas de prisões, a tumba deu seus mortos e o leviatán não pôde digerir sua presa, antes a teve que vomitar. – William Gurnall.

sábado, 18 de abril de 2009

UM PENTECOSTES PESSOAL

por Jonathan Goforth

No meu regresso a China, no ano de 1901, depois de recuperar-me dos efeitos da rebelião Boxer, comecei a experimentar uma crescente insatisfação pelos resultados do meu trabalho. Nos meus primeiros anos de trabalho missionário, eu havia me sustentado com a segurança que a semeadura sempre antecede a colheita; portanto, eu havia estado satisfeito em manter uma aparente luta vã. Mas agora, haviam passado 13 anos e a colheita se observava mais longe do que nunca.
Eu estava seguro de que havia algo maior na minha frente; mas, me faltava ter a visão da sua realidade e a fé para tomá-la. Constantemente vinha na minha mente as palavras do Mestre: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas”(João 14:12). E sempre com profunda dor, me dava conta que o pouco que eu realizava ano após ano, não era equivalente a essas “maiores obras”.
Intranqüilo e insatisfeito, fui movido a estudar mais extensamente as Santas Escrituras. Cada passagem que tivesse alguma relação com o preço que haveria de pagar ou o caminho de acesso para obter poder, chegou a ser como minha vida e como a minha própria respiração. Havia um bom número de livros sobre avivamento na minha biblioteca. Por várias vezes os li. Cheguei a ser tão obsessivo por isto, que a minha esposa começou a duvidar se a minha mente poderia suportar tal coisa. De grande inspiração foram para mim os informes dos avivamentos em Gales no período de 1904 e 1905. Já se observava claramente: O avivamento não era uma coisa do passado! Paulatinamente comecei a perceber que estava se aproximando de mim uma fonte de possibilidades infinitas.
No final do outono de 1905, um amigo da Índia, enviou-me um pequeno folheto de Eddy, o que continha seleções do livro: "Autobiografia de Carlos Finney e Discursos Sobre o Avivamento". Este foi o último que utilizei para que um grande fogo espiritual se acendesse no meu coração.
Na capa deste folheto estava escrita esta expressão: “seria o mesmo que um agricultor apenas orando por uma colheita de temporada, sem cumprir com as leis naturais, se um cristão esperasse por uma grande colheita de almas, simplesmente pedindo, sem incomodar-se por cumprir as leis que governam a colheita espiritual”. Fiz um voto: “Se Finney está correto, então eu vou encontrar quais são essas leis e obedecê-las, sem importar o custo”.
No princípio de 1907, um irmão missionário havia me emprestado a “Autobiografia Completa de Finney”, que li durante a minha viagem para participar numa intensa obra evangelística, que a nossa missão conduzia anualmente na feira de Hsun Hsien, feira que era grandemente idólatra. É para mim impossível determinar tudo o que este livro significou para mim. Nós, os missionários, líamos diariamente uma porção, enquanto fazíamos o nosso trabalho na feira.
Foi nesta feira onde eu comecei a ver a evidência de que um poder maior estava começando a agitar os corações das pessoas. Um dia enquanto pregava sobre 1ª Timóteo 1:1-7, muitos pareciam estar profundamente comovidos. De um evangelista que estava atrás de mim, escutou-se dizer com reverente sussurro: — Os corações desta gente estão comovidos, assim como no dia de Pentecostes, quando escutavam a Pedro!
Nesta mesma noite em um dos nossos locais que havíamos alugado, falei a uma audiência que enchia completamente o edifício. A mensagem esteve baseada em 1ª Pedro 2:24 “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro”. A convicção de seus pecados parecia estampar-se em cada um dos rostos. Finalmente, quando fiz o convite para que se decidissem por Cristo, toda a audiência se levantou como um só homem, chorando e dizendo:
— Queremos seguir a este Jesus, que morreu por nós!— Eu pensava que algum dos evangelistas estaria pronto para tomar o meu lugar, mas para minha surpresa quando voltei, encontrei a todos eles, dez no total, parados, sem se mexer do lugar, olhando maravilhados.
Deixando a um deles para que se encarregasse da reunião, os outros e eu fomos a um quarto, do interior do local, para orar. Durante alguns minutos houve um silêncio total. Todos pareciam estar muito sobressaltados para poder dizer algo. Por fim, um dos evangelistas, com voz entrecortada, disse:
— Irmãos, Aquele, por quem temos orado tanto tempo que viesse, esteve verdadeiramente esta noite conosco. Mas asseguremo-nos que vamos reter a Sua presença, caminhando com muito cuidado.
Apenas haviam passado uns poucos meses depois disto, quando o mundo religioso ficou entusiasmado pela maravilhosa história do avivamento na Coréia. O secretário de missões estrangeiras da nossa igreja, o Dr. R. P. MacKay, que estava visitando a China naquela época, me pediu que o acompanhasse a Coréia. Não necessito mencionar o quanto me alegrei nesta grande oportunidade.
O movimento coreano foi de um significado incalculável para a minha vida, porque me mostrou em primeira mão, as possibilidades ilimitadas do método a seguir para o avivamento.
Uma coisa é ler livros a respeito de avivamentos, mas ser testemunha pessoal deste acontecimento e sentir o ambiente em nosso próprio coração, é outra coisa completamente diferente.
A Coréia me fez sentir, como fez sentir a outros, que o avivamento era o plano de Deus para colocar o mundo nas chamas do fogo do Espírito.

jueves, 9 de abril de 2009

NOSSO MOTIVO DE GLORIA:A CRUZ DE CRISTO


por R.M. McCheyne

Queridos amigos, é isto o que se vos apresenta quando partimos o pão e bebemos o vinho; a obra completa de Cristo em favor dos pecadores. O amor e a graça do Senhor Jesús ficam concentrados ali. O amor do Pai, o pacto com seu Filho, o amor de Jesús, sua encarnação, obediência, morte; tudo isso se vos apresenta naquele pão rompido e naquele vinho derramado. É um doce e silencioso sermão. Muitos sermões não contêm a Cristo desde o princípio até o fim. Muitos lhe apresentam de forma confusa e imperfeita.
Mas aqui, no jantar, não existe nada mais senão Cristo e este crucificado. ¡Rica e eloquente ordem! Pedi que a visão daquele pão quebrado, daquele pão partido, possa também quebrantar vossos corações e faça brotar deles um vivo amor para o Cordeiro de Deus. Pedi que tenha conversões ante a visão do pão partido e do vinho repartido. Olhai atenciosamente, queridas almas e pequenos filhos, quando o pão é rompido e o vinho repartido. É uma visão que constriñe o coração. Que o Espírito Santo a abençoe.
Amados crentes, olhai atenciosamente para obter uma mais profunda e plena visão do caminho do perdão e da santidade. Uma mirada do olho de Cristo a Pedro quebrantou e comoveu seu coração orgulhoso e saiu e chorou amargamente. ¡Oh, que uma simples mirada daquele pão rompido possa fazer o mesmo em vocês! Quando o centurión romano, que vigiava sob a cruz de Jesús lhe viu morrer e viu como se hendían as rochas, clamou: "Verdadeiramente, Filho de Deus era este". Contempla aquele pão rompido e verás a mesma coisa, E ojala que teu coração quebrantado seja guiado a invocar o nome do Senhor. Quando o ladrão da cruz -viu a pálida cara do Emmanuel e contemplou sua majestade santa, clamou: «¡Senhor, sembrarte de mim quando vieres a teu reino!" O pão rompido revela a mesma verdade. A mesma graça pode conceder-se e impulsionar-te a clamar: "Senhor, sembrarte de meu".
¡Oh, queridos crentes, obtende novas visões de Cristo! Há ocasiões em que o grão de trigo, já próxima a hora da ceifa, adianta mais num dia que em várias semanas anteriores. Do mesmo modo também há crentes que ganham mais graça num dia que antes em muitos meses. Pedi a Deus que hoje possa ser um dia de boa colheita em vossas almas. Enche teu coração a cruz de Cristo? Te inunda a cruz de preciosa paz e de descanso celestial? Amoas essa frase "a justiça de Deus" a justiça que é pela fé, a justiça sem obras? Te sentes comprazido e absorto ante a visão da cruz? Descansa tua alma na cruz?
Gloria seja somente à cruz de Cristo. Nota que não pode existir um cristão verdadeiramente vivificado que não o manifeste. A graça é como um perfume escondido no punho; delata-se a ela mesma. Um cristão vivificado não pode guardar silêncio adiante dos homens, se verdadeiramente sente a doçura. "É como o bom vinho que se introduz docemente, mas depois desata a língua e se volta falador". Confessas a Cristo em tua família? Lhe fizeste conhecer que és de Cristo? Não esqueças que deves ser decidido em teu mesmo lar. É sinal de hipocrisia ser um cristão em todas partes menos em casa. Entre teus colegas, publicas que achaste nele um grande amigo? Na loja e no mercado, desejas que te conheçam como uma pessoa que foste lavada no sangue do Cordeiro?
Desejas intensamente que todos teus negócios, assuntos e conduta sejam regidos pelos doces preceitos do Evangelho? Vêem, pois, à mesa do Senhor e confessa-lhe, que salvou tua alma Oh faz que tua confissão seja verdadeira, sincera, de boa vontade, plena. Isto é meu doce alimento, meu Cordeiro, minha justiça, meu Senhor e meu Deus, meu tudo em tudo. "Longe esteja de mim gloriarme senão na cruz de Cristo". Antes te gloriabas nas riquezas, nos amigos, na fama, em teus pecados inclusive; agora gloríate em Jesus crucificado.

martes, 7 de abril de 2009

Fé e Esperança


Alguns anos atrás , fiz uma viagem para os Estados Unidos em um navio cujo capitão era um cristão muito dedicado.
Quando nos aproximávamos da costa de Terra Nova ele me disse:
-A última vez que atravessei este trecho a um mês, aconteceu uma coisa que revolucionou toda a minha vida cristã. Encontrava-se a bordo George Muller. Eu estivera 24 horas na ponte de comando. George Muller procurou-me e disse:
-Capitão, vim dizer-lhe que preciso estar em Quebec no sábado à tarde.
- É impossível, respondi.
-Muito bem, se o seu navio não pode levar-me, Deus achará outra maneira. Há 57 anos que nunca quebro um compromisso. Desçamos até a cabine de mapas. Vamos orar.
Olhei para aquele homem de Deus e pensei de que asilo de lunáticos teria ele fugido.
Eu jamais tinha ouvido coisa semelhante.
-Sr. Muller, disse eu, o senhor sabe a densidade desta neblina?
-Não, respondeu ele, meus olhos não estão fixos na densidade da neblina, mas no Deus vivo que controla cada circunstância da minha vida.
Ele se ajoelhou e fez uma das orações mais simples que já ouvi, e quando acabou eu iria orar; mas ele pôs a mão no meu ombro e me disse que não o fizesse.
-Em primeiro lugar você não crê que Ele atenderá, e em segundo, eu creio que Ele já respondeu, e não há mais necessidade de que você ore.
Olhei para ele, e ele me disse:
-Capitão, já faz 57 anos que eu conheço o meu Deus e nunca houve um só dia que eu deixasse de ter audiência com Ele. Levante-se capitão, e abra a porta e verá que a neblina se foi.
Levantei-me e vi que assim era.
No sábado a tarde, George Muller estava em Quebec para o seu compromisso.
Não devemos focalizar nossa atenção em coisas sombrias, mas naquEle que "tudo" pode, e certamente fará
"A Fé é um salto no escuro para os braços de Deus. Quem não tem fé não salta e nem é abraçado... fica apenas no escuro."
"Sem fé é impossível agradar a Deus" Hebreus 11:6

jueves, 2 de abril de 2009

TEU DESTINO É CRESCER


Por Madame Guyon


O desenvolvimento espiritual não consiste em projetar-se para acima senão em afundar-se cada vez mais. Igual que quando se carrega a bodega de um barco, quanto maior é o ônus que recebe, mais se afunda nas águas; então, quanto mais amor exista em ti, mais fundo irá a velha natureza.Igual sucede quando há uma balança de dois pratinhos; é como se o pratinho mais leviano representasse a velha natureza vazia já, e o pratinho que mais pesa, o amor que Deus pôs nele. Agustín disse, "o peso do homem tanto faz ao amor que sente."Deixa-te afundar com o peso da cruz e apróntate para suportar a humilhação e o sofrimento necessários para purificar-te. Nesse processo saberás que isso é o que te levantará. Jesús diz, "o menor entre vocês virá ser o maior." Te amo com o amor daquele que se humilhou a si mesmo por amor. ¡Cuán pesado é o amor que cai tão longe... cai do céu à terra, de Deus ao homem! Entrega-o tudo para ser reconhecido só por Ele.

Susana Wesley

"Mãe dos irmãos wesley, criou filhos para Deus"

Susana Wesley foi a maior de vinte e cinco irmãos e a mãe de dezenove filhos. John, seu décimoquinto filho, fundador do Metodismo, nasceu em Epworth, Inglaterra, na mesma cidade onde também nasceu Charles, seu filho décimo oitavo, o compositor de hinos famosos.
Ela suportou privações, mas nunca se desviou da fé e da mesma maneira ensinou a seus filhos. Sobrepondo-se às provasEla praticava o que pregava a seus filhos. Ainda que deu a luz dezenove filhos entre 1690 e 1709, e era uma mulher por natureza frágil e ocupada com os muitos cuidados de sua família, apartava duas horas cada dia para a devoção a sós com Deus. Susana tomou esta decisão quando já tinha nove filhos. Não importava o que ocorresse, ao soar o relógio ela se apartava para sua comunhão espiritual.
Na biografia sobre Susana Wesley, Mabel Brailsford comenta: “Quando nos perguntamos como vinte e quatro horas podiam conter todas as atividades normais que ela, uma frágil mulher de trinta anos, era capaz de realizar, a resposta pode ser achada nessas duas horas de retiro diário, quando ela obtinha de Deus, na quietude de seu quarto, paz, paciência e um valor incansável”.As provas que Susana suportou poderiam tê-la achatado. Somente nove de seus dezenove filhos sobreviveram até a vida adulta. Samuel, seu primogênito, não falou até os cinco anos. Durante aqueles anos ela o chamava “filho de minhas provas”, e orava por ele noite e dia. Outro filho se asfixiou enquanto dormia. Aquele pequeno corpo foi trazido a ela sem nenhuma palavra que a preparasse para enfrentar o que tinha sucedido.Seus gêmeos morreram, ao igual que sua primeira filha, Susana. Entre 1697 e 1701 cinco de seus bebês morreram. Uma filha ficou deformada para sempre, devido ao descuido de uma empregada. Algum de seus filhos tiveram varíola.Outras dificuldades a perseguiram. As dívidas cresciam e o crédito da família se esgotava. Seu esposo, que nunca foi um homem prático, não conseguia viver dentro do orçamento de sua família, e se não tivesse sido pela diligência de sua mulher, com freqüência não teriam tido alimento.
Desde o ponto de vista puramente material, a história de Susana foi de uma miséria invulgar, privações e fracasso. Espiritualmente, em mudança, foi uma vida de riquezas verdadeiras, glória e vitória, pois ela nunca perdeu seus altos ideais nem sua fé sublime. Durante uma dura prova, ela foi a seu quarto e escreveu: “Ainda que o homem nasça para o infortúnio, eu ainda creio que têm de ser raros os homens sobre a Terra, considerando todo o corso de sua vida, que não tenham recebido mais misericórdia do que aflições e muitos mais prazeres do que dor.
Todos meus sofrimentos, pelo cuidado do Deus omnipotente, cooperaram para promover meu bem espiritual e eterno... ¡Gloria seja a ti, oh Senhor!”